No final de maio a Netflix (NFLX34) divulgou em seu site que passaria a cobrar R$ 12,90 mensais de usuários que compartilham sua senha com terceiros que não morem na mesma casa. A companhia disse em comunicado que enviaria um e-mail informando sobre a nova cobrança para aqueles que se enquadrassem no caso.
Passados 14 dias, alguns usuários que usavam o login compartilhado pelos donos da conta passaram a ter o canal de streaming deslogado da TV com a mensagem para fazer uma nova conta ou acessar com um novo login. Mas ainda não são todos. A companhia identifica através dos IPS dos dispositivos conectados se há contas compartilhadas fora de uma mesma residência.
O órgão de defesa do consumidor Procon-SP informou em 24 de maio que iria notificar a rede de streaming sobre a cobrança adicional, já que teria recebido uma “elevada quantidade de consultas” sobre a mudança. Nas redes sociais, o número de reclamações é expressivo:
Entenda
A empresa anunciou no ano passado que limitaria o compartilhamento de senhas e já havia testado várias abordagens em alguns mercados.
A Netflix já vinha adotando a medida contra o compartilhamento de senhas nos Estados Unidos e em mais de 100 outros países, alertando os usuários de que suas contas não podem ser divididas gratuitamente com pessoas de fora de suas residências.
Segundo a Netflix, uma conta só deve ser usada em uma família. Os clientes pagantes podem adicionar um membro fora de suas casas por uma taxa adicional. Nos Estados Unidos, essa taxa é de US$ 8 por mês em abril. No Brasil é R$ 12,90.
Em relatório trimestral de resultados referente ao ano completo de 2022, a empresa que estimou que 100 milhões de usuários desfrutam de senhas compartilhadas em todo o mundo. Na época, a companhia dizia ter 223 milhões de assinantes. Segundo projeções da consultoria Cowen Inc, a Netflix poderia gerar cerca de US$ 720 milhões em receitas adicionais por ano apenas nos EUA e Canadá.
O receio agora dos usuários é se outras empresas de streaming aderirem a prática, como Disney+, Paramount, HBO Max, Amazon, Hulu entre outras.
Procurada pelo InvestNews para prestar esclarecimentos sobre a notificação do Procon-SP e sobre a reclamação dos usuários, a companhia não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.
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