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Finanças

Tesouro IPCA+ fica negativo em agosto; veja o ranking dos investimentos no mês

Além da renda variável, títulos públicos com prazo mais longo também sofreram com o aumento das incertezas sobre o teto de gastos no último mês.

Tesouro Direto

Os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação de longo prazo (Tesouro IPCA+) ficaram entre as aplicações com retorno negativo no mês de agosto. O IMA-B, índice da Anbima que mede o desempenho destes papéis, recuou 1,80% no mês passado, o pior desempenho entre as referências de renda fixa. Só ganhou de alguns índices de ações e do Ibovespa, que amargou uma desvalorização de 3,44%.

A performance ruim destes ativos teve relação direta com a piora do sentimento em relação ao quadro fiscal em agosto. O impasse entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, em torno do programa Renda Brasil, elevou a desconfiança do mercado com o cumprimento do teto de gastos.

Como efeito, os ativos de risco sofreram perdas maiores e os títulos de prazos mais longos passaram a exigir taxas mais altas, embutindo o risco fiscal. Tanto que o Tesouro Nacional precisou pedir recursos para o Banco Central no final do mês, para conseguir honrar seus compromissos com os juros da dívida pública.

Considerando o resgate antes do vencimento, quem comprou papéis do Tesouro IPCA+ com prazo em 2045 teria uma rentabilidade negativa de 9,45% se retirasse o dinheiro investido no final do mês. Já um título do Tesouro Selic (que acompanha a variação da taxa básica de juros) que vence em 2025, prazo mais longo disponível, obteve rentabilidade de 0,15% em agosto.

Mas a pior referência entre os investimentos foi o índice que reúne ações do setor de construção civil, o IMOB, que recuou 5,16% no último mês.

Euro ganhou força no mundo

Na ponta positiva, o euro liderou os ganhos de agosto em relação a outras moedas, com valorização de 6,45%, enquanto o dólar valorizou 5,06% em relação ao real. No primeiro caso, a moeda da Zona do Euro vem ganhando espaço frente ao dólar, que enfraqueceu frente a outras moedas fortes, diante do excesso de liquidez global injetada pelos bancos centrais e juros próximos de zero nos EUA.

Mas a deterioração do cenário fiscal do Brasil vem forçando uma desvalorização do real contra o dólar, passando a ilusão de que a moeda americana estaria mais fortalecida. No acumulado de 2020, ela avançou 36,69% em relação ao real.

O ouro foi outro ativo que continuou ganhando destaque no último mês, após ter ultrapassado a marca recorde de US$ 2 mil por onça troy. O metal precioso acumulou alta de 69% no ano até o mês passado, com investidores em busca de uma alternativa segura frente às incertezas causadas pela pandemia da covid-19.

RANKING DE INVESTIMENTOS EM AGOSTO DE 2020

Do pior para o melhor, em variação percentual:

ATIVO/ÍNDICECATEGORIAAGOSTO
Setor imobiliário (IMOB)*Renda variável-5,16%
IbovespaRenda variável-3,44%
Índice de dividendos (IDIV)*Renda variável-2,63%
Tesouro IPCA (IMA-B)Renda fixa-1,80%
CDBs (média)Renda fixa0,10/0,20% 
Fundos DI (média)Renda fixa0,13/0,23% 
PoupançaRenda fixa0,13%
Tesouro Selic (IMA-S)Renda Fixa0,16%
Fundos de renda fixa (média)Renda fixa0,16/0,26% 
Fundos de ações (livre)**Renda variável0,19%
IPCA (estimativa)Inflação0,21%
Small Caps (SMLL)*Renda variável0,24%
Fundos multimercados (livre)**Renda variável0,26%
Ações de varejo (ICON)*Renda variável0,37%
Fundos imobiliários (IFIX)*Renda variável1,75%
IGP-MInflação2,74%
OuroRenda variável4,42%
Dólar/realRenda variável5,06%
Euro/mercadoRenda variável6,45% 

*Até 28/08

**Até 27/08, último dado disponibilizado pela Anbima

Fonte: B3, Fabio Colombo, Anbima e Banco Central

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