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Finanças

IPVA à vista ou parcelado? Veja quando vale pagar cota única com desconto

Além do imposto sobre veículos, primeiro mês do ano concentra gastos extras com boletos do IPTU e material escolar.

O calendário de 2024 com as alíquotas e as formas de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) já está disponível, servindo de lembrete para as contas extraordinárias que marcam o primeiro mês do ano. Passadas as comemorações de dezembro, é melhor se preparar com antecedencia para os boletos que chegam em janeiro.

Além do IPVA, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) bem como a lista de material escolar elevam os gastos de muitas famílias brasileiras logo após a virada do calendário. Em meio a tantas contas extras, surgem dúvidas. A começar pela opção sobre pagar à vista ou parcelar os tradicionais impostos sobre propriedades que começam neste mês.

À vista com desconto é melhor opção?

De um modo geral, o pagamento à vista é sempre a melhor opção, resume a especialista em educação do Ailos Sistema de Cooperativas, Querli Tolfo. Isso porque somente assim é possível assegurar o desconto na quitação desses impostos. No entanto, existem alguns fatores que precisam ser observados.

Conforme a planejadora financeira da SuperRico, Clay Gonçalves, o primeiro ponto importante é ter certeza de que o pagamento à vista não irá descapitalizar o caixa pessoal a ponto de resolver um problema e causar outro. O segundo é saber se o desconto oferecido é mais atraente que o rendimento de um investimento em renda fixa.

“Na prática, pergunte-se: se eu investir este valor e pagar parcelado, terei mais rendimento que desconto? Se a resposta for sim, não vale a pena” –

Clay Gonçalves, planejadora financeira da SuperRico.

Ela lembra que os descontos, no caso do pagamento integral à vista, variam em cada estado, indo desde 3% em São Paulo e Rio de Janeiro e podendo chegar a 15% no Pará para quem não teve multa nos últimos dois anos. Via de regra, a maioria dos estados brasileiros concede 10% de desconto no pagamento da cota única.

De olho nisso, a Friday, que possui um aplicativo para simplificar a rotina de pagamentos, fez um cálculo para saber como vale a pena pagar o IPVA e o IPTU. “Caso o desconto à vista seja pequeno em relação ao pagamento parcelado, considere pagar a alíquota e manter o valor total em uma aplicação”, recomenda Felipe Castro, co-CEO da fintech.

Ele explica que a tabela mostra em verde quando o pagamento à vista é mais vantajoso do que deixar o dinheiro aplicado. Segundo Castro, o estudo leva em conta um investimento hipotético que renda 100% do CDI, com impostos e baseado nos atuais contratos de juros futuros. Sobre isso, se aplica o imposto de 15% para se chegar ao ganho líquido.

“Nos casos de parcelamento do Rio e SP, a diferença é menor do que 1%, tornando mais relevantes aspectos como capacidade de controle e previsibilidade de fluxo de caixa do que a diferença de valores entre as modalidades”.

Felipe Castro, co-CEO da Friday.

Ou seja, o ponto de partida é entender a situação financeira atual e verificar se a quitação total “cabe no bolso”, sem impactar o orçamento. Afinal, os boletos não param de chegar ao longo do ano, gerando algum fator psicológico. “Para algumas pessoas, é mais importante ter as contas pagas que o dinheiro rendendo”, emenda Gonçalves, da SuperRico. 

Planejar é preciso

Por isso, é importante analisar se a quitação antecipada não acarretará em atrasos de outras contas e pagamentos de juros, alerta Tolfo, do Ailos. Segundo ela, “a dica de ouro” é a mesma de sempre: planejamento e organização. 

Os especialistas consultados pelo InvestNews afirmam que o planejamento consiste em organizar um orçamento pessoal, com o registro de entradas e saídas, e datas de vencimento de cada fatura, classificando as contas por tipo: moradia, transporte, educação, lazer, poupança, investimentos etc.

“Não basta apenas registrar. É preciso monitorar, acompanhar e fazer os ajustes necessários, seja cortando gastos ou aumentando a renda, buscando sempre o equilíbrio dos recursos financeiros”.

Querli Tolfo, especialista em Educação do Ailos.

Afinal, o ano é marcado por meses que são realmente mais desafiadores, como é o caso de janeiro. “O período conta com os gastos extras de impostos e materiais escolares, mas que não são desconhecidos nem inesperados. Já se sabe que existirão. Por isso, o orçamento ajuda a não ser pego de surpresa”, explica a especialista também em gestão de finanças.

Reserva de emergência para evitar surpresas

Ao fazer essa “bússola” para nortear o comportamento financeiro ao longo do ano, é possível se planejar para evitar surpresas em 2025. Assim, forma-se uma reserva de emergência que pode, inclusive, ser usada para conseguir negociações atrativas e até servir como alternativa para as despesas a pagar em janeiro do ano que vem.

“A reserva de emergência pode contemplar o valor das despesas de início de ano, que chamamos de sazonais. Como são despesas que sempre ocorrem, deve-se calcular o valor no início do ano e reservar este adicional ao longo dos 12 meses seguintes”, explica Gonçalves, da SuperRico.

rentabilidade
Crédito: Pixabay

Segundo ela, usar a reserva de emergência ou mesmo o 13º salário para pagar os impostos de janeiro são alternativas melhores do que recorrer ao crédito emergencial e acabar entrando em dívidas. Isso porque esse tipo de financiamento costuma ser mais caro e, em caso de atraso, pode ficar inadimplente, prejudicando o contribuinte.  

No entanto, a melhor alternativa é se preparar para estas despesas. “Considere aplicar mensalmente, desde janeiro, um valor fixo em um fundo de investimento com vencimento em um ano. Assim, o dinheiro ficará guardado para a chegada dos boletos no início de 2025 e renderá mais do que opções com liquidez imediata”, diz Castro, da Friday.

Dessa forma, a reserva de emergência não fica comprometida e o 13º salário pode ser usado para acelerar os objetivos financeiros e projetos pessoais e familiares, sem impactar no bem-estar. Afinal, essas rendas extras devem ser usadas para emergências e não para impostos fixos, que podem ser mapeados e considerados no orçamento ao longo do ano.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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