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Finanças

Mesmo com leilões do BC, dólar fecha em novo recorde, a R$ 6,0982

Moeda americana tem nova alta apesar de duas intervenções do BC ao longo do dia

Dolar sobe; alta do dolar; bovespa; bolsa de valores
Dólar alcançou novo recorde

dólar à vista fechou perto da estabilidade nesta terça-feira (17) e encerrou o dia em alta de 0,10%, cotado a R$ 6,0982, o maior valor nominal de fechamento da história.

Ao longo do dia, o dólar chegou a superar os R$ 6,20 em determinado momento, apesar de dois leilões do Banco Central, e devolvendo ganhos após notícias sobre a tramitação do pacote fiscal do governo.

Na B3, às 17h05, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,84%, a R$ 6,107 reais na venda.

O movimento amplia ainda mais os fortes ganhos da véspera, com o mercado digerindo a ata da mais recente reunião do Copom e à espera da decisão de juros do Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos.

Às 12h47, o dólar à vista desacelerava a alta para 1,20%, a R$ 6,179 na venda. Isso após o Banco Central realizar o segundo leilão de venda de dólares no dia para conter a volatilidade da moeda americana.

LEIA MAIS: Juro acima de 14% pressiona dívidas de mais da metade das empresas do Ibovespa

Na segunda-feira (16), o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,04%, cotado a 6,092 reais – o maior valor nominal de fechamento da história.

Banco Central atua

 O BC fez, pela segunda vez no dia, mais uma intervenção no dólar após a moeda americana atingir R$ 6,20. A autoridade vendeu um total de US$ 2,015 bilhões em um novo leilão à vista realizado no início da tarde desta terça-feira.

No leilão, o BC aceitou 22 propostas a uma taxa de R$ 6,15 reais por dólar, entre 12h17 e 12h22.

Mais cedo, nesta terça-feira, a autarquia já tinha feito uma intervenção no câmbio. No início da manhã, a autoridade promoveu um leilão à vista, de US$ 1,27 bilhão, em mais uma ação para tentar conter a recente alta de volatilidade que levou o real a mínimas recordes.

É a quarta vez em menos de uma semana que a autoridade monetária atua, enquanto luta para tirar o real de um nível recorde de baixa, mesmo depois que os formuladores de políticas prometeram elevar as taxas de juros para as máximas de oito anos.

No início de dezembro, o banco vendeu US$ 845 milhões e US$ 1,63 bilhão em dois leilões à vista, sendo o último o maior desde a pandemia. Também vendeu US$ 1,5 bilhão em agosto, seu primeiro leilão à vista desde 2021.

O real deu um salto com o anúncio, chegando a subir 0,6% em relação ao dólar, antes de reverter rapidamente os ganhos e atingir novos recordes de baixa. A moeda estava em queda de 0,5% em relação ao dólar a partir das 10h26 em São Paulo. O real do Brasil é a principal moeda com pior desempenho este ano, com uma queda de mais de 21%.

“O Banco Central do Brasil está tentando conter as pressões sobre o câmbio, fornecendo liquidez, mas os efeitos devem ser limitados”, disse Marco Oviedo, estrategista da XP Investimentos. “Ele está apenas fornecendo dólares suficientes para evitar picos desnecessários.”

Histórico de deterioração do câmbio

Os investidores têm se tornado cada vez mais céticos em relação às promessas do governo de reforçar as contas públicas e lidar com a trajetória da dívida do país. No mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou novas isenções de imposto de renda, juntamente com um plano para cortar 70 bilhões de reais (US$ 11,5 bilhões) em gastos, decepcionando os investidores, que viram nisso o mais recente sinal de que o líder esquerdista continua mais focado em impulsionar o crescimento do que em reforçar as perspectivas fiscais do Brasil.

Os banqueiros centrais, liderados por Roberto Campos Neto, elevaram as taxas de juros em um ponto percentual para 12,25% neste mês, prometendo dois aumentos adicionais de magnitude semelhante até março. Os formuladores de políticas consideram que sua batalha contra a inflação está se tornando “mais adversa” à medida que as pressões atuais sobre os preços e as expectativas de futuros aumentos de preços ao consumidor se aceleram.

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