Resumo da semana anterior
Os mercados globais tiveram dias de reações aos dados econômicos dos EUA e à ata da última reunião do Fed, banco central norte-americano. Na semana passada, a ata da reunião do Fed de dezembro divulgada na quarta-feira (4) mexeu com as bolsas com o tom duro do BC dizendo que cortes de juros em 2023 não estão nos planos e que a inflação está inadmissivelmente alta, termo considerado hawkish.
Já na quinta-feira (5) foram divulgados os dados dos pedidos de seguro-desemprego na semana dos EUA abaixo do esperado, indicando que a alta de juros não têm surtido o efeito esperado de aumento dos pedidos. Divulgados no mesmo dia, o relatório ADP de empregos privados mostrou uma criação de 235 mil novos empregos em dezembro, acima dos esperado pelo mercado de 150 mil, outro indicador importante que não veio alinhado com as expectativas, dificultando a tarefa do Fed encontrar indícios sólidos de desaceleração inflacionária pelo mercado de trabalho.
A sexta-feira (6) foi dia de divulgação do relatório Payroll que teve um aumento de 220 mil novas vagas em dezembro frente às expectativas de 180 mil pelos investidores, também dando mais indícios de que a economia dos EUA sofre para desacelerar seu ritmo mesmo com juros mais altos. Em seguida foi divulgada a taxa de desemprego do país de dezembro que, ao contrário da manutenção esperada de 3,7% registrada originalmente em novembro, sofreu uma redução para 3,5% e ainda teve o resultado de novembro corrigido para 3,6%.
O resultado foi uma queda de 1,17% do S&P 500 ao longo da semana, muito pelo resultado do ADP, antes de encerrar a sexta-feira (6) com ganhos semanais de 1,08% com o Payroll que foi encarado sem grandes surpresas pela antecipação de números maiores pelo ADP e pela revisão de séries anteriores.
Já o índice Ibovespa reagiu pouco aos eventos internacionais e teve foco total nos eventos envolvendo as declarações de integrantes do governo e registrou queda de 0,7% na semana, que começou mais pessimista em meio a receios sobre o cenário fiscal no Brasil. Mas, dias depois, algumas declarações de novos ministros e o novo CEO da Petrobras ajudaram a amenizar a queda da bolsa e melhoraram a cotação do dólar PTAX, que na quinta-feira (5) foi cotado a R$ 5,402 e na sexta-feira (6) foi fechado aos R$ 5,2849.
Mercados na segunda-feira
Na Ásia, as bolsas sobem ainda impulsionadas pelo ânimos nas bolsas globais da sexta-feira (6) e com a notícia da reabertura das fronteiras marítimas e terrestres entre China e Hong Kong e do fim da quarentena voltada aos viajantes no país. No encerramento do dia, as altas foram de 1,89% do Hang Seng, 0,58% de Shanghai, 2,64% do Taiex e 2,63% do Kospi, enquanto a bolsa do Japão permaneceu fechada pelo feriado nacional no país.
Entre as commodities, o barril do petróleo Brent subia mais de 3% aos US$ 80,91 refletindo as expectativas de maior demanda pelo petróleo pelo mundo após o anúncio de relaxamento das medidas restritivas contra covid na China.
Na Europa, as bolsas têm desempenho misto na espera do começo da temporada de balanços empresariais do 4º trimestre de 2022. O índice alemão DAX subia 0,53%, o CAC tinha ganhos de 0,33% e o Euro Stoxx tinha alta de 0,55% enquanto o FTSE tinha quedas de 0,05% e o IBEX tinha perdas de 0,32%.
EUA
Depois de uma sexta-feira (6) com alta de mais de 2% nos principais índices norte-americanos, o pré-mercado desta segunda-feira (9) indica um início de semana com continuidade nos ganhos. Os contratos futuros dos índices registravam altas de 0,26% no Dow Jones, 0,33% do S&P 500 e 0,31% do índice Nasdaq.
Na semana, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA, o CPI, será divulgado na quinta-feira (12) e pode impactar os mercado se o resultado vier desalinhado com as projeções de mercado assim como os números de pedidos semanais por seguro-desemprego do país.
Brasil
Depois de mais uma semana de volatilidade, a semana começa tensa no mercado brasileiro com investidores tentando entender como a invasão dos prédios dos Três Poderes em Brasília pode afetar o preço dos ativos mas, de acordo com especialistas, pode haver algum reflexo em torno dos mercados de bolsa, juros e câmbio.
No começo do dia o ETF EWZ da bolsa brasileira negociado nos EUA já tinha tinha queda de 2,4% no primeiro dia de pré-mercado após a invasão de domingo (8). Os ADRs da Petrobrás chegavam a cair 1,09% e os ADRs da Vale tinha queda de 0,60.
E entre os indicadores da semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo IBGE referente a dezembro é aguardado na terça-feira (10), e a projeção da Anbima é de uma alta de 0,43%, que pode desacelerar a inflação em 12 meses de 5,90% para 5,59%.
Na quarta (11) será divulgada a variação das vendas do varejo de novembro enquanto o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, que é considerado uma prévia do PIB, referente a novembro será divulgado na sexta-feira (13).
Agenda da semana
Data | País/Região | Indicador/Evento |
09/01 | Brasil | Relatório Focus |
09/01 | Brasil | Balança Comercial Semanal |
09/01 | Zona do Euro | Taxa de Desemprego (nov) |
09/01 | Japão | Feriado do Dia do Respeito ao Idoso |
10/01 | Brasil | IPCA (dez e 2022) |
10/01 | EUA | Discurso de Jerome Powell, presidente do Fed |
11/01 | Brasil | Vendas no Varejo (nov) |
11/01 | China | IPC e IPP (dez) |
12/01 | EUA | Índice e Núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (dez) |
12/01 | EUA | Pedidos semanais por seguro-desemprego |
13/01 | Brasil | IBC-Br (nov) |
13/01 | EUA | Índice de Sentimento |
13/01 | Reino Unido | PIB trimestral |
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