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Governo indica secretário de Energia Rodrigo Limp para comando da Eletrobras

Nome de Limp foi em geral bem visto por analistas de mercado.

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Logo da Eletrobras no Rio de Janeiro REUTERS/Pilar Olivares

O governo do presidente Jair Bolsonaro indicou o atual secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp, para assumir a presidência da estatal Eletrobras (ELET6 e ELET3), informou a pasta em comunicado na madrugada desta quinta-feira (25).

Limp, que também é ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), substituirá Elvira Presta, que assumiu interinamente neste mês o comando da maior elétrica da América Latina.

O nome de Limp foi em geral bem visto por analistas de mercado, que destacaram que sua experiência no setor pode ajudar em planos do governo para privatização da empresa, embora alguns tenham pontuado que ele nunca ocupou cargos corporativos.

As mudanças no comando da Eletrobras ocorrem após o ex-presidente da companhia Wilson Ferreira, que assumiu o cargo em 2016, ter renunciado ao posto devido a um convite para liderar a BR Distribuidora (BRDT3).

Ferreira divulgou a renúncia em janeiro, e depois atribuiu o movimento a uma falta de “tração” nos planos do governo para privatização da Eletrobras.

O ex-CEO, no entanto, seguiu com posição no conselho de administração.

Limp foi indicado também para uma vaga no conselho da Eletrobras. Assim como na Petrobras, o estatuto da companhia prevê que o CEO deve ser um dos conselheiros.

O Ministério de Minas e Energia disse que a indicação de Limp “reafirma o compromisso do governo na continuidade das ações visando ao aumento da eficiência operacional e ao aprimoramento da estratégia de sustentabilidade da Eletrobras”.

A pasta também destacou a continuidade do processo para privatização da companhia, atualmente em discussão junto ao Congresso.

Sem recomendação

A Eletrobras admitiu em comunicado que Limp foi indicado pelo governo, não sendo selecionado pela assessoria Korn&Ferry, contratada pela companhia para assessorar o processo de escolha de um novo CEO.

A companhia destacou, no entanto, que ele foi “avaliado e recomendado” por um comitê interno de pessoas e “entrevistado e aprovado, por maioria, pelo conselho de administração”.

Ainda assim, um dos conselheiros da Eletrobras decidiu deixar o cargo, ao apontar que Limp não foi recomendado ao cargo de presidente pela assessoria contratada pela estatal.

O conselheiro Mauro Gentile Cunha, que havia sido indicado pelo governo, disse que isso gerou “quebra irremediável de confiança” no processo de nomeação.

A indicação de Limp, por outro lado, recebeu elogios de analistas do mercado financeiro, preocupados com o avanço das discussões sobre a proposta de desestatização da elétrica.

Analistas do BTG disseram que Limp é “um nome muito técnico, apesar de não ter um background em administração corporativa”.

O Credit Suisse disse em nota ver a nomeação como positiva, uma vez que o novo CEO “conhece bem o setor e está envolvido nas discussões sobre a privatização (apoiando a proposta)”.

Limp foi diretor da Aneel de maio de 2018 a março de 2020. Ele é formado em direito e engenharia elétrica e tem MBA Executivo Gestão em Empresa de Energia Elétrica, além de mestrado em Economia do Setor Público e pós-graduação em Direito Regulatório.

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