O principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa, encerrou a quinta-feira (9) em queda emplacando o quinto dia consecutivo de baixa, acompanhando os indicadores de Wall Street.
Embora a inflação de maio tenha vindo melhor do que o esperado, o mercado repercutiu anúncio do Banco Central Europeu (BCE) que sinalizou alta nos juros. Já o dólar terminou em alta.
O Ibovespa caiu 1,18%, aos 107.993 pontos, após atingir mínima de 107.068 pontos e máxima de 108.510 pontos. O indicador movimentou R$ 20,1 bilhões no dia.
Já o dólar avançou 0,42%, negociado a R$ 4,9162, depois de oscilar entre R$ 4,8667 e R$ 4,9207.
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Papéis de mineração e siderurgia ficaram entre os destaques negativos, com Vale (VALE3) em forte queda, e receios com a proposta de desoneração dos combustíveis no Brasil.
A Eletrobras (ELET3 e ELET6) subiu antes da precificação da oferta de ações, que será divulgada ainda nesta quinta-feira.
Inflação
A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, marcou alta de 0,47% em maio, após variação positiva de 1,06% no mês anterior. Segundo o analista Eduardo Perez da NuInvest, setores que podem se beneficiar de uma leitura abaixo das projeções são construção civil, varejo e techs.
O resultado de 0,47% veio abaixo do esperado pelo mercado, em uma desaceleração puxada por itens como alimentos, combustíveis e energia elétrica.
“A surpresa positiva com a desaceleração do IPCA ajuda para a queda dos juros futuros em toda a curva”, comentou Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA.
Agora, as atenções se voltam para as expectativas de inflação nos próximos meses. “No curto prazo, observamos um vetor de preços de alta e baixa”, analisa Rafael Marques, CEO da Philos Invest.
“Olhando para parte mais altista, entendemos que o fortalecimento do mercado de trabalho, o aumento das margens reais de renda das famílias e a manutenção da demanda por serviços podem levar a novas pressões inflacionárias. Do lado oposto, a redução dos preços dos combustíveis pode promover impactos baixistas sobre a inflação.”
Cenário externo
O mercado reagiu ainda a perspectivas de aumento de juros na Europa. O BCE divulgou nesta quinta que encerrará o esquema de compra de títulos em 1º de julho e sinalizou uma série de aumentos dos juros em julho e setembro. O objetivo é tentar combater a alta de preços em todos os setores da economia.
A taxa de depósito está agora em -0,5% e a chefe do BCE, Christine Lagarde, disse que ela pode voltar a zero no final do terceiro trimestre.
O dólar havia sido pressionado mais cedo pela sinalização do BCE. No entanto, alertas da instituição sobre o crescimento acabaram abrindo espaço para recuperação da moeda norte-americana tanto contra moedas fortes quanto contra emergentes.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street caíram nesta quinta-feira, enquanto o apetite por risco estava mais fraco devido a preocupações com o salto da inflação e dos juros.
O índice S&P 500 perdeu 2,38%, aos 4.017 pontos, enquanto o Dow Jones caiu 1,94%, a 32.272 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 2,75%, a 11.754 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações chinesas interromperam uma série de quatro sessões de ganhos para fecharem baixa nesta quinta-feira, com as ações de crescimento liderando as perdas, depois que partes de Xangai começaram a adotar novas restrições contra a covid-19.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,04%, a 28.246 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,66%, a 21.869 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,76%, a 3.238 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,05%, a 4.175 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,03%, a 2.625 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,29%, a 16.621 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,50%, a 3.209 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,42%, a 7.019 pontos.
*Com informações da Reuters.
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