Por Tatiana Bautzer e Saeed Azhar
NOVA YORK (Reuters) – A divisão de gestão de ativos do Morgan Stanley pretende dobrar sua carteira de crédito privado para 50 bilhões de dólares no médio prazo, à medida que capta recursos de grandes investidores para empréstimos a empresas.
O banco investiu mais de 300 milhões de dólares no negócio, que já atraiu cerca de 25 bilhões de dólares em ativos totais, principalmente de investidores institucionais, disse o chefe global de crédito privado e equity do Morgan Stanley, David Miller, em entrevista à Reuters.
“A grande maioria do novo capital continuará a vir ao longo da próxima década de nossos clientes institucionais”, disse Miller.
Investidores institucionais, como fundos soberanos e companhias de seguros, detêm dois terços da carteira atual, enquanto indivíduos abastados representam o restante, afirmou.
Miller estima que o mercado mais amplo de crédito privado tenha crescido para até 2 biliões de dólares.
A extensão do crédito privado, do qual o empréstimo direto é parte fundamental, tem aumentado desde a crise financeira, conforme regulações mais rigorosas tornaram mais caro para os bancos financiarem empréstimos de risco a empresas endividadas.
A atividade disparou nos últimos dois anos. À medida que o capital dos bancos era comprometido com empréstimos arriscados e as taxas de juros subiam, grupos de bancos puderam oferecer menos financiamento via meios tradicionais de empréstimos sindicalizados. Credores privados, como Ares Management, KKR e Blackstone, então entraram em cena.
Ainda assim, bancos de Wall Street têm encontrado maneiras de participar do novo mercado, captando de investidores dinheiro para empréstimos, em vez de usar seu próprio.
O CEO do Goldman Sachs, David Solomon, disse a analistas este mês que o banco busca levantar de 40 bilhões a 50 bilhões de dólares em fundos alternativos este ano. Uma parte significativa disso será dedicada ao crédito privado, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
O JPMorgan reservou 10 bilhões de dólares de seu próprio capital para crédito privado, segundo fontes. O banco também busca capital de investidores externos, interessados em parceria com o banco para o segmento, disse uma das fontes.
O JPMorgan se recusou a comentar sobre seus planos.
(Reportagem de Tatiana Bautzer e Saeed Azhar)
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