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O que é CDB? Saiba como investir, valor mínimo e rendimentos

Conheça o investimento da renda fixa que permite ganhar dinheiro emprestando para os bancos.

Os CDBs estão entre os investimentos mais populares na renda fixa, mas muitos ainda possuem dúvidas sobre como este produto funciona. Eles são práticos? Dá para confiar? Quanto rendem? Entenda tudo sobre os CDBs no Guia Financeiro do InvestNews:

O que é CDB?

CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de renda fixa emitido pelos bancos com o objetivo de captar recursos para financiar as suas atividades.

Estes bancos oferecem os títulos CDBs aos investidores em troca de uma remuneração em juros por um determinado período de tempo.

“Quem compra estes títulos está emprestando dinheiro aos bancos para que eles possam expandir seus negócios com pessoas físicas e jurídicas”, explica Tiago Carrielo, sócio-fundador da Monet Investimentos.

Como funciona o CDB?

Segundo Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos, por se tratar de um título de crédito bancário, ao aplicar em um CDB, o investidor se torna credor do banco, enquanto a instituição financeira passa a ser devedora.

Ele explica que a maioria dos bancos utiliza os CDBs para captar recursos e atender às necessidades de empréstimo e financiamento de outros clientes. Mas como o banco ganha dinheiro? Com a diferença entre a taxa de juros que paga aos investidores e a taxa que cobra nas operações de crédito ou empréstimos para os clientes. Esta diferença também é conhecida como spread bancário.

Carrielo, da Monet Investimentos, acrescenta que o CDB é uma das principais alternativas de investimento na renda fixa. Isso porque existem diversos tipos de CDB, com rentabilidade e vencimentos diferentes.

Enquanto alguns CDBs estabelecem um vencimento, no qual o banco devolverá ao investidor o dinheiro investido mais os juros, há muitos certificados que também possuem liquidez diária. O que isso significa? Que o investidor poderá fazer o resgate do dinheiro investido em qualquer data.

Carrielo reforça que os títulos que não permitem o resgate antecipado do recurso geralmente pagam mais juros do que aqueles que possuem liquidez diária.

Como investir no CDB?

Em dúvida sobre como investir no CDB? Os especialistas consultados explicam que é possível encontrar bons CDBs em bancos tradicionais, digitais e também em corretoras. Contudo, é nos bancos digitais e corretoras onde geralmente o investidor encontra mais opções de investimento, com taxas e emissores diversos.

Nas corretoras, é possível escolher o CDB diretamente, contudo o investidor precisa pensar no certificado que mais se encaixe ao seu perfil de investimento, metas financeiras e o tempo que pretende deixar o recurso investidor. Na dúvida, ele também pode procurar um profissional para ser assessorado.

Qual a rentabilidade de um CDB?

Os CDBs podem se classificar de duas formas:

Pós-fixado

A rentabilidade deste tipo de CDB acompanha a variação de um índice do mercado, podendo ter um percentual acima ou abaixo deste indicador. No caso, o mais comum é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que é indexado à taxa Selic, ou a inflação oficial. Por exemplo: um CDB que rende 100% do CDI.

Prefixado

Este tipo de CDB oferece uma taxa de retorno fixa, combinada no momento da compra do título, com um determinado prazo de vencimento. Neste caso, o investidor já sabe quanto vai receber.

Híbrido

Neste caso, o CDB é atrelado a algum indicador e, ao mesmo tempo, oferece uma taxa fixa.

CDB com liquidez diária

Permite resgatar o papel a qualquer momento, enquanto os CDBs comuns possuem um prazo de vencimento. Estes últimos costumam oferecer um rendimento maior pelo fato de terem prazos mais longos.

Diferenças entre CDB e CDI

Brito explica que o CDB (Certificado de Depósito Bancário) é a operação de crédito que ocorre entre o investidor e o banco.

Já o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de crédito destinado apenas para operações entre bancos. O CDI auxilia a cobrir os excessos de recurso de uns bancos, emprestando dinheiro para aqueles que estão com déficit durante um determinado dia.

A taxa do CDI costuma ser muito próxima da Selic, que é a taxa básica de juros da economia, e também é utilizado como um benchmark para calcular a rentabilidade dos investimentos em renda fixa.

Títulos de CDB disponíveis

De acordo com Carrielo, existem três tipos de CDBs, de acordo com a sua rentabilidade:

  • CDB prefixado: o investidor já sabe a taxa de juros anual a ser paga pelo título.
  • CDB pós-fixado: o investidor conhece o indexador utilizado para a rentabilidade, que geralmente é o CDI, contudo a remuneração final do título dependerá da variação deste indicador até o vencimento. Carrielo exemplifica que um CDB que paga 100% do CDI renderá 100% do índice CDI atual, que é muito próximo à taxa Selic.
  • CDB híbrido: nesta opção, o investidor é remunerado com duas taxas, uma taxa prefixada até o vencimento e uma pós-fixada, que geralmente acompanha a inflação IPCA. Por exemplo, um CDB que paga IPCA + 5% ao ano.

Carrielo destaca que cada CDB pode ter uma data de vencimento diferente. Alguns oferecem a possibilidade de resgatar o recurso antes do prazo.

