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5 fatos para saber hoje: prejuízo da Cielo e leilões de ativos

CSN e Cielo divulgaram seus balanços ontem, mostrando um resultado ruim no segundo trimestre.

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1 – Brasil terá mais 100 leilões de ativos até final do mandato

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse ontem (28) que a superação de gargalos que envolviam direitos dos trabalhadores, obtida com a reforma trabalhista, já foi percebida pelos investidores estrangeiros e, com o portfólio de ativos atraentes para leilões no país; a trajetória de recuperação fiscal; e a queda da taxa básica de juros (Selic), representa um conjunto de fatores que colocam o Brasil na mira dos investidores.

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Freitas disse que toda essa conjuntura permitirá que, até o final do mandato, mais de 100 leilões de ativos sejam implementados pela pasta e destacou os projetos de concessão das rodovias BR-116/101 (a Nova Dutra, entre Rio de Janeiro e São Paulo) e a BR-163, no Pará, e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, além da sexta rodada de concessão de 22 aeroportos.

“Se colocarmos em um gráfico países de dimensão continental, acima de 5 milhões de quilômetros quadrados (km²), com uma população gigantesca, acima de 200 milhões de habitantes, portanto, com grande mercado consumidor, e PIB [Produto Interno Bruto] acima de US$ 1 trilhão, veremos que, na intersecção desse diagrama, teremos apenas três países: Brasil, China e Estados Unidos”, disse Freitas, ao participar do webinar Invest Brasil Infraestructure 2020, promovido pela Apex-Brasil. “Isso, por si só, já chama a atenção dos investidores estrangeiros.”

2 – Cielo reverte lucro e tem prejuízo líquido de R$ 75,2 mi no 2º trimestre

A Cielo, controlada por Bradesco e Banco do Brasil, teve prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro líquido de R$ 428,5 milhões identificado em igual período do ano passado. No primeiro trimestre, a empresa teve lucro de R$ 166,8 milhões. É a primeira vez que a Cielo entrega um prejuízo trimestral em sua história.

Os números da líder do setor das maquininhas, que já sofriam a influência do aumento da concorrência de novos competidores, foram ainda mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Com as medidas de isolamento social adotadas para conter a propagação da doença no País, o varejo viu seu faturamento despencar, o que acertou em cheio o volume de transações financeiras capturadas pela Cielo.

A geração de caixa medida pelo Ebitda da Cielo somou R$ 236 milhões no segundo trimestre, declínio de 69,7% sobre o resultado de igual período de 2019. Em relação aos primeiros três meses de 2020, foi verificada redução de 58,9%.

3 – CSN tem lucro líquido de R$ 445,9 milhões no 2º trimestre, queda de 76,4%

Com um trimestre refletindo os efeitos da pandemia do covid-19, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) reportou um lucro líquido de R$ 445,9 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 76,4% ante o observado no mesmo intervalo do ano passado. O resultado, contudo, reverte prejuízo de R$ 1,312 bilhão visto nos três primeiros meses do ano.

Apesar do resultado no segundo trimestre e os efeitos na operação, a CSN informou em suas notas explicativas que não espera impactos significativos em seu negócio. “A Companhia continua avaliando permanente e detalhadamente os efeitos causados pela covid-19 em seus negócios, uma vez que a partir da última semana de março as atividades econômicas no Brasil foram reduzidas drasticamente, tendo sido impostas restrições e medidas de distanciamento social com a finalidade de reduzir a circulação do vírus. Algumas dessas restrições vêm sendo gradativamente flexibilizadas pelas autoridades e a Companhia não espera impactos significativos em seus negócios”, destaca no documento.

No segundo trimestre, a CSN viu sua venda de aço cair 14% na relação anual, para 1,003 milhão de toneladas. Em relação aos três meses anteriores, o recuo foi de 12%. Ao contrário do primeiro trimestre, o período de abril a junho foi integralmente afetado pela pandemia do covid-19, que colocou o País em distanciamento social.

4 – Em junho, fluxo de clientes tem queda de 75% em shoppings e 48% em lojas de rua

O fluxo de clientes em shopping centers caiu 90,78% em maio e 75,94% em junho na comparação com 2019. As lojas de rua viram seu movimento reduzido em 85,26% e 48,55% nos mesmos meses. Os números são do mapeamento de fluxo semestral da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), com dados da FX Retail Analytics, empresa especializada em monitoramento de fluxo para o varejo.

Se na comparação anual o fluxo de pessoas no comércio segue caindo, na análise mês a mês de 2020 há uma melhora no movimento. Em junho, os shopping centers tiveram aumento de 126% no fluxo de clientes em comparação com o mês anterior. Para as lojas físicas, o avanço foi de 194%.

O mapeamento indica que o segmento de Drogaria começou a apresentar maior frequência de queda em relação ao início da pandemia. Mesmo caindo menos do que a maioria das categorias, o recuo chegou a 47% em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já os eletroeletrônicos lideram com força a retomada, com aumento de 585% de fluxo nas lojas no mês de junho sobre maio.

5 – Fundo sueco para de investir na JBS por questões ambientais

O grupo sueco Nordea Asset Management, que conta com € 220 bilhões sob gestão, decidiu excluir a empresa de carnes JBS de todos os fundos que administra. Segundo Eric Pedersen, o chefe da área de Investimentos Responsáveis da gestora, a decisão se deu após um período de conversas entre o Nordea e a empresa brasileira, em que questões relativas ao meio ambiente e à governança corporativa não foram respondidas a contento.

“A Nordea Asset Management decidiu, este mês, excluir a JBS de todos os nossos fundos. A decisão foi tomada pelo nosso Comitê de Investimentos Responsáveis e após um período de engajamento com a empresa, onde não sentimos que estávamos vendo a resposta que estávamos procurando”, disse Pedersen, em comunicado enviado ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Nessa interação com a JBS, destacou ele, foram contempladas diversas questões relacionadas à temática ESG (ambiental, social e de governança corporativa, nas iniciais em inglês). Dentre elas, o risco de desmatamento na cadeia de suprimentos da empresa, a forma que a empresa tem lidado com as acusações de corrupção e, ainda, a maneira como foi tratada a segurança de seus funcionários em meio à pandemia da covid-19.

*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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