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Após Itaú entrar no jogo, Avenue mira conta em euro e maior oferta de produtos

Presidente-executivo da corretora, Roberto Lee afirma que, em breve, todas as contas no Brasil nascerão internacionais.

“Falar em ‘dólar’ abre milhões de oportunidades. É como a pessoa que fala inglês, ela se comunica com pessoas do mundo todo, enquanto a que só fala português fica mais restrita”. A fala de Roberto Lee, presidente-executivo da corretora de ativos internacionais Avenue, em evento em São Paulo na quarta-feira (29), chama atenção para a crescente onda de brasileiros migrando parte do patrimônio para os Estados Unidos.

Com a queda na taxa de juros no Brasil, o executivo acredita que isso deva acelerar a migração de uma parte das carteiras para investimentos nos Estados Unidos, em especial, para ativos de renda fixa. 

Roberto Lee, presidente-executivo da Avenue. Foto: Janaína Ribeiro

Segundo ele, dados oficiais do Banco Central de 2017 e 2018 mostram que menos de 50 mil brasileiros tinham investimentos no exterior. “Hoje, só a Avenue tem 800 mil contas, e isso deve continuar numa crescente”, apontou durante o evento em comemoração aos 5 anos da plataforma.

“Em breve, todas as contas nacionais já devem nascer com conta internacional de forma nativa, o que deve impactar a sociedade”.

Roberto Lee, presidente-executivo da Avenue.

O executivo acredita ainda que nos próximos anos cerca de US$ 200 bilhões (R$ 1 trilhão) devam migrar para offshores. E defende que essa migração tende a demandar por mais produtos.

“Quando a sociedade começa a se conectar com o mercado internacional, começa também a demandar por mais produtos. Por isso devemos fazer uma série de lançamentos, frutos de investimento em infraestrutura”. 

Roberto Lee, presidente-executivo da Avenue.

Lee confessou, no entanto, que ao lançar a plataforma cinco anos antes, subestimou-se o potencial do mercado internacional no mercado brasileiro, muito maior que o imaginado no início. Agora, a cabeça da corretora está voltada em oferecer uma melhor infraestrutura, aliada a uma maior variedade de produtos ao varejo. E isso será possível após a venda de nova fatia da plataforma para o Itaú (ITUB4).

Bancões de olho em ativos do exterior

Há mais de um ano, 50,1% da Avenue foi comprada pelo banco brasileiro – sendo 35% por um aporte de R$ 160 milhões e aquisição secundária de ações (que totalizam aproximadamente R$ 493 milhões). Já os 15,1% restantes devem ser adquiridos dois anos depois, por um valor a ser determinado. Após cinco anos, o Itaú pode adquirir a fatia restante, em poder dos atuais acionistas.

Com a transação, os clientes do Itaú passaram a ter serviços de intermediação de investimentos, banking (incluindo conta internacional e cartão) e acesso ao sistema financeiro norte-americano da Avenue.

Mas o banco dos Moreira Salles não é o único nessa empreitada no mercado brasileiro. XP (XPBR31), BTG (BPAC11) e Bradesco (BBDC4) vêm na mesma toada, após divulgarem o acesso dos seus clientes a estes serviços. 

Questionado sobre o motivo pelo qual um cliente escolheria a Avenue no lugar dos rivais, Lee foi categórico: talvez por termos começado antes, por estarmos mais enraizados, porque só fazemos internacional, acordamos e dormimos  pensando nisso e sem nenhuma outra interferência do nosso dia a dia”.

Agora, com o Itaú ao lado, o executivo aponta que os clientes da Avenue devem ter acesso a produtos de forma mais ágil e robusta. Do lado do Itaú, a necessidade de universalizar o acesso ao cliente foi o gatilho para fazer a parceria, segundo Carlos Constantini, responsável pela divisão wealth management do banco. 

“Produtos financeiros internacionais antes eram tidos como exóticos, mas passaram a ser de nicho e seguem caminhando para ser um produto estrutural”, apontou Constantini.

A próxima tacada da Avenue será lançar sua conta em euro, sendo possível fazer compras em dólar e na moeda europeia no mesmo cartão.

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