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Mercado Livre lança criptomoeda no Brasil que servirá como cashback

Moeda tem um valor inicial equivalente a US$ 0,10 e sua cotação vai variar de acordo com a oferta e demanda de mercado, não tendo lastro.

O Mercado Livre (MELI34) anunciou nesta quinta-feira (18) a criação de uma criptomoeda chamada MercadoCoin, que será implementada como parte de um programa de fidelidade de clientes da maior empresa de comércio eletrônico da América Latina.

O Mercado Livre informou que os clientes ganharão “MercadoCoins” como cashback ao comprarem produtos na plataforma.

Os consumidores poderão então usar a moeda digital, que segue o padrão de token ERC-20 –para monitoramento das transações–, da ethereum, para novas compras no Mercado Livre, com opção de pagar apenas uma fatia em MercadoCoins.

Para quem for cliente Mercado Pago, unidade de serviços financeiros da empresa, também será possível negociá-la ou adquirir mais unidades em mercado.

“Quem comprou produto e recebeu MercadoCoins, na sua próxima compra, no pagamento, pode pagar com todas as modalidades e uma delas é usando MercadoCoin”, afirmou Fernando Yunes, líder do Mercado Livre no país, a jornalistas.

A criptomoeda está disponível a partir desta quinta-feira para 500 mil usuários no Brasil e deve chegar a toda a base de clientes da companhia no país, cerca de 80 milhões, até o final de agosto, disse Yunes. A medida deve ser expandida para outros países da América Latina, mas ainda não há um cronograma.

Os produtos cujas compras gerarão MercadoCoins e a relação entre quantas moedas o cliente ganhará em cada pagamento serão definidos pelo time de negócios da empresa, de acordo com Yunes.

“O time de negócios vai decidir o quanto de MercadoCoin a gente quer colocar, para quais categorias (de produtos) e o percentual do valor do produto”, disse ele, acrescentando que é a mesma dinâmica que ocorre nas campanhas comerciais.

Para os vendedores no Mercado Livre, nada muda, já que não receberão o pagamento em MercadoCoin, mas em moeda local por meio de conversão.

Longo prazo

A iniciativa vem em meio ao acirramento da competição no varejo online brasileiro, diante do impacto de questões macroeconômicas como taxa de juros e inflação, e desaceleração após o boom de vendas impulsionado pela pandemia. Ao mesmo tempo, ocorre depois de uma forte derrocada nos preços de criptomoedas globalmente neste ano, colocando o setor em cheque.

“Estamos olhando para o longo prazo, nas oportunidades, não estamos pensando nas oscilações de curto prazo”, disse Yunes.

A moeda tem um valor inicial equivalente a US$ 0,10, informou a companhia, e sua cotação vai variar de acordo com a oferta e demanda de mercado, não tendo lastro.

Ainda que inicialmente a negociação da MercadoCoin só esteja disponível no Mercado Pago, uma das ideias é ampliar para plataformas externas no futuro, segundo os executivos da companhia, que também não deram detalhes de quando isso pode ocorrer. Atualmente, o Mercado Pago oferece a compra e venda de bitcoin, USDP e ethereum.

Os investimentos na criação da moeda, cujo desenvolvimento demorou 18 meses, e a estimativa de em quanto ela pode alçar os resultados do Mercado Livre não foram divulgados pelos executivos.

Em Nova York, onde são negociadas, as ações do Mercado Livre recuavam 1,9% por volta das 11:35 (horário de Brasília).

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