*ARTIGO
O Kuwait, pequeno país dependente de petróleo no Oriente Médio, anunciou recentemente uma “proibição total” às criptomoedas, em uma medida que visa proteger os investidores de possíveis fraudes e golpes.
A determinação anti-cripto foi divulgada na última quinta-feira (20), e inclui a proibição da negociação, mineração e posse de ativos digitais, onde aqueles que violarem a norma podem sofrer multas e até mesmo serem presos.
Com a crescente popularidade e o uso generalizado dessas moedas ao redor do mundo, o documento, escrito em árabe, mostra as preocupações com a segurança e a capacidade de controle do governo, que se tornaram prioritárias.
“A decisão de proibir as criptomoedas foi motivada por preocupações com a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, a estabilidade financeira e a falta de controle regulatório”
comunicado oficial
No entanto, é importante lembrar que o Kuwait é ‘apenas um país’ e que a proibição das criptomoedas não é uma tendência global.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, admitiu recentemente que banir as criptomoedas não faz sentido e os governos devem trabalhar para regulamentar o setor — não à toa, muitos países estão adotando uma abordagem mais aberta em relação aos ativos digitais, como é o caso do Brasil.
A aversão kuwaitiana não é de hoje
Apesar da atual normativa, o Kuwait já estava na lista daqueles países em que a proibição do uso de ativos digitais estava implícita.
Desde 2017, o Banco Central do Kuwait (CBK) proibiu bancos comerciais e outras instituições financeiras de processar transações de bitcoin (BTC). Além disso, em 2021, CBK também publicou um comunicado sobre os perigos de investir em criptoativos devido à falta de regulamentação do setor no país.
Nas ocasiões, foram mencionadas que as negociações com moedas digitais apresentavam um alto risco e uma série de consequências negativas para os investidores devido à alta flutuação de seus preços.
Fácil tentar, difícil parar
A proibição total dos ativos digitais no Kuwait não deve ser encarada como o fim das criptomoedas no país. Conforme mais pesquisas e discussões são realizadas sobre os impactos mundiais das criptomoedas, é provável que o governo kuwaitiano reavalie sua posição e busque soluções que permitam um ambiente regulatório mais flexível e adaptável.
Embora o Kuwait não tenha um peso significativo no setor de criptomoedas globalmente, a atual lei pode ter um impacto negativo na economia local. Ao desencorajar investimentos e inovação no setor de criptomoedas, pode potencialmente afetar o crescimento econômico e a criação de empregos relacionados aos criptoativos no país.
De todo modo, é importante saber que o Dinar Kuwaitiano (moeda do país) despencou 99,7% perante o bitcoin em apenas uma década. Sendo assim, com ou seu banimento, não seria de se surpreender se os criptoativos — em especial o bitcoin — continuassem sendo usados no país.
O ecossistema das criptomoedas é tal como um ser vivo: dinâmico e em constante evolução. À medida que o tempo passa, espera-se que o Kuwait adapte suas políticas e desenvolva estruturas regulatórias mais abrangentes e equilibradas para lidar com as criptomoedas.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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