O dólar saltou nesta terça-feira (2), diante das expectativas do aumento das tensões geopolíticas entre EUA e China, com a visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan.
O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta sessão, acima dos 103 mil pontos, com as ações da mineradora Vale (VALE) avançando mais de 3% e blindando a bolsa paulista do viés mais negativo em Wall Street.
No dia, o dólar avançou 1,96%, negociado a R$ 5,2792. Já o Ibovespa subiu 1,11%, aos 103.361 pontos.
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O mercado também ficou de olho nos possíveis ajustes em relação à taxa Selic, que deve ser anunciada na quarta-feira (3) pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Tensões na China
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse nesta terça-feira que os políticos norte-americanos que “brincam com fogo” na questão de Taiwan “não terão um bom fim”. A China expressou oposição a uma possível visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi.
Em relatório, analistas da Guide Investimentos comentaram que “a ida de Pelosi à ilha pode ser considerada uma afronta à autoridade chinesa, que já disse que irá retaliar caso a visita realmente ocorra. O mercado teme por uma resposta militar.”
“Tendo todo esse cenário em vista, o dólar volta a se fortalecer na medida em que os investidores buscam a segurança da moeda americana nesse ambiente de maior aversão ao risco”, disseram.
Cenário interno
No Brasil, o Copom iniciou nesta terça-feira sua reunião para decidir o rumo da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira. A expectativa é por uma alta de 0,5 ponto percentual, levando os juros de 13,25% a 13,75% ao ano.
“A grande questão sobre esse Copom vai ser se eles vão parar ou não (de subir os juros). Essa leitura é que vai formar mais preço, no sentido de que você tem a perspectiva de uma taxa de juros já bastante alta, e com a inflação em queda”, comentou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.
Ainda no cenário interno, foram divulgados pela manhã dados sobre a produção industrial, que teve queda de 0,4% em junho na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em nota, economistas do Banco Original citaram que “de modo geral, é interessante notar que parte da perda de ímpeto da produção industrial brasileira também faz parte da contração industrial global”, mas acrescentaram que, “por outro lado, é fato que a indústria nacional tem perdido competitividade internacional nos últimos anos”.
“A perda de sustentabilidade da indústria atrelada a juros mais altos e menor demanda em função da renda comprimida das famílias trazem um cenário desafiador a frente, e que pode se estender em 2023, com expectativas de commodities alimentícias e metálicas a menores patamares de preço”, disseram os especialistas do banco.
Bolsas mundiais
Wall Street
O índice S&P 500 encerrou em queda uma agitada sessão nesta terça-feira.
As gigantes Microsoft e Visa pesaram no S&P 500, e todos os 11 índices setoriais do S&P 500 perderam terreno, com o imobiliário na lanterna.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 teve queda de 0,65%, para 4.091,85 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuou 0,16%, para 12.349,49 pontos. O Dow Jones caiu 1,21%, a 32.401,11 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em baixa nesta terça-feira, com dados fracos de fábricas globais alimentando temores de desaceleração econômica em meio ao nervosismo por tensões EUA-China sobre Taiwan.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,32%, a 436,07 pontos, emendando uma segunda queda diária.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,06%, a 7.409,11 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,23%, a 13.449,20 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,42%, a 6.409,80 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,35%, a 22.351,02 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,15%, a 8.096,90 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,29%, a 6.079,37 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China registraram a maior queda em mais de dois meses, com aumento das preocupações sobre a relação com os Estados Unidos
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,42%, a 27.594 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,36%, a 19.689 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 2,26%, a 3.186 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,95%, a 4.107 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,52%, a 2.439 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,56%, a 14.747 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,01%, a 3.239 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,07%, a 6.998 pontos.
*Com informações da Reuters.
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