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Investimentos em 2021: BDRs e small caps rendem mais que Ibovespa até julho

Levantamento mostra quais investimentos em 2021 têm retorno acima da inflação nos sete primeiros meses do ano.

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Os BDRs e as small caps têm rendido mais ao investidor neste ano do que o Ibovespa. É o que mostra levantamento feito pela provedora de dados financeiros Economatica considerando o retorno real dos investimentos em 2021 (ou seja, descontando a inflação) até julho. 

No acumulado dos primeiros 7 meses de 2021, o BDRX, índice da B3 que acompanha o desempenho médio da cotação dos BDRs não-patrocinados, teve retorno positivo real de 11,27%, contra 0,19% do SMLL, índice de small caps – companhias com valor de mercado de até US$ 1 bilhão e menos negociadas na B3. Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, ficou negativo em 2,31%.

Em 12 meses terminados em julho, o índice de BDRs teve ganhos reais de 22,21% e o de small caps, de 10,22%. O Ibovespa, de 8,59%.

Com esses resultados, o índice de BDRs figura como o mais rentável entre os investimentos em 2021 no período até julho, em uma lista com 14. Veja abaixo os dados da Economatica:

Investimentos em 2021: acumulado do ano até julho

AtivoRetorno (acumulado 2021, em %)
BDRX11,27
Small caps0,19
Ibovespa-2,31
IHFA (Hedge Funds)-2,89
CDI-2,98
Selic-2,98
IMA-B 5 (Tesouro IPCA até 5 anos)-3,29
Poupança-3,48
IMA-B (Tesouro IPCA, todos)-5,59
Dólar-5,92
Ifix (fundos imobiliários)-6,08
IMA-B 5 (Tesouro IPCA, mais de 5 anos)-7,69
Ouro-8,17
Euro-9,05

Investimentos em 2021: acumulado em 12 meses até julho

AtivoRetorno (12 meses, em %)
BDRX22,21
Small caps10,22
Ibovespa8,59
IHFA (Hedge Funds)-3,17
IMA-B 5 (Tesouro IPCA até 5 anos)-3,61
Ifix (fundos imobiliários)-5,2
IMA-B (Tesouro IPCA, todos)-5,93
CDI-6,01
Selic-6,01
Poupança-6,67
IMA-B 5 (Tesouro IPCA, mais de 5 anos)-7,94
Euro-9,37
Dólar-9,69
Ouro-14,96

Murilo Breder, analista da Easynvest by Nubank, explica que o forte desempenho dos BDRs é reflexo do otimismo em Wall Street em meio à reabertura da economia dos Estados Unidos e aos estímulos do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano), que segue com sua política de compra de títulos e juros baixos.

“A bolsa norte-americana andou bem. Vamos relembrar que, no ano passado, em dezembro, a vacinação começou nos Estados Unidos. Então, todo esse movimento de reabertura por lá aconteceu durante o primeiro semestre. O que a gente viu aqui de Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3) voltando a subir nos últimos 2 ou 3 meses, isso já vinha acontecendo no primeiro semestre por lá”, compara Breder, citando ainda a “recuperação muito influenciada pela ajuda do Fed comprando tudo o que vê pela frente”. 

“A pandemia, aquela queda de março de 2020, pareceu um mero risco no gráfico. Já passou e muito. Inclusive chegou ao ponto de alguns investidores profissionais apontarem a possibilidade de estar havendo uma bolha”, diz o analista. 

Voltando para o mercado de ações de empresas brasileiras, Breder explica que o desempenho melhor das small caps em relação ao Ibovespa é resultado da forte concentração deste indicador. 

“Falando de small caps, é um índice mais diversificado que o Ibovespa. Quando a gente olha para o Ibovespa, tem estudos falando que toda alta foi devida à Vale (VALE3). A gente teve os bancos ainda para trás, Petrobras (PETR3 e PETR4) foi andar só recentemente. A própria Ambev (ABEV3), que tem um peso relevante, também segue para trás. Então, o Ibovespa ficou para trás devido à sua concentração em alguns setores que não andaram tão bem”, comenta Breder. 

E a renda fixa?

O levantamento da Economatica também mostra que, descontando a inflação, os principais investimentos em renda fixa seguem no negativo em 2021. 

Um deles é o CDI (Certificado de Depósito Interbancário ou Certificado de Depósito Interfinanceiro), usado como referência para investimentos como Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Nos primeiros 7 meses do ano, o retorno real ficou negativo em 2,98%. Em 12 meses, a perda foi de 6,01%.

Também houve retorno negativo dos títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Tesouro IPCA. No acumulado do ano, as perdas reais foram de 5,59% para o IMA-B, índice formado por títulos públicos indexados ao IPCA, as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais).

Já o retorno negativo da poupança marcou a maior perda de poder aquisitivo para o investidor desde 1991. Ainda segundo a Economatica, quem deixou dinheiro na poupança até julho de 2021 teve perda de 6,67% em 1 ano. Considerando o acumulado em 12 meses, o investidor que deixa seus recursos na poupança vem perdendo poder aquisitivo consecutivamente desde setembro de 2020. 

Mas não foram somente investimentos em renda fixa que tiveram retorno real negativo até julho. O Ifix (índice que acompanha o mercado de fundos imobiliários), por exemplo, teve queda real de 6,08% no acumulado do ano e de 5,2% em 12 meses. 

Diante desses números, a recomendação de especialistas é que investidores mantenham sua carteira diversificada, como forma de mitigar os riscos. Outro ponto de alerta é que a rentabilidade passada não garante o retorno futuro – ou seja, a alta mais forte dos BDRs até agora não significa que esse tipo de ativo vá continuar avançando nos próximos meses.

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