O Open Finance é reconhecido como uma ferramenta importante e que deve permanecer por um longo prazo, porém ainda existem desafios tecnológicos, de uso de dados e de autorização de clientes, afirmaram os CIOs (sigla para “Chief Information Officer”, ou Diretor de Tecnologia da Informação) do Itaú, Santander e Bradesco, durante o evento Febraban Tech nesta quarta-feira (28).
Edilson Reis, do Bradesco (BBDC4), comentou que “o Banco Central (BC) teve uma sábia decisão em seguir um caminho de padronização” ao implementar o Open Finance. No entanto, ele não descartou que o Bradesco ainda lide com problemas tecnológicos e de liberação de dados por parte dos clientes.
Ele mencionou ainda que o número de usuários que concedem as informações é baixo e, no caso de renovação anual, a situação fica ainda mais difícil. “A taxa de renovação de consentimento ainda está em 4%”, disse, acrescentando que as pessoas não utilizam o recurso porque não veem valor nele.
“Não vai ser de uma hora para outra que vai acontecer… mas [o Open Finace] veio para ficar.”
Edilson Reis, cio do Bradesco.
Do mesmo modo, Ricardo Guerra, do Itaú Unibanco (ITUB4), comentou que o banco vem superando as etapas de implementação, mas que “não adianta ter só o dado, tem que saber usar”.
Ele também pontuou que outro grande desafio da instituição tem sido a falta de aceitação de compartilhamento de dados por parte dos clientes, visto que é “um modelo diferente do que o mercado está acostumado”.
Para resolver essa questão, Guerra disse que a companhia tem estudado as melhores alternativas para obter as informações e, consequentemente, oferecer produtos. “A gente vem aprendendo… a fazer a oferta certa na hora certa”, mencionou.
Não diferente, Luis Bittencourt, do Santander (SANB11) e F1RST, disse que a maior dificuldade ainda é a aceitação dos clientes. Por outro lado, ele ressalta que parte desses consumidores têm aprendido que os dados servem, na verdade, para que eles recebam ofertas de acordo com seus perfis e necessidades.
“Muitos já entenderam que vão compartilhar para ter uma melhor oferta… o poder vai de fato para o cliente.”
Luis Bittencourt, cio do Santander.
Momento do Open Finance
O Open Finance, ou finança aberta na tradução para o português, trata-se do compartilhamento de dados de clientes entres instituições financeiras autorizadas pelo BC, com a finalidade facilitar a troca de informações e contratação de serviços por parte dos interessados.
Para o BC, antes da tecnologia uma instituição não conseguia ver o relacionamento que seus clientes tinham com outras empresas, o que acabava prejudicando a competição entre elas.
Agora, com a permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras instituições participantes para acessar os dados autorizados pelos clientes. Todo esse processo é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pela pessoa sempre que ela quiser.
O Open Finance está no mercado do Brasil desde março de 2022.
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