
A B3 segue expandindo sua atuação no mercado de criptoativos. Após o lançamento dos contratos futuros de bitcoin, a Bolsa brasileira planeja disponibilizar, ainda no primeiro semestre deste ano, derivativos de ether e solana. Além disso, já avalia a inclusão de novos ativos digitais a partir de 2026.
A informação foi confirmada por Felipe Gonçalves, superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3, em entrevista ao InvestNews. O lançamento dos novos produtos ainda depende de aprovação regulatória, e a Bolsa não definiu uma data exata para o início das negociações.
Mais cripto
Os derivativos, como futuros e opções, tornaram-se ferramentas relevantes para investidores que operam no mercado cripto. Esses instrumentos permitem a negociação de ativos digitais a preços predefinidos no futuro, seja para fins de proteção contra volatilidade ou estratégias alavancadas – quando se opera com dinheiro emprestado numa tentativa de multiplicar os ganhos, mas sob o risco de terminar a jogada com uma dívida.
O primeiro produto cripto da B3 nesse segmento foi o contrato futuro de bitcoin, lançado em abril de 2024. Hoje, ele movimenta, em média, R$ 15 bilhões por dia e conta com mais de 45 mil investidores ativos. A partir dessa base, a Bolsa decidiu ampliar a oferta de derivativos cripto.
“Já há demanda por ether e solana, e agora clientes também nos procuram para avaliarmos outras criptomoedas. Não queremos lançar um grande número de produtos, mas estamos estudando incluir os cinco ativos digitais mais negociados”, explica Gonçalves.
Além dos futuros, a B3 já lista 19 ETFs de criptomoedas, o que amplia as opções de exposição ao mercado cripto para investidores locais.
Regulação, infraestrutura e novos negócios
A regulação do setor no Brasil tem avançado e influencia diretamente a expansão das operações da B3. Eduardo Marques, diretor de Produtos da B3 Digitas – unidade da Bolsa voltada a ativos digitais –, destaca que o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) têm estabelecido novas diretrizes para o setor, aumentando as possibilidades de participação de investidores institucionais.
A B3 Digitas também tem atuado no desenvolvimento de soluções para tokenização de ativos, explorando formas de digitalizar bens físicos e financeiros. Além disso, a unidade participa das consultas públicas promovidas pelo Banco Central sobre regulação do setor e pretende oferecer um serviço de custódia de criptomoedas ainda neste ano.
A Bolsa também avança no desenvolvimento de uma exchange institucional para atender grandes investidores e provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs). O objetivo não é competir com corretoras tradicionais, mas oferecer infraestrutura para negociações no mercado à vista.