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Finanças

Turismo de volta? Analista explica alta da CVC na B3

Papéis da operadora de turismo encerraram a segunda-feira (12) com valorização de 7,29%, negociados a R$ 27,36.

Rio de Janeiro, Brasil. 05/05/2014 REUTERS/Sergio Moraes

O avanço da vacinação, a ampliação no horário de funcionamento dos comércios e, consequentemente, o maior apetite do consumidor para viagens nacionais podem estar entre os motivos para a subida no preço das ações da CVC (CVCB3), maior agência de viagens do paíus, nesta segunda-feira (12), de acordo com Eric Huang, analista da Eleven Research.

Os papéis da operadora de turismo encerraram o dia com valorização de 7,29%, negociados a R$ 27,36. O preço oscilou entre R$ 25,75 e R$ 27,44, com volume financeiro de R$ 210,7 milhões. No ano de 2021, a companhia acumula alta de 38,26%. Já no mês de julho, o recuo é de 1,29%.

O efeito da vacinação, porém, não é o único motivo para a elevação dos preços na visão do especialista da Eleven. Huang acredita que a estratégia de dar transparência às iniciativas adotadas durante a pandemia também podem ter contribuído com o movimento de busca pelo papel.

Melhor performance financeira

O uso de ferramentas de relacionamento com o cliente (CRM), que têm ajudado a CVC precificar melhor os produtos aos clientes, além do lançamento do programa de capitalização junto ao mercado de ações, em julho do ano passado, que visa melhorar a performance financeira da operadora, são alguns exemplos.

“O fato de a empresa trazer a atualização dessas iniciativas a cada trimestre tem sido um ponto importante para ganhar a confiança do investidor”, informou.  

Além disso, o mercado tem desmonstrado que está confiante na recuperação da companhia. No último dia 28, as ações da CVC chegaram a fechar em alta de 3,62% após o Bank of America (BofA) elevar a recomendação dos papéis de neutro para compra com preço-alvo em R$ 33 – o que significa uma valorização de 20,6% em relação ao pregão desta segunda.

Em último relatório da Eleven, divulgado no dia 22 de junho, a casa de investimentos também recomendou compra para as ações da companhia com preço-alvo em R$ 36, avanço de 31,6% em relação ao encerramento do mercado desta segunda-feira (12).

Aumento de capital

Em junho, a CVC também comunicou um aumento de capital privado no montante máximo de R$ 480 milhões. O preço fixado para este aumento foi de R$ 19,12 por ação. Na data do anúncio, a companhia chegou a liderar as altas do Ibovespa.

Por outro lado, o preço da ação da CVC ainda está descontado em relação aos níveis pré-pandemia, o que pode justificar a valorização, segundo o especialista da Eleven. No início de 2020, quando a covid-19 ainda não tinha dado às caras no Brasil, os papéis da operadora estavam na casa dos R$ 40, preço 46% menor em relação ao patamar atual.  

Diante de um cenário mais otimista, o analista Huang estima que entre 2022 e 2023 a CVC retome os níveis de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) apresentados antes da pandemia, com margens de 24% e 35,7% respectivamente, números similares aos apresentados em 2018, por exemplo.

“Trazemos uma curva de recuperação mais otimista a partir de 2022, bem como incorporamos um take-rate (margem) estruturalmente mais elevado, refletindo as tendências observadas no primeiro trimestre de 2021, além da implementação das estratégias de precificação dinâmica e CRM”, informou.

Embora possa ser um indício de retomada do setor de turismo, para o analista da Eleven ainda é cedo para prever se a recuperação no preço dos papéis é uma tendência para o setor de turismo como um todo. “O segmento doméstico já tem um pouco dessa retomada, conforme a aceleração da vacinação, mas hoje ainda há limitações, como é o próprio turismo internacional, que ainda não sabemos quando deverá retomar”, explicou.

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.