Cenário global e bolsa de valores
Os mercados asiáticos tiveram um dia negativo com as quedas de ações ligadas a produção de carvão e de tecnologia da China. Apesar da divulgação do avanço de 10,1% em agosto para 16,3% em setembro do lucro industrial chinês, as atenções se voltaram para a possível escassez de carvão resultante de seu maior uso durante a crise energética enquanto o governo da China intensifica investigações e regulamentações das negociações como forma de conter a alta. No dia, o índice de Shanghai teve -0,98%, Hang Seng -1,57%, Coréia do Sul -0,77% e Japão -0,03%.
As bolsas americanas seguem atingindo máximas históricas com influência da temporada de resultados durante a semana com divulgação de grandes nomes do mercado como Facebook, Microsoft, Google, Twitter e Tesla. O pré mercado de futuros americanos tem Dow Jones com +0,04%, S&P 500 com -0,09% e Nasdaq com -0,15%.
As commodities tem um dia de correção nos preços com Milho -0,35%, Ouro -0,14%, Petróleo Brent -1,11%, Petróleo WTI -1,26% e Bitcoin -6,30%.
Cenário no Brasil
Apesar da temporada de balanços por aqui ter começado, seus resultados não conseguiram impactar o desempenho geral da bolsa por conta do clima de apreensão onde investidores acompanham o desenrolar da PEC dos precatórios, que deve ser votada hoje em plenário após ter passado na comissão especial da câmara. Se o projeto for aprovado, haverá um espaço de R$ 83 bilhões no teto de gastos do governo para financiar o Auxílio Brasil. A medida foi duramente criticada por mudar as regras do teto, reduzindo a credibilidade do governo no controle orçamentário do ponto de vista dos investidores, pressionando ainda mais a alta do dólar em um momento de aversão ao risco.
Após defender a PEC dos precatórios, o ministro da economia Paulo Guedes reforçou que a tarefa de conter a inflação é do Banco Central, que coloca pressão sobre a decisão do Copom sobre a taxa Selic. Em sua última reunião, o Copom afirmou que altas de 1 ponto percentual eram adequadas para garantir a convergência da inflação para a meta do BC em um prazo maior mas atualmente existe um consenso de mercado que o resultado da reunião dessa vez deve ser superior com alguns palpites indo desde 1,25 ponto percentual até 2 pontos percentuais.
A divulgação ontem do IPCA-15 de outubro mostrou um aumento da taxa acumulada em 12 meses de 10,05% para 10,34% agitando ainda mais a curva de juros, que apesar de subir em todos os vencimentos, teve um movimento maior nos vencimentos curtos sinalizando o entendimento do mercado da necessidade do aumento superior a 1 p.p. pelo Copom.
Ibovespa
Aos 106.419,53 pontos, o Índice ainda sente a pressão dos riscos políticos acima dos resultados que estão sendo divulgados. Após a queda da semana passada superior a 7%, a bolsa ainda deve apresentar volatilidade alterando entre dias de baixa e alta porém com uma tendência de baixa no curto prazo. Um possível ponto de reversão para o curto prazo é a superação dos 114.700 pontos para buscar a faixa dos 119.400 enquanto a zona dos 105.800 pontos possa servir como suporte imediato.
Indicadores e eventos |
Brasil |
Relatório Dívida |
IBGE: Pnad Contínua |
Confiança da Indústria |
Copom anuncia decisão sobre a Selic (após as 18h30) |
Fluxo cambial semanal |
Balanços de Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Getnet, Weg e Santander, antes da abertura do mercado, e de Multiplan, Movida, LOG Commercial Properties, Intelbras, Odontoprev, Dexco e Telefônica, após o fechamento do mercado |
EUA |
Balanços de Boeing, Coca-Cola, General Motors e McDonald’s, antes da abertura do mercado, e de Ford, após o fechamento do mercado |
Encomendas de bens duráveis em setembro |
Estoques de petróleo da semana até 22/10 |
Canadá |
BoC divulga decisão de política monetária |