Ibovespa vira e sobe 1,72% após fala de Bolsonaro; dólar cai a R$ 5,22

Após firmar queda, o Ibovespa mudou drasticamente de direção e chegou a disparar mais de 2% no final da tarde, após o presidente Jair Bolsonaro adotar um tom conciliatório em nota divulgada nesta quinta-feira (09). Mais cedo, a bolsa oscilou entre perdas e ganhos, tendo como pano de fundo a tensão institucional que se agravou no país, com paralisações de caminhoneiros adicionando incertezas à instabilidade política.

O Ibovespa recuou 1,72%, aos 115.360 pontos. Já o dólar ampliou a queda após a fala do presidente, fechando com desvalorização de 1,96%, comercializado a R$ 5,2233.

• Cotação do Ibovespa hoje
• Cotação do dólar hoje

Cenário Interno

O presidente Jair Bolsonaro divulgou nota no final da tarde afirmando que nunca teve a intenção de agredir quaisquer dos Poderes e que as pessoas que exercem o poder não têm o direito de “esticar a corda” a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

A nota foi publicada após Bolsonaro ter se reunido com o ex-presidente Michel Temer em Brasília.

Bolsonaro acrescentou que boa parte das divergências que têm causado conflitos decorrem de entendimentos sobre decisões adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das “fake news”.

A mensagem foi suficiente para fazer o Ibovespa mudar de direção no final do pregão.

O Ibovespa recuou fortemente no pregão anterior, chegando a uma queda de 3,78%, a maior desde 8 de março. O mercado reagiu negativamente aos desdobramentos políticos das manifestações do feriado de 7 de setembro, com as declarações de Bolsonaro movimentando as negociações.

Ainda na quarta-feira caminhoneiros entraram em cena, com paralisações em vários Estados, o que resultou na divulgação de um áudio por Bolsonaro pedindo a desmobilização do movimento.

Em pronunciamento nessa manhã, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse que Bolsonaro descumpre a palavra dada ao manter o que chamou de “campanha insidiosa” contra sistema eleitoral.

As negociações na bolsa paulista ainda tinham de pano de fundo o avanço de 0,87% do IPCA em agosto, a maior alta para o mês em 21 anos e acima do esperado, com a taxa em 12 meses se aproximando de 10%.

Destaques

O Ibovespa, principal índice negociado na B3, segue estável na manhã desta quinta-feira após afundar 3,78% na véspera. Por volta das 11h, Localiza e Unidas, que decolaram no pregão de ontem, registravam perdas. Aeris (AERI3) e Minerva (BEEF3) apresentam valorização, enquanto Vale (VALE3) recua. Saiba mais sobre os destaques da bolsa hoje.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,87% em agosto. O resultado, que veio acima das expectativas do mercado, foi a maior alta para o mês desde 2000. E mais: Minerva (BEEF3) investirá em fintech agrícola, Santander (SANB11) compra Apê11 e BRF (BRFS3) inicia comercialização de produtos do Magazine Luiza (MGLU3). Confira no Flash:

Bolsas Mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street fecharam em baixa nesta quinta-feira, depois de dados mostrarem queda nos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos para mínima em quase 18 meses, dissipando temores de uma desaceleração da recuperação econômica, mas também alimentando receios de que o Fed possa agir mais cedo do que o esperado em relação ao corte de estímulos.

Segundo dados preliminares, o Dow Jones caiu 0,42%, para 34.883,82 pontos; o S&P 500 perdeu 0,45%, para 4.493,63 pontos; e o Nasdaq Composite cedeu 0,25%, para 15.248,46 pontos.

Europa

As ações da zona do euro recuperaram-se das mínimas da sessão e fecharam perto da estabilidade nesta quinta-feira, depois que o Banco Central Europeu sinalizou que reduzirá apenas ligeiramente suas compras emergenciais de títulos no próximo trimestre, como amplamente esperado.

“A reunião de hoje confirma nossas expectativas anteriores de que o PEPP terminará depois de março. Dito isso, o BCE permanece claramente dependente de dados e manteve todas as opções abertas para dezembro”, escreveram analistas do Rabobank em uma nota.

• Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,01%, a 7.024,21 pontos.

• Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,08%, a 15.623,15 pontos.

• Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,24%, a 6.684,72 pontos.

• Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,13%, a 25.909,83 pontos.

• Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,43%, a 8.800,60 pontos.

• Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,45%, a 5.339,36 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China tiveram desempenho misto nesta quinta-feira, com os papéis de tecnologia caindo com a nova repressão de Pequim aos games, mas o setor de materiais teve alta com a aceleração da inflação nas fábricas.

Ações de jogos e mídia, incluindo G-bits Network Technology e Perfect World Co, caíram depois que as autoridades convocaram empresas de jogos para garantir a implementação de novas regras para o setor. O índice de mídia do CSI perdeu quase 3%.

Mas as ações de materiais saltaram para máximas em seis anos depois que dados mostraram a inflação ao produtor da China num pico em 13 anos em agosto, impulsionada pelos altos preços das matérias-primas.

• Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,57%, a 30.008 pontos.

• Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,30%, a 25.716 pontos.

• Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,49%, a 3.693 pontos.

• O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,04%, a 4.970 pontos.

• Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,53%, a 3.114 pontos.

• Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,20%, a 17.304 pontos.

• Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,09%, a 3.071 pontos.

• Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,90%, a 7.369 pontos.
  

Com informações da Reuters

Veja também

• Fusões e aquisições disparam em 2021; quais setores da bolsa podem se dar bem?
• Open Banking: será o fim das restrições das informações?
• Livro desvenda o poder das empresas ao adquirir seus dados pessoais
• Ressaca pós-feriado: Ibovespa despenca e vai aos 113 mil pontos; e agora?