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Ibovespa tem maior queda desde março, após fala de Bolsonaro e tombo da Vale

Dólar também foi pressionado e disparou a R$ 5,20; Ibovespa caiu quase 4% em julho.

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O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, a B3, fechou o mês de julho em forte queda, enquanto o dólar subiu nesta sexta-feira (30), após ter chegado à mínima de R$ 5,04 no dia anterior. A queda veio na esteira do tombo das ações da Vale (VALE3) e em reação a preocupações fiscais após declarações do presidente Jair Bolsonaro.

O dólar fechou em alta de 2,57%, a R$ 5,2097, após chegar à máxima de R$ 5,2137 mais cedo. A moeda americana acumulou alta de 4,76% no mês de julho. Já o Ibovespa caiu 2,63% nesta sexta, aos 122.372 pontos. É a maior queda desde o dia 8 de março, quando o índice recuou 3,98%. Em julho, o Ibovespa desvalorizou 3,94%. Veja mais cotações hoje.

No cenário brasileiro, repercutiu mal entrevista de Bolsonaro a uma rádio, voltando a citar uma eventual manutenção do auxílio emergencial bem como aumento do Bolsa Família, com temores de que o governo assuma um viés mais populista conforme registra queda em pesquisas.

Fontes também afirmaram à Reuters que o governo federal planeja incluir um vale-gás na reformulação dos programas sociais que será anunciada no mês de agosto para compensar os reajustes recordes do combustível.

Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, comenta que o dia negativo para o mercado financeiro é puxado por “rumores da equipe econômica tentando segurar o Bolsonaro com relação ao aumento do Bolsa Família a R$ 300, que furaria o teto de gastos. Mas o humor dos investidores já começou ruim pela manhã, dado que o minério de ferro chegou a cair 8%.” 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta que o governo não descumprirá a regra do teto de gastos por causa do Bolsa Família, cujo valor será reajustado segundo anúncio já feito pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Os senhores podem ter certeza que não furaríamos o teto por causa do Bolsa Família, não é nada disso, isso tudo está sendo programado com muita responsabilidade”, disse o ministro a jornalistas após participar de evento no Rio de Janeiro.

Dólar em dia de Ptax

O dólar ganhou força em dia de negociações voláteis devido ao fechamento da Ptax (taxa média calculada pelo Banco Central) de fim de mês. Vários analistas chamaram a atenção para a briga entre comprados e vendidos antes da formação da taxa.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo BC, que serve de referência para liquidação de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcionar a Ptax para níveis mais convenientes a suas posições.

Destaques da bolsa

As ações da Vale (VALE3) tombaram mais de 4%, afetadas pelo recuo dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia nesta sexta-feira, pressionados pela decisão da China de reduzir a produção de aço e pela diminuição na demanda doméstica pelo material de construção e manufatura.

A provedora digital de soluções antifraude Clear Sale (CLSA3) estreou nesta sexta na B3 em disparada. Já a Localiza (RENT3) ficou entre as principais quedas do Ibovespaapós reportar lucro líquido de R$ 447,9 milhões no período, um salto de 398,2% ante o mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a Usiminas (USIM5) recuava, mesmo após anuncuar que reverteu prejuízo e teve resultado recorde. Veja outros destaques da bolsa de valores.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os índices acionários norte-americanos encerraram esta sexta-feira em queda, com os papéis da Amazon.com recuando após a empresa projetar um crescimento menor nas vendas, mas ainda assim o S&P 500 cravou seu sexto mês consecutivo de ganhos.

  • O índice Dow Jones caiu 0,42%, a 34.935 pontos
  • S&P 500 perdeu 0,540602%, a 4.395 pontos
  • O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,71%, a 14.673 pontos.

No mês, o S&P 500 acumulou alta de 2,3%, o Dow subiu 1,3%, e Nasdaq apurou ganho de 1,2%. Na semana, por outro lado, os três índices tiveram desempenho negativo.

Europa

As ações europeias caíram de máximas recordes nesta sexta-feira, já que preocupações com a rápida disseminação da variante delta e medidas regulatórias na China sobrepujaram o otimismo em torno da temporada de balanços trimestrais e da recuperação econômica.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,65%, a 7.032,30 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,61%, a 15.544,39 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,32%, a 6.612,76 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,60%, a 25.363,02 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,26%, a 8.675,70 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,81%, a 5.026,90 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações de Hong Kong e da China retomaram queda nesta sexta, após mostrarem recuperação na sessão anterior. Os principais índices registraram o pior desempenho mensal em anos, já que as persistentes preocupações com repressões regulatórias superaram as tentativas de Pequim de acalmar os mercados.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,80%, a 27.283 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,35%, a 25.961 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,42%, a 3.397 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,81%, a 4.811 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,24%, a 3.202 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,89%, a 17.247 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,43%, a 3.166 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,33%, a 7.392 pontos.

(*Com informações de Reuters)

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