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Ceia de Natal fica 16% mais cara em 2022 e pesa no bolso do brasileiro

Levantamento da FGV também aponta que a inflação do Natal, que inclui o preço dos presentes, ficou em 11,03% em 12 meses.

A tradicional ceia natalina está mais salgada neste ano e a compra dos alimentos em feiras e supermercados virou um verdadeiro desafio para as famílias brasileiras. A ceia de Natal ficou 16,48% mais cara do que no ano passado, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE).

Segundo a FGV, a inflação do Natal, que calcula preços dos principais itens da ceia e da lista de presentes do brasileiro, teve aumento de 11,03%.

A aposentada Vera Figueiredo, 70 anos, teve que abusar da criatividade para conseguir fazer uma confraternização neste ano para 30 pessoas.

Nós estamos fazendo uma ceia com petiscos, vamos fazer tortinhas, mini hambúrgueres, brusqueta, escondidinho. A gente modificou totalmente o cardápio do Natal. Estamos aqui discutindo o que fica mais barato, comprar o sorvete pronto ou fazer o pavê.”

Vera Figueiredo, 70 anos

Aposentada vendo os preços de alimentos para ceia de Natal. Crédito: Tatiana Santiago

Ela estima que vai conseguir economizar cerca de 30% do que gastaria comprando os itens de uma ceia tradicional excluindo o peru e outras aves comercializadas nesta época do ano. Até a sobremesa ficou ameaçada com a alta do preço do leite longa vida, usado na maioria dos doces, de mais de 18%.

A inflação natalina aumentou quase o triplo da inflação geral no último ano. Nos últimos 12 meses (entre dezembro de 2021 e novembro de 2022), a inflação do Natal ficou em 11,03%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI) registrou 4,53% no mesmo período.

Outra consumidora de um supermercado na Zona Norte de São Paulo também teve que optar por uma ceia mais enxuta e excluir as tradicionais carnes natalinas do seu cardápio para economizar.

“Está tudo muito caro. A parte de carnes congeladas não foi comprar, vou fazer o frango normal”, afirmou a aposentada Nalva Silva, 58 anos.

Ceia indigesta

O principal vilão do aumento da inflação foi a cebola, que teve alta de 167,62% nos últimos 12 meses.

Outros alimentos que vão impactar o preço da ceia são as frutas (38,82%), farinha de trigo (30%), maionese (29,93%), batata inglesa (29,92%), ovos (20,08%) e o leite longa vida, que apesar das recentes quedas em seu preço desde setembro, ainda acumula alta em 12 meses de 18,75%.

“O que mais se destacou foi o preço dos alimentos. A gente vem sofrendo, principalmente a população mais pobre, há 3 anos com a inflação dos alimentos, especialmente dos alimentos in natura como os hortifrutis.”

economista Matheus Peçanha, da FGV IBRE

Cebola foi a vilã da inflação e teve aumento de mais de 167% em 12 meses. Crédito: Tatiana Santiago

Peçanha mencionou problemas climáticos que afetou a produção dos pequenos e médios produtores, que são os maiores responsáveis pelo abastecimento no país.

“A gente vê um recuo das áreas plantadas, por isso, que a gente tem visto uma inflação tão persistente nesses itens.”

O único produto da cesta que teve redução de preço foi o arroz (-1,63%), mas outros destaques importantes, com preços praticamente estáveis ao longo do ano, são as carnes suínas: lombo (0,13%) e pernil (0,64%).

Consumidores escolhem frutas em um supermercado de SP. Crédito: Tatiana Santiago

Presentes

E quem não aproveitou a Black Friday, no fim de novembro, e vai comprar um presente de última hora irá desembolsar um pouco mais que em 2021. A média da variação de preços dos presentes mais procurados ficou em 6,95%.

O maior peso foi de itens do vestuário (10,62%), seguido de acessórios (6,38%), recreação e cultura (5,89%) e, por último, eletrônicos (0,34%). Os únicos produtos que tiveram queda no preços no último ano foram os aparelhos celulares (-,012%) e as bicicletas (-0,33%).

O economista da FGV ressalta que é preciso pesquisar para economizar.

“É importante ter cautela, planejar bem seu consumo e usar o crédito de modo responsável”, disse ele.

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