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Americanas: Sicupira assume negociação com credores, diz Bloomberg

Credores querem uma injeção de capital combinada de pelo menos R$ 15 bilhões; investidores bilionários não ofereceram mais de R$ 6 bilhões.

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Carlos Sicupira, um dos principais acionistas e membro do conselho da Americanas (AMER3), assumiu as negociações com os bancos credores para tentar chegar a uma solução negociada para a varejista brasileira, segundo pessoas a par do assunto. 

Sicupira está conversando com cada banco separadamente, e os bancos consideram as negociações como positivas, um sinal de que os principais acionistas da varejista, que também incluem Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, estão dedicando mais atenção ao assunto, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificados porque as discussões não são públicas.

A Americanas e Sicupira não comentaram de imediato as negociações. Lemann e Telles não responderam às mensagens pedindo comentários.

Os empresários brasileiros Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles. Foto: Divulgação.

Até agora, nenhuma proposta concreta para apaziguar os credores foi feita, disseram as pessoas. Os credores querem uma injeção de capital combinada de pelo menos R$ 15 bilhões, enquanto os investidores bilionários não ofereceram mais de R$ 6 bilhões, disseram as pessoas. 

Antes de Sicupira entrar em cena, Luiz Muniz, sócio do Rothschild no Brasil, estava conversando com credores. Antes de Muniz, o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, fazia isso informalmente. Os credores da Americanas incluem o Bradesco, o Itaú, o Safra, o BTG Pactual e a unidade brasileira do Santander, disse a Americanas em um documento.

Relembre o caso

Fachada de loja da Americanas. Crédito: Adobe Stock

No dia 11 de janeiro, a companhia anunciou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões, o que resultou na renúncia dos então  CEO e CFO da empresa.

Dois dias depois, credores pediram o vencimento antecipado das dívidas da companhia e notícias indicaram que os acionistas de referência propuseram um aumento de capital de R$ 6 bilhões, enquanto bancos credores exigiram um mínimo de R$ 10 bilhões.

Na mesma data, a companhia conseguiu uma tutela de urgência na justiça, suspendendo por 30 dias o vencimento antecipado das dívidas e quaisquer obrigações.

Posteriormente,  o BTG Pacutal realizou um pedido para derrubar a medida, que foi indeferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Em meio aos desdobramentos, a companhia, que teve sua nota de crédito rebaixada por agências de classificação de risco, chegou a anunciar a contratação do Rothschild & Co como seu representante no processo de reestruturação com credores e a nova CFO Camille Faria, uma executiva com experiência em processos de recuperação judicial,  foi anunciada.

Após uma série de pedidos, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu ao BTG Pactual uma decisão favorável, para a compensação de R$ 1,2 bilhão do caixa da Americanas depositados no banco. 

De acordo com a XP Investimentos, a decisão pode levar outras instituições onde a companhia mantém seu caixa a fazer o mesmo, impactando a liquidez da varejista, que atualmente está em R$ 800 milhões em caixa.

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