Finanças

Ibovespa fecha em queda em dia de tensão com Ucrânia e Fed; dólar vai a R$ 5,50

Recuo de ações de varejistas e empresas exportadoras de commodities pesaram negativamente sobre o índice.

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Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operou e encerrou em queda nesta segunda-feira (24) após escalada de tensões na Ucrânia ampliar a aversão ao risco dos mercados globais, já tensos antes da reunião de política monetária nos Estados Unidos nesta semana. Já o dólar fechou em alta.

No dia, o Ibovespa recuou 0,92%, aos 107.937 pontos. Já o dólar avançou 0,87%, negociado a R$ 5,5017, após chegar a passar de R$ 5,52 na máxima intradia.

Tensão na Rússia

Os ativos de risco globais recuaram com investidores preocupados após a Rússia acumular tropas nas fronteiras com a Ucrânia. Algumas nações incluindo Estados Unidos e Reino Unido ameaçaram impor sanções caso os russos invadam o país vizinho, embora o governo russo negue que tenha planos para uma ofensiva.

A aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que estava colocando forças em prontidão e reforçando o leste europeu com mais navios e jatos de guerra.

Rússia e EUA estão em negociações, com o governo russo exigindo que a Otan retire a promessa de que a Ucrânia poderá se juntar à aliança um dia, e que a organização retire tropas e armas de ex-países comunistas no leste europeu que entraram no grupo após a Guerra Fria.

“A tensão geopolítica entre Ucrânia e Rússia começa a afetar o apetite por risco e também contribui para o movimento de hoje dos mercados”, disseram economistas do Bradesco em relatório.

Olho no Fed

Ainda no cenário externo, a semana é importante para os mercados globais, que aguardam pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, na quarta-feira.

Embora as expectativas sejam de manutenção da taxa de juros, as atenções estão voltadas para o tom a ser adotado pelo Fed e as potenciais pistas a serem divulgadas sobre a possibilidade de o início do ciclo de alta nos juros começar já em março.

Orçamento de 2022

Na cena doméstica, a pauta fiscal segue no radar após a sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro, que incluiu previsão de R$ 1,7 bilhão para reajustes de servidores públicos.

A peça ainda projeta R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, enquanto Bolsonaro vetou R$ 3,2 bilhões com o objetivo de recompor verbas de pessoal, menos do que o estimado anteriormente.

Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA, diz que a queda do Ibovespa reflete as “preocupações com o quadro fiscal após o presidente Jair Bolsonaro sancionar Orçamento de 2022 sem detalhar reajuste do funcionalismo e reforçar a promessa de reduzir tributos sobre combustíveis e energia”.

Destaques da bolsa

As ações das mineradoras encerraram em queda, acompanhando as perdas no preço do minério de ferro negociado na China, em virtude de medidas de restrição de produção siderúrgica. Vale (VALE3), por exemplo, cedeu 1,2%, a terceira queda seguida.

Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) também fecharam no negativo, seguindo as perdas do petróleo, em semana de atenções voltadas para a oferta secundária pela petrolífera das ações da Braskem (BRKM5).

As varejistas também registraram perdas. Magazine Luiza (MGLU3) afundou 7,4%, Via (VIIA3) cedeu 3% e Americanas (AMER3) recuou 2%.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street se recuperou de um forte movimento de vendas no final do pregão e fechou em alta nesta segunda-feira, com caçadores de pechinchas empurrando os índices para território positivo.

O Dow Jones subiu 0,29%, para 34.364,5 pontos. O S&P 500 ganhou 0,28%, para 4.410,13 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,63%, para 13.855,13 pontos.

Europa

O principal índice de ações da Europa despencou quase 4% nesta segunda-feira pressionado por preocupações com a possibilidade de um ataque russo à Ucrânia e de um Fed mais duro com a inflação nesta semana. O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 3,8%, marcando seu pior desempenho diário desde junho de 2020.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 2,63%, a 7.297,15 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 3,80%, a 15.011,13 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 3,97%, a 6.787,79 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 4,02%, a 25.972,90 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 3,18%, a 8.417,80 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 2,75%, a 5.429,40 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China fecharam em alta nesta segunda-feira, lideradas por papéis de energias renováveis e maquinário, depois que o banco central do país cortou uma série de taxas de juros de curto e médio prazos para impulsionar o crescimento econômico.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,24%, a 27.588 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,24%, a 24.656 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,04%, a 3.524 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,16%, a 4.786 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,49%, a 2.792 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,50%, a 17.989 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,35%, a 3.283 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,51%, a 7.139 pontos.

( * Com informações da Reuters)

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