Morning Call: o dia será agitado com ata do Copom, IPCA, balanços e política

Cenário global e bolsa de valores

Após uma segunda-feira cautelosa com os mercados preocupados com a variante Delta do coronavírus, além da perda do ritmo de retomada da economia chinesa com dados de importação e exportação abaixo do esperado e queda das commodities, os principais índices das bolsas americanas fecharam sem direção única. Hoje, no exterior, os investidores permanecem atentos em relação à expectativa de redução de estímulo pelo Federal Reserve, aguardando dados de inflação nos Estados Unidos na quarta-feira em busca de mais indicações sobre esse movimento.

As bolsas europeias operam próximas da estabilidade no início do pregão de hoje, também de olho no avanço da variante Delta ao redor do mundo. A recuperação dos preços do petróleo não é suficiente para deixar os investidores mais otimistas. O mercado ficará de olho para o discurso do presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, abrindo evento da própria distrital (11h); e do presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, em coletiva de imprensa (15h30), qualquer sinal de antecipação da redução de estímulos monetários, poderá repercutir rapidamente nas bolsas de valores ao redor do mundo. Uma má notícia foi o índice Zew de sentimento econômico na Alemanha, que caiu de 63,3 em julho para 40,4 em agosto, enquanto o consenso era de 57,5, mas não chegou a impactar muito a bolsa alemã.

Ásia: na China, bolsa de Xangai fechou em alta de 1,01%, aos 3.529,93 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei subiu 024%, para 27.888,15 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng valorizou 1,23%, aos 26.605,62 pontos; Europa: índice Stoxx 600 sobe 0,22%, aos 471,72 pontos; Bolsa de Frankfurt em leve alta de 0,06%, Londres -0,23%, Paris + 0,02% e Madri -0, 12%; NY / Pré-Mercado: futuro do Dow Jones cai 0,06%, do S&P 500 -0,01% e do Nasdaq + 0,14%; Petróleo: Brent para outubro sobe 0,90%, a US $ 69,66 o barril; WTI para setembro ganha 1,16%, para US $ 67,25; Ouro para dezembro sobe 0,25%, para US $ 1730,75 a onça-troy.

Cenário no Brasil

Como temos acompanhado nos últimos dias, o tema não muda, os precatórios e a agitação política em Brasília seguem no radar dos investidores nesta terça-feira, em dia de divulgação da ata da última reunião do Banco Central e de dados de inflação. Às 8h o BC divulga a ata da reunião em que elevou a Selic a 5,25% e indicou que deve repetir a dose em setembro diante das pressões inflacionárias. O IBGE divulgará os dados de julho do IPCA, um dos indicadores mais importantes do mês. A partir das 9h30, a Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia realiza entrevista coletiva sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras dos precatórios, depois de o presidente Jair Bolsonaro tê-la encaminhado ao Congresso na véspera prevendo o parcelamento dos pagamentos feitos pela União. Ainda no cenário político, pode haver votação da PEC do voto impresso pelo plenário da Câmara, a probabilidade maior neste caso é de que o governo saia derrotado e que este tema seja enterrado de uma vez por todas antes das eleições de 2022, de forma democrática e decidido no congresso.

Índice Bovespa

O Ibovespa fechou em leve alta ontem, tendo BTG Pactual entre os principais destaques positivos antes de balanço hoje, enquanto Petrobras e Vale pesaram, na esteira do declínio dos preços do petróleo e do minério de ferro, além disso, o cenário político e fiscal está impactando na confiança dos investidores. O Ibovespa subiu 0,17%, a 123.019,38 pontos, com volume financeiro de R$ 25,3 bilhões, abaixo da média. O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos).