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Negócios

BTG e Itaú BBA enxergam potencial em divisão de níquel e cobre da Vale

BTG calcula que braço de metais básicos pode destravar 25% do valor atual de mercado da companhia.

O BTG Pactual e o Itaú BBA destacaram em relatórios divulgados ao mercado nesta quinta-feira (8) o potencial da divisão de metais básicos – níquel e cobre – da mineradora Vale (VALE3). A companhia divulgou projeções de produção e demanda global dos insumos em evento para investidores realizado mais cedo no Canadá.

Vale
Crédito: Adobe Stock

Para Leonardo Correa e Caio Greiner, analistas do BTG Pactual, ao levar em conta R$ 4,5 bilhões em lucro antes de juros impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) e um múltiplo EV/Ebitda (capacidade de gerar lucro) de sete vezes, a divisão de metais básicos da Vale seria avaliada em US$ 31,5 bilhões, com potencial para destravar cerca US$ 15 bilhões, o que representa 25% do valor de mercado atual da companhia.

“Nós vemos a divisão de metais básicos da Vale como ativo único no mundo pronto para alavancar as tendências de transição energética e sendo amplamente subvalorizado pelo mercado neste momento”, disseram os analistas em relatório ao mercado.

Para o BTG, a administração da Vale quer transformar o negócio de metais básicos na plataforma de crescimento da companhia, mas com o minério de ferro mantido como a principal fonte de lucro.

“Por um lado, a empresa precisará acelerar o Capex (investimentos) em direção as suas iniciativas de crescimento em metais básicos, mas, por outro, os investidores também continuarão exigindo dividendos da Vale”.

Para a equipe do BTG, se houver um modelo de gestão dedicada à área de metais básicos, a Vale poderá atender ambas as necessidades.

Projetos em andamento

Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, do Itaú BBA, destacaram que a Vale possui um “forte” pipeline de projetos na divisão de metais básicos, com mais de 20 deles em estudo de pré-viabilidade ou em estágio de execução.

Na divisão de níquel, o trio destacou o projeto Voisey’s Bay, que começou no segundo trimestre do ano passado, e exigiu um Capex (investimento) total de US$ 2,7 bilhões. O projeto poderá entregar 45 mil toneladas de produção de níquel até 2026.

No segmento de cobre, a equipe pontuou o projeto Hu’u, na Indonésia, que poderá produzir, em média, 18 milhões de toneladas, com capacidade de produção entre 300 e 350 mil toneladas.

Além disso, os números estimados de produção de cobre e níquel superam as previsões do Itaú BBA.

Enquanto a mineradora estimou que deverá produzir entre 230 e 245 mil toneladas de níquel ao ano no médio prazo e 300 mil toneladas no longo prazo, a projeção do banco ficou em 80 mil toneladas.

Em cobre, a previsão de médio prazo da Vale é de 390 a 420 mil toneladas ao ano e 900 mil no longo prazo, enquanto a estimativa do Itaú é de 420 mil toneladas.

De acordo com o banco de investimentos, as estimativas incluem projetos que ainda não foram considerados em suas análises e que estão em fase de estudo de viabilidade.

Demanda global

Em apresentação nesta quinta-feira, a Vale estimou que a demanda global de níquel deverá aumentar 44% até 2030, para 6,2 milhões de toneladas, na comparação com a previsão para este ano. O número deverá ser impulsionado pela crescente produção dos carros elétricos, já o que o metal é usado na fabricação das baterias acopladas aos veículos.

Já a demanda global de cobre – usados em baterias de veículos e sistemas de energias renováveis – deve subir cerca de 20% até 2030, para 37 milhões de toneladas, estimou a companhia.

Segundo a Vale, o crescimento na oferta de níquel deverá ser impulsionado principalmente por Indonésia e Canadá, onde a empresa tem operações, além de Austrália.

Em relatório, Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, do Itaú BBA, mencionaram que a empresa está otimista em relação ao mercado de metais básicos que provavelmente será apoiado por tendências globais de transição energética, particularmente a mudança a veículos elétricos e energias renováveis ​​(por exemplo, energia solar e eólica), além da limitada oferta nas indústrias de níquel e cobre.

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