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Finanças

Open Finance veio para ficar, mas ainda é desafio, dizem CIOs de bancos

Instituições relataram que a maior parte dos clientes se recusam a compartilhar os dados.

O Open Finance é reconhecido como uma ferramenta importante e que deve permanecer por um longo prazo, porém ainda existem desafios tecnológicos, de uso de dados e de autorização de clientes, afirmaram os CIOs (sigla para “Chief Information Officer”, ou Diretor de Tecnologia da Informação) do Itaú, Santander e Bradesco, durante o evento Febraban Tech nesta quarta-feira (28). 

Edilson Reis, do Bradesco (BBDC4), comentou que “o Banco Central (BC) teve uma sábia decisão em seguir um caminho de padronização” ao implementar o Open Finance. No entanto, ele não descartou que o Bradesco ainda lide com problemas tecnológicos e de liberação de dados por parte dos clientes.

Sede do Banco Central em Brasília 22/03/2022 REUTERS/Adriano Machado

Ele mencionou ainda que o número de usuários que concedem as informações é baixo e, no caso de renovação anual, a situação fica ainda mais difícil. “A taxa de renovação de consentimento ainda está em 4%”, disse, acrescentando que as pessoas não utilizam o recurso porque não veem valor nele.

“Não vai ser de uma hora para outra que vai acontecer… mas [o Open Finace] veio para ficar.”

Edilson Reis, cio do Bradesco.

Do mesmo modo, Ricardo Guerra, do Itaú Unibanco (ITUB4), comentou que o banco vem superando as etapas de implementação, mas que “não adianta ter só o dado, tem que saber usar”. 

Ele também pontuou que outro grande desafio da instituição tem sido a falta de aceitação de compartilhamento de dados por parte dos clientes, visto que é “um modelo diferente do que o mercado está acostumado”.

Para resolver essa questão, Guerra disse que a companhia tem estudado as melhores alternativas para obter as informações e, consequentemente, oferecer produtos. “A gente vem aprendendo… a fazer a oferta certa na hora certa”, mencionou. 

Não diferente, Luis Bittencourt, do Santander (SANB11) e F1RST, disse que a maior dificuldade ainda é a aceitação dos clientes. Por outro lado, ele ressalta que parte desses consumidores têm aprendido que os dados servem, na verdade, para que eles recebam ofertas de acordo com seus perfis e necessidades.

“Muitos já entenderam que vão compartilhar para ter uma melhor oferta… o poder vai de fato para o cliente.”

Luis Bittencourt, cio do Santander.

Momento do Open Finance 

O Open Finance, ou finança aberta na tradução para o português, trata-se do compartilhamento de dados de clientes entres instituições financeiras autorizadas pelo BC, com a finalidade facilitar a troca de informações e contratação de serviços por parte dos interessados. 

Para o BC, antes da tecnologia uma instituição não conseguia ver o relacionamento que seus clientes tinham com outras empresas, o que acabava prejudicando a competição entre elas. 

Agora, com a permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras instituições participantes para acessar os dados autorizados pelos clientes. Todo esse processo é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pela pessoa sempre que ela quiser.

O Open Finance está no mercado do Brasil desde março de 2022.

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