O dólar terminou a segunda-feira (23) estável, após bater R$ 5,40 mais cedo. Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, a B3, encerrou em queda.

O dólar fechou em R$ 5,3802, a mesma cotação de sexta, após bater R$ 5,4015 na máxima do dia. Já o Ibovespa caiu 0,49%, aos 117.471 pontos. Próximo à abertura do pregão, chegou a registrar 118.445 pontos, o maior patamar do dia.

O mercado seguiu reagindo a preocupações sobre o cenário político e fiscal no Brasil. Analistas apontam que o ambiente institucional no Brasil segue “conturbado” após o presidente Jair Bolsonaro dar entrada em pedido de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira.

Além disso, o noticiário do fim de semana sugere a investidores que o governo vai precisar gastar tempo para debelar crises com outros Poderes, com risco, assim, de deixar de lado a agenda de reformas ansiada pelo mercado.

Em paralelo a isso, o Banco Central vê barulho quanto ao efetivo apoio do Planalto à sua autonomia formal, sancionada em lei deste ano, mas não movimento ou pressão direta de Bolsonaro contra o status recém-adquirido, disseram duas fontes da autoridade monetária à Reuters, sob condição de anonimato. Na sexta-feira, a agência de notícias Associated Press publicou que Bolsonaro confidenciou a interlocutores ter se arrependido da lei de autonomia, que assinou em fevereiro.

Juros pressionam

O dia é marcado novamente por elevação nos juros. As taxas voltavam a mostrar forte alta de mais de 20 pontos-base após uma trégua na sexta-feira, quando ainda devolveram apenas uma parte da disparada de dias anteriores gerada por temores fiscais.

Uma forte demanda por NTN-B – título que protege da inflação – tem ajudado a manter os DIs em alta, uma vez que o mercado de juros nominais a termo da B3 serve de “hedge” para as posições em juro real.

“O mercado financeiro continua se perguntando qual a taxa livre de risco da economia brasileira. Depois de certo alívio na curva pré os investidores voltaram a cobrar um prêmio para financiar o Estado”, comentou em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Está evidente que o mercado mudou de vez o tom com Brasília, mas mesmo depois de tanta alta o mercado segue nervoso sem saber qual o patamar que equilibra seus receios com a piora do cenário”, diz Perfeito.

Destaques do Ibovespa

As ações da Sabesp (SBSP3), que encerraram o pregão da última sexta-feira em forte alta, fecharam o dia em queda. A Petrobras (PETR4) e a PetroRio (PRIO3),avançaram. Veja os destaques da bolsa.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street avançaram nesta segunda, com ações dos setores bancário e de energia liderando os ganhos, conforme investidores se voltavam para ativos mais arriscados após uma forte liquidação na semana passada ditada por preocupações sobre a desaceleração do crescimento econômico.

O índice Dow Jones subiu 0,61%, a 35.335 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,85%, a 4.479 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,55%, a 14.942 pontos.

Europa

As ações europeias começaram esta semana em modo de recuperação, depois de concluírem na sexta-feira a maior queda semanal em quase seis meses, com o mercado nesta sessão amparado por papéis de mineração e petróleo, à medida que os preços das commodities se recuperavam de perdas acentuadas causadas pela incerteza sobre a política monetária dos EUA e o aumento de casos de covid-19.

Ásia e Pacífico

O mercado acionário da China avançou nesta segunda, recuperando-se de forte queda na semana passada, uma vez que as autoridades informaram que não houve nenhum caso local de covid-19 pela primeira vez desde julho e com os reguladores avançando para abrir mais os mercados financeiros do país.

(*Com informações de Reuters)

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