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Desdobramento de ações: o que é e como funciona?

O desdobramento de ações ajuda a reduzir o preço dos ativos, mas não afeta o valor aplicado pelo investidor; saiba mais.

A imagem mostra um iPhone branco exibindo um gráfico de cotação de ações. O celular está em cima de uma folha de papel em que foi impressa uma tabela com vários dados. (Foto: Pexels / Olya Kobruseva)

Entre os investidores da bolsa de valores, o desdobramento de ações (split) de empresas de capital aberto é um assunto que costuma gerar dúvidas. Veja abaixo os principais pontos para entender como isso funciona.

O que é desdobramento de ações?

O desdobramento de ações é um processo no qual as empresas dividem suas ações para aumentar o número de ativos em circulação. Também chamado de split (dividir, em inglês), o desdobramento faz com que o preço das ações seja dividido na mesma proporção. 

Com isso, os acionistas passam a ter mais ativos da empresa, mas o valor investido nesses papéis permanece inalterado. O objetivo do desdobramento de ações é dividir o market cap da empresa em um número maior de ações, fazendo com que a cotação inicial seja menor e a liquidez dos papéis aumente. 

Em geral, os desdobramentos podem acontecer na proporção de 1:2, 1:3 ou 1:10, ou seja, o investidor passa a ter sua quantidade de ações multiplicada por duas, três ou dez vezes.

Assim, uma ação de uma empresa que valia R$ 40, por exemplo, pode ser desdobrada na proporção de 1:10 e resultar em 10 ações de R$ 4, ou na proporção de 1:2, resultando em duas ações de R$ 20.

Seguindo esse último exemplo, um acionista que possuía R$ 8 mil em ativos dessa empresa continua tendo esse mesmo valor total aplicado. Porém, em vez de ter 200 ações em sua carteira de investimentos, ele agora teria 400.

É importante notar, contudo, que o desdobramento de ações causa um aumento no número absoluto de ativos disponíveis, o que não significa um aumento proporcional. Ou seja, se um acionista tinha uma participação de 0,001% na empresa X, após o split, ele continuará a ter essa mesma proporção. 

Por que empresas fazem split de ações?

O principal motivo pelo qual uma empresa pode decidir fazer um desdobramento de ações é buscar a redução do preço de suas ações. Em geral, essa decisão é tomada pelo Conselho de Administração da organização quando o custo é considerado muito elevado.

O desdobramento de ações é feito somente após uma análise aprofundada do posicionamento da empresa no mercado de capitais, e faz parte de uma estratégia de negócios da organização.

Como o split multiplica o número de ações disponíveis no mercado financeiro e faz com que seu preço caia proporcionalmente, os ativos da empresa acabam se tornando mais acessíveis. Assim, eles podem ser comprados por uma quantidade maior de investidores interessados que antes não poderiam adquirir os papéis.

Algumas análises de investimentos atribuem a valorização de algumas ações a longo prazo às estratégias de desdobramento realizadas ao longo dos anos. Esse também é um motivo pelo qual esse tipo de operação tem o potencial de atrair novos acionistas.

A base de investidores maior contribui para que a liquidez das ações cresça, já que o dinheiro investido na empresa fica mais disperso. 

Outro atrativo para que as organizações façam um desdobramento de ações é a cobertura midiática, já que o slip costuma chamar a atenção e repercutir entre os veículos de imprensa e o público em geral, aumentando o interesse pelas ações. 

Quais empresas já fizeram desdobramento de ações?

Diversas empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, já fizeram split de suas ações. Confira abaixo alguns cases: 

Ambev

Em dezembro de 2010, a Ambev (dona das marcas Brahma, Antarctica, Pepsi, Gatorade, Skol, entre outras) anunciou uma proposta de desdobramento de suas ações – AMBV3 e AMBV4 – na proporção de 1:5, sem que houvesse qualquer alteração do montante financeiro do capital social total da Ambev.

Vale lembrar que AMBV3 e AMBV4 não existem mais. Atualmente, as ações da Ambev são sinalizadas pelo ticker ABEV3.

Méliuz

Em agosto de 2021, a Méliuz, uma startup brasileira de cashback, anunciou o desdobramento de suas ações (CASH3) na proporção de 1:6. Na ocasião, a organização informou que a medida não resultou em sobras decorrentes do fracionamento e que o capital social não foi alterado.

Cosan

O grupo Cosan (CSAN3), holding proprietária das marcas Raízen, Compass Gás e Energia, Moove e Rumo, aprovou em maio de 2021 o split de ações ordinárias na ordem de 1 para 4. Também não houve alteração do capital social e, na época, o número de ações disponíveis no mercado de capitais foi de 468.517.733 para 1.874.070.932.

Assaí

O Assaí Atacadista (ASAI3) anunciou em 2021 o desdobramento de ações na proporção de 1:5. Com o slipt, o capital social da empresa não foi afetado, permanecendo no montante de R$ 786,73 milhões, e o número de ações ordinárias passou a ser de 1.346.499.295.

Magazine Luiza

A rede varejista Magazine Luiza passou alta valorização nos últimos anos. Para que as ações MGLU3 não se tornassem extremamente caras, foi necessário fazer três splits: 1:8 em 2017, 1:8 em 2019 e 1:4 em 2020. Assim, os acionistas que já investiam na empresa em 2017 viram seu número de ações multiplicar por 256 ao longo dos anos.

Eneva

A Eneva (ENEV3) aprovou, por meio de Assembleia Geral Extraordinária, um desdobramento de ações na proporção de 1:4 em março de 2021. A empresa, que atua no setor de geração e produção de energia, petróleo e gás natural do Brasil, passou a ter 1.265.094.016 ações ordinárias listadas na bolsa.

Gol

Em 2015, a Gol Linhas Aéreas (GOL4) realizou um split de ações na proporção de 1:35. Com a operação, o capital social da empresa não sofreu alterações, sendo de aproximadamente R$ 2,62 bilhões na ocasião.

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