Rendimento dos CDBs

Segundo o sócio-fundador da Monet Investimentos, os rendimentos de um CDB dependem de dois fatores: o risco de crédito do banco emissor e a data de vencimento do título.

“Quanto maior o risco do banco pagar o recurso ao investidor, maior será a rentabilidade oferecida e vice-versa”, explica Carrielo. Já em relação ao vencimento, quanto maior o prazo geralmente as taxas oferecidas são melhores.

Mas como conferir qual é o risco de crédito do banco emissor? Segundo Carrielo, na própria corretora o investidor pode conferir o rating de cada banco. Ele reforça que quanto menor o banco maior será o risco, em consequência maior é a rentabilidade.

CDBs de grandes bancos em contrapartida podem oferecer rentabilidades menores. “Cada investidor aceita o risco de forma diferente, mas é importante diversificar entre CDBs para equilibrar o risco e retorno”, explica ele.

Em relação ao rating, Carrielo explica que tudo vai depender da agência responsável por fazer esta classificação.

O que pode ser considerado rendimento bom?

Até o final de julho de 2021, quando a Selic estava projetada para fechar o ano em 7% ao ano, Brito da Finacap Investimentos explica que um rendimento bom em um CDB pode ser considerando o seguinte:

Para CDBs pós-fixados, uma rentabilidade de 115% a 120% do CDI para um prazo de 2 anos. Já no caso de CDBs prefixados, uma taxa de 8% a 9% ao ano para o prazo de 2 anos também é interessante.

No caso dos títulos híbridos, um CDB que entregue IPCA + 4% ou 4,5% ao ano no mesmo período também pode ser considerado uma boa rentabilidade.

Caso o investidor decida comparar com os títulos do Tesouro para saber se vale a pena, Brito cita que no caso do Tesouro Selic, um CDB pós-fixado que entregue 115% do CDI ou mais será mais interessante.

No caso do CDB Prefixado e o Híbrido (que acompanha o IPCA), Brito afirma que estes títulos privados tem um prêmio maior do que os títulos do Tesouro nestas categorias.

Há ainda uma terceira vantagem: os CDBs têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, em caso de calote do banco emissor, o investidor fica protegido até esta quantia.

Como calcular qual CDB tem mais rendimento?

Carrielo aponta que, no caso dos CDBs pós-fixados, não há como determinar quanto o título irá rendar, ou se sua rentabilidade será superior ao CDB híbrido ou prefixado. Isso porque os pós-fixados dependem da evolução de alguns índices como o CDI e o IPCA.

Ele exemplifica: se você investe em um CDB que renda 100% do CDI e em um CDB prefixado que entrega 11% ao ano, saber qual destes terá mais rendimento dependerá da variação do CDI no período.

Suponhamos que o CDI tenha um retorno superior a 11% ao ano até o vencimento, o CDB pós-fixado terá ganho do outro título, mas se a taxa for inferior, a melhor opção terá sido o prefixado.

Existe algum simulador para CDB?

A rentabilidade de cada CDB pode ser encontrada na corretora ou banco, na hora do investidor fazer sua escolha.

Contudo, para quem procura um simulador CDB, Carrielo destaca que uma plataforma para fazer boas simulações é a Calculadora do Cidadão, desenvolvida pelo Banco Central do Brasil. Nela, o investidor pode calcular aplicações com depósitos regulares, o valor futuro do seu recurso e até simular as eventuais correções do IPCA e CDI. Para acessar, é só clicar neste link.

Investimento mínimo em CDB

Os especialistas apontam que o valor mínimo do CDB vai depender do banco emissor, vencimento e rentabilidade. Em sua maioria, é possível encontrar CDBs a partir de R$ 1000. Mas em alguns bancos e corretoras, também há opções de liquidez diária com R$ 100.

Vantagens e riscos de investir em CDB

Segundo Brito, a principal vantagem de investir em um CDB é a garantia do FGC, o que permite ao investidor escolher emissores com maior risco, por este motivo o CDB é uma boa opção na renda fixa.

Além da segurança do FGC, que garante o ressarcimento de até R$ 250 mil investidor por CPF ou CNPJ, Carrielo da Monet, destaca como vantagem a possibilidade de encontrar CDBs com liquidez diária, com maior rentabilidade do que a poupança. “Existe uma enorme variedade de CDBs para o investidor”, diz

Em relação aos riscos, os especialistas destacam a possibilidade do banco emissor falir e a devolução do capital ao investidor não ser honrada. Neste caso, ele deverá acionar o FGC, porém é importante ficar atento aos valores máximo por CPF.

Existe também o risco de liquidez em caso de resgate antes do prazo de vencimento. É possível ocorrer perdas caso o CDB não tenha liquidez diária. Em alguns casos, é importante o investidor deixar o dinheiro congelado pelo tempo da aplicação do CDB.

Ainda entre as desvantagens está o Imposto de Renda sobre os rendimentos do CDB, que segue a tabela regressiva da renda fixa. Mas caso o investidor precise resgatar o recurso antes do vencimento, a alíquota paga pode resultar bem mais cara.

  • 22,5% para investimentos aplicados até 180 dias
  • 20% para investimentos aplicados entre 180 e 360 dias
  • 17,5% para investimentos aplicados entre 361 e 720 dias
  • 15% para investimentos acima de 720 dias (2 anos)

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