Petroleiras disparam com avanço do petróleo; Grupo Pão de Açúcar despenca

As companhias que atuam com commodities tiveram viés positivo no Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, nesta segunda-feira (25), em especial os papéis das petroleiras que intensificaram os ganhos em meio ao avanço do preço do petróleo no exterior.

Por outro lado, as ações do Grupo Pão de Açúcar, conglomerado brasileiro com atuação no comércio, tanto no varejo quanto no atacado, apresentaram a maior queda do indicador após previsões do JPMorgan.

As ações da fabricante de aeronaves Embraer inverteram o viés de alta e fecharam em queda após anunciar a entrega de 32 jatos no segundo trimestre deste ano, além de registrar aumento da carteira de pedidos firmes no período.

A administradora de shoppings Aliansce Sonae fechou em queda após informar que assumiu a administração do shopping Eldorado, em São Paulo.

Confira os destaques registrados no dia:

Commodities

As ações das empresas que atuam com commodities fecharam em alta, acompanhando a subida do preço do minério de ferro, que encerrou em alta 0,35% na bolsa de Dalian, na China, e do petróleo, que, por volta das 17h50, os contratos futuros do tipo Brent subiam 1,12%, enquanto o WTI avançava 1,47%.

“Na China, a grande notícia deste final de semana foi a criação de um fundo de US$ 44 bilhões para sustentar o mercado imobiliário. Os chineses vêm mostrando uma atuação mais consistente no mercado que sofria com a inadimplência e seus riscos, trazendo alívio para o minério de ferro”, disse a Ativa Investimentos em comentário.

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, disse em comentário que o petróleo brent se valorizou ao longo do dia em função da Rússia ter anunciado que reduzirá novamente o fluxo de gás da Europa via Nord Stream, de 40% para 20%, a partir da madrugada de quarta-feira, “o que aumenta o preço por conta da possível oferta menor”.

A única excessão do dia foram os papéis da CSN Mineração.

Grupo Pão de Açúcar

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) afundou 7,04%, para R$ 15,71, menor fechamento desde a listagem do Assaí no início de 2021, após o JPMorgan rebaixar a recomendação do papel de “overweight” para “neutra” e cortar o preço-alvo em cerca de 43%. O banco previu menor visibilidade de gatilhos para ação que justifiquem uma recomendação mais favorável.

Embraer

A Embraer (EMBR3) fechou em baixa de 0,67%, para R$ 11,79. A companhia informou a entrega de 32 jatos no segundo trimestre de 2022, incluindo 11 comerciais e 21 executivos.

Além disso, a carteira de pedidos firmes encerrou o trimestre em US$ 17,8 bilhões, o nível mais alto desde 2018 e um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

Thais Cascello, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano, analistas do Itaú BBA, projetavam 12 jatos comerciais e 18 executivos para o segundo trimestre. Em relatório, o trio considerou o número de entregas fraco, o que deve deixar a empresa ainda mais longe do topo de seu guidance (projeção) para 2022.

Os analistas consideraram ainda que os números fracos de entregas podem ofuscar as notícias de uma carteira de pedidos “robusta”.

Aliansce Sonae

A Aliansce Sonae (ALSO3) caiu 0,24%, para R$ 16,64. A empresa celebrou contrato para assumir a administração do Shopping Eldorado, localizado na capital paulista.

Em comunicado, a empresa informou que considerando o portfólio da potencial companhia combinada entre Aliansce Sonae e a Br Malls Participações, o Eldorado seria o terceiro maior em vendas totais.

“Assumir a administração do Eldorado, neste momento, reforça a tese estratégica da companhia sobre sinergias e alavancas comerciais como um dos pilares do racional para a fusão com a brMalls. Adicionalmente, a Aliansce Sonae ratifica que, no presente, não está envolvida em negociações para aquisição de participação no Shopping Eldorado”.