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Ficou sabendo? Yuan substitui dólar; montadoras têm demanda – menos suprimentos

Anfavea mantém perspectiva de dificuldades na produção por problemas de suprimentos de peças.

Confiança da indústria do Brasil vai em fevereiro à mínima desde meados de 2020
Carros recém-produzidos em estacionamento de fábrica em São Bernardo do Campo, SP – REUTERS/Paulo Whitaker

Yuan chinês substitui dólar e euro na Rússia

O yuan chinês está substituindo o dólar e o euro nas contas bancárias russas em meio a sanções ocidentais. Segundo relatório realizada pelo jornal financeiro russo Kommersant ,  os grandes bancos viram um aumento nos fundos sendo convertidos de dólares e euros em yuans. Novas contas também estão sendo abertas com yuan.

No Tinkoff Bank, o volume de fundos de contas em yuan aumentou oito vezes. O MTS Bank teve um salto de quatro vezes e o do Bank Saint Petersburg aumentou 3,5 vezes.

A mudança ocorre enquanto os países ocidentais continuam a impor severas sanções financeiras à Rússia por sua guerra à Ucrânia, incluindo limitações ao uso de moeda estrangeira. Mas como a China não participou das sanções de guerra, o acesso ao yuan permanece aberto, tornando-o uma possível alternativa de moeda . 

Segundo entrevista do consultor financeiro Yugar Aliyev ao jornal russo,  uma mudança radical está em andamento. No médio prazo, disse ele, o yuan “não apenas substituirá o dólar em acordos com a China, mas também se tornará um meio mais confiável de acordos internacionais para empresas russas”.

Mas enquanto as transações com a moeda chinesa cresceram, o dólar e o euro continuam dominantes em todo o mundo.

Petrobras reduz preço do gás de cozinha

A Petrobras informou nesta sexta-feira que vai reduzir em 5,6%, a partir de sábado, o preço do gás de cozinha (GLP) para as distribuidoras, a primeira diminuição desde março de 2020, contando com um alívio na cotação do petróleo e no câmbio.

Os preços do gás de cozinha –um item que influencia os índices inflacionários e pesa especialmente no bolso dos mais pobres– acompanharam uma escalada das cotações do petróleo Brent nos últimos dois anos, assim como um fortalecimento do dólar frente ao real.

Mas recentemente o Brent perdeu força em relação à máxima de 139 dólares o barril registrada em março –maior nível desde 2008–, sendo negociado agora apenas um pouco acima de 100 dólares. Além disso, o dólar está relativamente mais fraco frente o real, desvalorizando-se no acumulado do ano cerca de 15%.

“Acompanhando a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior para o GLP, e coerente com a sua Política de Preços, a Petrobras reduzirá seus preços de venda às distribuidoras”, disse a companhia em nota.

O pico do petróleo em março havia influenciado uma alta de 16% no GLP realizada no mês passado pela Petrobras, assim como no reajuste de cerca de 25% no diesel e de quase 19% na gasolina, naquela oportunidade.

Esses aumentos expressivos deixaram insatisfeito o presidente Jair Bolsonaro, que decidiu por uma troca do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, que deverá ficar no cargo até que o novo indicado assuma o posto, após uma assembleia na próxima semana.

A Petrobras ressaltou que o reajuste foi técnico, reiterando “seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado”.

A empresa informou que o valor do GLP passará de 4,48 para 4,23 reais por kg, equivalente a 54,94 por botijão de 13 kg, “refletindo redução média de 3,27 reais por 13 kg”.

Antes do anúncio desta sexta-feira, a última redução de preço do GLP havia sido em 31 de março de 2020, quando a cotação passou para 21,84 reais o botijão de 13 kg.

A diminuição do preço às distribuidoras, se chegar aos consumidores, poderá trazer um pequeno alívio para o bolso dos brasileiros, em momento em que a inflação em 12 meses atingiu 11,30%, conforme dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira.

O Sindigás, que representa as distribuidoras de gás, disse que os preços do GLP são livres em todos os elos da cadeia e suscetíveis às variações do mercado, e que não comenta oscilações de valores.

“As distribuidoras associadas não reportam ao Sindigás qualquer aumento ou baixa de preço e não há como fazer uma previsão ao consumidor”, disse em nota.

