As declarações foram feitas em resposta ao Financial Times, na última terça-feira (2), depois de Dalio criticar o jornal por ter deturpado suas opiniões em entrevistas anteriores. No novo posicionamento, ele reforçou que as criptomoedas já se consolidaram como uma “moeda alternativa com oferta limitada” e que, assim como em crises históricas nas décadas de 1930 e 1970, moedas fiduciárias (aquelas emitidas por governos, como dólar, euro e real) tendem a perder valor quando há excesso de dívida.
Dalio, que já recomendou alocar parte da carteira em ouro e bitcoin, destacou ainda que não vê risco sistêmico nas stablecoins ligadas a Treasuries, títulos da dívida do governo americano, desde que bem regulamentadas. Para ele, o perigo real está na perda de poder de compra dos títulos do Tesouro em um ambiente de endividamento crescente e inflação elevada.
Ao trazer bitcoin para o centro do debate sobre dívida e moedas de reserva, Dalio sinaliza como investidores tradicionais estão olhando para as criptomoedas não só como ativos especulativos, mas como parte de estratégias de preservação de riqueza em um sistema financeiro cada vez mais pressionado.
Desempenho das principais criptomoedas
O mercado opera com otimismo moderado nesta quarta-feira (3): o bitcoin (BTC) estável em US$ 111.525, o Ethereum (ETH) recua 0,5% a US$ 4.376, enquanto altcoins como XRP (+2%) e Solana (+4%) avançam no positivo, indicando um início de mês em tom de cautela, mas com viés de alta.
Às 8h50, as principais criptomoedas operavam em queda; veja as cotações:
Bitcoin (BTC): +1,49%, US$ 111.525,91
Ethereum (ETH): +0,23%, US$ 4.375,99
XRP (XRP): +1,97%, US$ 2,85
BNB (BNB): +0,60%, US$ 854,71
Solana (SOL): +4,07%, US$ 210,87
Outros destaques do dia:
TRON (TRX): +0,31%, US$ 0,3399
Principais notícias do mercado cripto
CIMG adota bitcoin em sua estratégia de tesouraria. A CIMG Inc., empresa de desenvolvimento de vendas listada na Nasdaq, levantou US$ 55 milhões para comprar 500 bitcoins e adotar uma estratégia de tesouraria em cripto. Segundo o CEO Wang Jianshuang, a companhia pretende ampliar gradualmente suas reservas digitais e explorar parcerias no ecossistema de inteligência artificial e blockchain, como a Merlin Chain. O movimento coloca a CIMG no grupo de empresas que seguem a linha da Strategy, pioneira em acumular bitcoin no caixa corporativo, e sinaliza como até companhias fora do setor financeiro estão buscando no ativo uma forma de diversificação e posicionamento estratégico em um cenário de transformação digital.
BitMine se torna maior detentora corporativa de Ethereum. Na mesma direção, mas olhando além do bitcoin, a BitMine Immersion Technologies, empresa de mineração sediada em Las Vegas, anunciou a compra de 153 mil unidades de Ethereum (ETH) por US$ 655 milhões, elevando suas reservas para 1,86 milhão de moedas, o equivalente a 1,5% de todo o ETH em circulação. Com isso, a companhia se torna a maior detentora corporativa do ativo, superando até a Fundação Ethereum e outras empresas do setor, e mira deter 5% da oferta total. A estratégia reforça como grandes players começam a diversificar suas tesourarias também em Ethereum, apostando no papel da rede como infraestrutura para tokenização, stablecoins e aplicações de inteligência artificial em escala global.
