O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou o terceiro pregão seguido no vermelho nesta terça-feira (12), tendo revertido ganhos mais cedo junto com Wall Street. A manhã havia sido positiva, após dados da inflação norte-americana em linha com o esperado e núcleos abaixo das expectativas. O dólar também fechou em queda frente ao real.
No dia, o Ibovespa caiu 0,69%, aos 116.146 pontos. Já o dólar recuou 0,28%, a R$ 4,6766.
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Para Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, o avanço do preço do petróleo “trouxe preocupações renovadas para a inflação e ofuscou o alívio trazido pelo núcleo do CPI (índice de inflação) dos EUA abaixo do esperado“.
“A preocupação com inflação global volta a limitar a exposição ao risco das bolsas e Ibovespa pesou junto com Nova York”, acrescentou ele.
O petróleo Brent disparava mais de 6%, diante de notícia de que a produção diária de petróleo e condensado de gás russos caiu a níveis de 2020, disseram fontes à Reuters, em meio às sanções por causa da guerra na Ucrânia e dificuldades logísticas.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) alertou mais cedo que pode ser impossível substituir potenciais perdas na oferta de petróleo russo.
Inflação nos EUA
Antes de virar para queda nesta tarde, o mercado iniciou a sessão no positivo, após o avanço em linha com o esperado do índice de preços ao consumidor dos EUA em março.
O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos saltou 1,2% no mês passado, maior alta mensal desde setembro de 2005, informou o Departamento do Trabalho nesta terça. Nos 12 meses até março, os preços subiram 8,5% nos EUA, maior avanço nessa base de comparação desde dezembro de 1981.
Economistas destacaram os núcleos da inflação (medidas que desconsideram alguns preços para mostrar melhor a tendência do índice) abaixo do esperado, o que trazia algum alívio frente as expectativas anteriores de uma alta de juros ainda mais agressiva pelo banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed). Mas o número coloca em evidência a situação inflacionária desafiadora.
Investidores têm monitorado os dados de inflação norte-americanos atentamente nos últimos meses, em busca de pistas sobre os próximos passos do Fed. Depois de elevar os juros no mês passado pela primeira vez desde 2018, em 0,25 ponto percentual, o banco central tem indicado que vai aumentar a dose do aperto monetário em sua próxima reunião, em maio, promovendo aumento de 0,5 ponto.
Cenário interno
Localmente, investidores reagiram aos dados do setor de serviços, que teve queda de 0,2% no volume em relação ao mês anterior.
Além disso, o dado mensal de janeiro foi revisado com força a uma queda de 1,8%, de recuo de 0,1% informado antes, o que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), pode ser resultado de uma atualização do modelo da pesquisa, já que não houve alteração das informações.
Bolsas Mundiais
Wall Street
Wall Street guinou de um rali para uma liquidação nesta terça-feira, revertendo ganhos de mais cedo no pregão, conforme o aperto monetário iminente do banco central dos Estados Unidos mais uma vez puxou as ações de crescimento de volta a território vermelho.
O índice S&P 500 fechou em queda de 0,34%, a 4.397,45 pontos. O Dow Jones caiu 0,26%, a 34.220,36 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 0,3%, a 13.371,57 pontos.
Europa
As ações europeias caíram nesta terça-feira, depois que o Deutsche Bank e o Commerzbank despencaram após uma grande venda de participação, enquanto uma leitura dos Estados Unidos sobre a inflação impediu o crescimento de apostas sobre uma alta de juros agressiva por parte do banco central norte-americano.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,35%, a 456,65 pontos, e reduziu algumas perdas de mais cedo no pregão.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,55%, a 7.576,66 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,48%, a 14.124,95 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,28%, a 6.537,41 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,33%, a 24.667,27 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,08%, a 8.578,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,23%, a 6.097,58 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam em alta nesta terça-feira, com as esperanças de alívio nas restrições em algumas áreas devido à covid-19 ajudando os setores de turismo e bens de consumo, enquanto as expectativas de suporte para a economia melhoraram o sentimento.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,81%, a 26.334 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,52%, a 21.319 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,46%, a 3.213 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,95%, a 4.179 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,98%, a 2.666 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,34%, a 16.990 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,99%, a 3.330 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,42%, a 7.454 pontos.
*Com informações da Reuters.
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