Ainda de acordo com o Sindigás a escalada de preços, desde o início de 2020, vem reforçando a necessidade de ampliação do acesso ao botijão de gás aos mais vulneráveis por meio de programas sociais.

Já a Abegás, representante dos distribuidores de gás canalizado, disse que a redução anunciada nesta sexta-feira pela Petrobras “é um indicador da capacidade da empresa para ofertar combustível a preços mais competitivos”.

Em nota, a Abegás ainda fez “um apelo à Petrobras para que adote o mesmo tratamento ao gás natural”, dizendo que isso é fundamental para beneficiar diretamente os mais de 4 milhões de clientes residenciais, comerciais, industriais e usuários de GNV.

Disputa

Algumas distribuidoras de gás natural estão em disputas judiciais com a Petrobras sobre um reajuste nos preços.

Além da Gasmig, de Minas Gerais, controlada pela Cemig, que conseguiu na Justiça nesta semana reduzir o valor do gás contratado junto à Petrobras, mais cinco distribuidoras estaduais também obtiveram liminares contra o reajuste da estatal.

Montadoras têm demanda mas falta suprimentos

Um dos maiores clientes da indústria automotiva brasileira, as locadoras de veículos, podem ficar mais um ano sem terem suas necessidades de renovação de frota plenamente atendidas, diante das dificuldades das montadoras em entregar carros.

O quadro foi informado nesta sexta-feira pelo presidente da associação de montadoras, Anfavea, Luiz Carlos Moraes, e mantém uma perspectiva de dificuldades de produção por problemas em suprimentos de peças para além de meados do ano. No ano passado, expectativas do próprio setor de locadoras davam conta de que a crise estaria com os problemas encaminhados a partir deste trimestre.

“Para o lado da demanda temos 600 mil veículos (para as locadoras), mas não sabemos se vamos poder entregar 600 mil por causa da limitação da produção ainda neste ano”, disse Moraes a jornalistas. “Mas pelo menos 400 e poucos mil seria razoável considerar como possível entregar para este setor neste ano”, afirmou o presidente da Anfavea.

Segundo Moraes, em 2020 as locadoras compraram da indústria automotiva 360 mil veículos e em 2021 as encomendas somaram 442 mil unidades, o que corresponde a cerca de 20% dos emplacamentos de veículos leves do país. Os volumes nesses anos também foram menores do que a necessidade de renovação da frota das locadoras, disse o presidente da Anfavea.

A produção de veículos do Brasil no primeiro trimestre foi uma das mais baixas para o período dos últimos anos, despencando 17% sobre um ano antes, para 496 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Considerando apenas os veículos leves, a queda foi de 18,5%, a 456 mil unidades.

Já as vendas do período caíram 23,2%, a 405,7 mil veículos, com recuo de cerca de 25% nos leves.

A Anfavea conta exatamente com a demanda das locadoras e de outros grandes frotistas para cumprir suas expectativas deste ano, com projeção de alta de 8,5% nos licenciamentos, para 2,3 milhões de veículos.

Fatores com a guerra na Ucrânia, que voltou a atingir a cadeia de suprimentos de componentes e a gerar alta de custos não estavam incluídos quando a expectativa foi divulgada no início de janeiro.

Nas contas da Anfavea, o primeiro trimestre deveria ter registrado produção de 525 mil veículos, mas o número final foi de 30 mil unidades a menos.

“É possível recuperarmos isso nos próximos trimestres (para cumprir a estimativa para o ano), mas temos risco dessa recuperação gradativa não acontecer ao longo dos próximos trimestres”, afirmou Moraes. Ele se referiu às incertezas trazidas pelo conflito europeu e pelas novas ondas de Covid-19 que estão obrigando importantes centros de componentes eletrônicos da China a promoverem lockdowns.

Considerando apenas março ante fevereiro, a produção de veículos do Brasil subiu 11,4% e as vendas cresceram 10,9%, mas foram apoiadas em uma fraca base de comparação com o mês mais curto. O número de veículos montados no país somou 184,8 mil unidades no mês passado e o de emplacados foi de 146,8 mil.

Na comparação com março do ano passado, a produção recuou 7,8% e os licenciamentos tiveram baixa de 22,5%.

Segundo a Anfavea, as exportações em unidades tiveram incremento de 5,8% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 38,9 mil unidades. No trimestre, as vendas externas do setor avançaram 12,8%, a 108,1 mil veículos.

*Com informações da Reuters

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