O número de investidores de Fundos Imobiliários (FIIs) vem crescendo acentuadamente nos últimos anos. De 2020 a junho de 2023, o volume de pessoas físicas que investem nesses ativos quase dobrou, de 1,1 milhão para 2,1 milhões.
É o que mostrou o último Boletim Mensal de FIIs da B3, que ainda revelou que o número de investidores dessa categoria de ativo no Brasil (2.198.615) passou a representar em junho deste ano pouco mais de 1% do total da população do país (203.062.512), levando em conta a estimativa do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com um levantamento do Clube FII, olhando para os principais FIIs (aqueles que compõem a carteira teórica do Ifix), o maior número de cotistas está no fundo Maxi Renda (MXRF11), seguido pelo CSHG Logística (HGLG11) e XP Malls (XPLG11). Confira o ranking completo:
Fabio Louzada, analista e fundador da Eu me banco, menciona que os FIIs são uma boa opção de investimento por diversificarem carteira, reduzirem “o risco de investir em apenas um imóvel” e gerarem dividendos mensais (provenientes de aluguéis). “A vantagem é que o investidor não tem que administrar o imóvel e lidar com manutenções diretamente”, pontua, acrescentando que ainda “há um potencial de valorização de capital”.
Ele acredita que o número de investidores de FIIs deve crescer ainda mais, visto que o Banco Central (BC) provavelmente irá iniciar em breve o processo de corte da taxa básica de juros, a Selic, o que deve favorecer o segmento. “Por ser um investimento fácil, cada vez mais pessoas podem se interessar”, adiciona.
Rafael Bellas, head de fundos de investimento na InvestSmart, também comenta que o volume de pessoas que investem em FIIs deve continuar crescendo cada vez mais. “Os principais fatores que nos ajudam a compreender esse número tão expressivo de investidores são a natureza tangível do investimento e a perspectiva de dividendos mensais isentos de impostos para pessoa física”, diz ele.
“Esse tipo de investimento pode proporcionar uma sensação de segurança e estabilidade, já que estão vinculados a propriedades físicas, que tendem a ter uma valorização ao longo do tempo. Além disso, investir em imóveis físicos pode ser visto como uma forma mais tangível de diversificação de portfólio, pois os investidores têm a oportunidade de adquirir uma variedade de propriedades em diferentes setores e localizações.”
Rafael Bellas, head de fundos de investimento na InvestSmart.
Do mesmo modo, Marx Gonçalves, sócio e analista de FIIs da Nord Research, menciona que o que levou os ativos a caírem na graça dos brasileiros foram alguns fatores: acessibilidade, previsibilidade, liquidez e rentabilidade isenta de imposto de renda.
Porém, os especialistas ressaltam que é preciso também se atentar aos riscos. Os FIIs são investimentos de renda variável, e o investidor precisa avaliar seu perfil antes de optar pelo segmento.
Veja também
- Brookfield põe à venda Pátio Paulista e Higienópolis e decide sair do setor de shoppings
- Cenário para fundos imobiliários mudou: com juro alto, investimento vale a pena?
- JHSF conclui parte de acordo com XP Malls para venda de fatias em shoppings
- Reforma Tributária: contribuição de FIIs e Fiagros será opcional para ‘tranquilizar o mercado’
- Imóveis mundiais perderão 9% do seu valor por conta de tragédias climáticas