“Um dos meus grandes fracassos foi em relação às pessoas, e isso já me deu bastante prejuízo financeiro”, é o que disse Carol Paiffer, CEO da ATOM S.A e investidora de empreendimentos no Shark Tank, ao ser questionada sobre seus erros ao longo de sua carreira.
No painel “Deu ruim: meu melhor fracasso”, do evento “Agora é que são elas“, realizado pela Exame e pela Aladas, nesta quinta-feira (17), a executiva contou que no Shark Tank precisou desenvolver uma habilidade para entender pessoas e, assim, não sair no prejuízo.
“Eu criei um método pós-Shark para eu poder acelerar os meus negócios e errar menos. Se na bolsa [de valores] eu procuro 80% de acerto, por que no Skark eu vou ter 10%? Fiquei inconformada [com esse percentual], falei: ‘não, não vai ser assim’.”
Carol Paiffer, CEO da ATOM S.A e investidora de empreendimentos no Shark Tank
A partir do inconformismo, Paiffer mencionou que, além de se preparar para fazer as perguntas corretas aos empreendedores que iam até o programa, ela ainda passou a fazer leitura corporal para poder enxergar melhor as reais intenções apresentadas por cada um.
Ao fechar o negócio, ela disse que começou a solicitar aos sócios a realização de um teste psicológico, porque o recurso geralmente mostra mais sobre o perfil e as habilidades de cada um e, assim, ela pode melhorar tanto o relacionamento com eles um quanto às tomadas de decisões nos empreendimentos.
A executiva também contou que uma tática que usa após fazer os aportes financeiros nas empresas é colocar todos os seus sócios em um grupo no WhasApp, para que eles possam trocar experiências, já que estão em momentos parecidos.
“A melhor pessoa para você fazer amizade hoje é a pessoa que está aqui do seu lado, porque ela está vibrando na mesma frequência que você, ela está buscando a mesma coisa que você.”
Carol Paiffer, CEO da ATOM S.A e investidora de empreendimentos no Shark Tank
Para ela, é importante encarar o fracasso e se perguntar “qual foi o erro” e “o que pode ser feito para não errar mais”.
“No Shark eu tive que desenvolver a habilidade de entender pessoas. Primeiro, quando vocês ficarem com dó do empreendedor, fiquem com dó do shark. Por quê? A pessoa que entra por aquela porta, ela sabe tudo sobre a gente. Eu [shark] nunca vi aquela pessoa, vou ter que fazer as perguntas certas, porque eu tenho pouco tempo ali. Para eu entender não só sobre o negócio dela, mas sobre quem ela é, porque depois eu vou ter que conviver com aquela pessoa. E não tem nada que seja mais desafiador que uma sociedade.”
Carol Paiffer, CEO da ATOM S.A e investidora de empreendimentos no Shark Tank
Aos empreendedores, Paiffer reforça a sugestão para que eles conversem entre si para aprender com os erros uns dos outros e terem mais sucesso em suas decisões. “Isso vai fazer uma grande diferença no empreendedorismo brasileiro”, conclui.
