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Negócios

Falta de semicondutores deve seguir afetando indústria até 2023, diz pesquisa

Essa é a expectativa de mais da metade dos executivos ouvidos por KPMG e GSA.

Alguns setores da indústria devem continuar enfrentando dificuldades por falta de material até 2023. Ao menos essa é a expectativa de mais da metade dos executivos segundo uma pesquisa realizada por KPMG e Global Semiconductor Alliance (GSA) com 152 executivos líderes da indústria de semicondutores.

A pandemia de covid-19 tem penalizado produtores com a falta de insumos para a fabricação de diversos itens. Um dos casos mais problemáticos foi o de semicondutores. Eles são utilizados na produção de chips presentes em produtos que vão desde smartphones e computadores até carros

O levantamento da KPMG e da GSA aponta que 56% dos executivos líderes globais do setor de semicondutores acreditam que a atual escassez de chips persistirá até 2023, enquanto 42% acham que ela terminará em 2022. 

Em relação às expectativas detalhadas para o fim da escassez de semicondutores, os respondentes indicaram os seguintes períodos: início de 2022 (3%), meados de 2022 (13%), final de 2022 (26%), início de 2023 (21%), meados de 2023 (22%), final de 2023 (13%), outros (3%).

“Os semicondutores são a base do mundo moderno e representam o componente mais importante da economia global conectada. Os problemas decorrentes da sua escassez têm impactos diferentes em cada tecnologia, mercado, setor, país e no ecossistema em geral”, afirmou em nota Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Para Kanamaru, “a normalização no fornecimento de chips deve ser ocorrer até o final do ano que vem”.  

Semicondutores (Foto: Pixabay)
Semicondutores (Foto: Pixabay)

Guerra na Ucrânia

Além da pandemia, a invasão da Ucrânia pela Rússia se tornou outro ponto de atenção sobre os riscos de desajuste da cadeia produtiva – ou seja, falta de insumos para a indústria.

Em fevereiro, logo após a eclosão da guerra, A Câmara Internacional de Comércio (ICC) avaliou os possíveis impactos da crise geopolítica nas produções de semicondutores, além de veículos e medicamentos – segmentos nos quais a Ucrânia vem se tornando um importante fornecedor global de matérias-primas

“A invasão da Ucrânia certamente terá grandes impactos nas cadeias de suprimentos nas próximas semanas e nos próximos meses”, destacou a entidade em nota, citando grande risco de disrupção nas manufaturas em uma série de setores produtivos.

Setor automotivo segue pressionado 

Linha de montagem da Ford em Wayne, Michigan (EUA) 14/06/2021 REUTERS/Rebecca Cook

As montadoras instaladas no Brasil estimam ter perdido uma produção de 150 mil veículos de janeiro até maio de 2022 por causa da escassez de componentes eletrônicos, além de outras autopeças como pneus. Em todo o ano de 2021, as montadoras do país contabilizaram perda de produção equivalente a 350 mil veículos. 

A afirmação foi feita recentemente por Márcio de Lima Leite, presidente da associação que representa o setor no país, a Anfavea. “O problema de semicondutores ainda persiste e outros insumos também”, declarou no início de junho. No entanto, sobre as perspectivas para o fornecimento de componentes, Leite acredita que “a tendência é de leve normalização daqui para frente“.

Empresas buscam produzir mais

Na última quarta-feira (15), a Samsung informou que o vice-presidente de seu conselho de administração, Jay Y. Lee, discutiu com o presidente-executivo da ASML, Peter Wennink, sobre o fornecimento de equipamentos de litografia ultravioleta extrema (EUV), “essenciais na implementação de processos para produção de semicondutores de próxima geração”.

Máquinas EUV da ASML são fundamentais para fabricação avançada de chips e custam até US$ 160 milhões cada. O número limitado produzido até agora criou um gargalo para fabricantes de chips como Samsung, TSMC e Intel, que planejam gastar mais de US$ 100 bilhões nos próximos anos para construir fábricas de chips semicondutores.

* Com informações da Reuters

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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