*ARTIGO
Segundo relatório feito pelo Goldman Sachs, o ouro físico vai superar o bitcoin (BTC) no longo prazo. Contudo, não é isso que inúmeros usuários pensam, visto que o BTC foi eleito o melhor ativo da década por 3 vezes seguidas e tem ganhado o coração de instituições, países e investidores como a melhor reserva de valor.
O banco mencionou que a proposta de valor do bitcoin é baseada em sua utilidade potencial e em seu nível de adoção futura, o que, de fato, é verdade. Assim sendo, a própria fala do Goldman Sachs vai contra seu próprio relatório, pois a adoção do BTC cresce desde que surgiu em 2008.
Para se ter uma ideia de tal ascensão, segundo análise feita pela empresa Blockware Intelligence, espera-se que o BTC seja usado por cerca de 50% da população mundial até 2036.
Projeção de adoção global do bitcoin, do qual deve alcançar 50% da população até 2036/ Fonte: Relatório Blobkware Solutions 2022
Então, numa época exponencialmente tecnológica cunhada por uma geração de nativos digitais, será mesmo que o ouro vai ser páreo para superar o bitcoin no longo prazo?
O que faz uma boa reserva de valor?
As propriedades de uma boa reserva de valor são durabilidade, portabilidade, fungibilidade, divisibilidade e especialmente escassez.
O ouro cumpre essas propriedades muito bem, tanto que se tornou o ativo preferido da humanidade para a preservação da riqueza por 5.000 anos. No entanto, o seu fornecimento não é limitado, pois sempre há possibilidade de novas descobertas jazidas.
Isso sem contar que estima-se que ainda haja mais de 50.000 toneladas métricas de ouro no solo, onde os mineradores, por exemplo, podem aumentar sua extração e diminuir drasticamente a escassez — e valor — do metal.
Além disso, não se pode ignorar que os tempos são outros: a maioria das pessoas das gerações mais jovens nunca viu o metal pessoalmente e sua aceitação em uma sociedade digital tende a cair.
Qualidades de reserva de valor, com ‘plus’ da descentralização
Direto ao ponto, o bitcoin tem oferta matematicamente limitada de apenas 21 milhões de unidades, onde sua taxa de emissão é conhecida e cai pela metade a cada 4 anos — ou seja, possui uma escassez que nem mesmo o ouro possui.
Reforçando ainda mais seu valor, a moeda é 100% digital e funciona de maneira descentralizada, onde depende de uma rede de computadores globalmente distribuída, e não de uma entidade central ou governo para ditar suas regras.
Sem dúvidas, o bitcoin — ainda — tem alta volatilidade e pode gerar desconfiança quanto a sua valorização futura. Porém, inegavelmente, sua oscilação de preços tem diminuído pouco a pouco desde seu início.
Em outras palavras, o bitcoin é escasso, seguro, portátil e de fácil transporte. Sendo assim, o BTC possui características perfeitas para que se torne cada vez mais caro e a previsão feita pelo Goldman Sachs tem tudo para estar errada.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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