A plataforma de e-commerce Nuvemshop anunciou nesta terça-feira que recebeu um aporte de US$ 500 milhões, tornando-se o mais novo unicórnio, jargão do mercado para empresas de tecnologia com avaliação superior a US$ 1 bilhão, do Brasil.
O investimento acontece apenas cinco meses após a Nuvemshop ter recebido outro aporte de US$ 500 milhões, e mostra como o comércio eletrônico e os fundos internacionais de capital de risco têm se fortalecido um ao outro na América Latina. Em 10 meses, a companhia já recebeu US$ 620 milhões em aportes.
Criada em 2010, a Nuvemshop tem uma rede de cerca de 90 mil lojistas distribuídos por Brasil, Argentina e México. Com o novo aporte, planeja expandir ainda para Colômbia, Chile e Peru.
Diferente de gigantes como Amazon e Mercado Livre, que montaram estruturas próprias de logística e de finanças e têm cada vez mais investido em conteúdo e serviços próprios, a Nuvemshop usa um sistema que permite que os lojistas escolham seus próprios parceiros para entregas e pagamentos.
As vendas brutas dos clientes da companhia (GMV) somaram US$ 750 milhões em 2020 e neste ano a expectativa é que a cifra supere US$ 1,5 bilhão.
Segundo a companhia, que usa a marca Tiendanube nos países de língua espanhola, o novo aporte a avaliou em R$ 16 bilhões (US$ 3,1 bilhões). A operação foi liderada por Insight Partners, Tiger Global, com participação dos fundos Alkeon e Owl Rock e incluiu também Sunley House, VMG Partners, além dos investidores atuais Accel, Kaszek, Kevin Efrusy, Qualcomm Ventures e ThornTree Capital.
“Não planejávamos fazer isso tão cedo, mas esse movimento vai também nos ajudar a ganhar mais visibilidade no mercado e, eventualmente, nos deixar mais preparados para eventuais momentos de baixa”, disse Santiago Sosa, presidente e co-fundador da Nuvemshop.
O anúncio sublinha os planos bilionários de expansão por parte de gigantes de ecommerce que estão de olho em previsões de que o mercado da América Latina poderá quadruplicar nos próximos anos, até níveis em que as vendas online em relação ao total atinjam patamares similares aos da China, onde já beiram 50%.
Na semana passada, o Mercado Livre anunciou que espera fechar 2021 com oito centros de distribuição no Brasil e inaugurar mais um em 2022, usando parte de seu investimento previsto para 2021, de 10 bilhões de reais.
E o Magazine Luiza anunciou que pretende dobrar sua área de logística de entregas até 2023 para 2 milhões de metros quadrados, com 450 centros de distribuição e a inauguração de mais 341 lojas.
Planos
Além de lançar novas soluções financeiras no Brasil, a Nuvemshop planeja ter outras categorias de produtos na plataforma e fazer aquisições no setor de logística, disse Sosa.
“Mas nosso plano de expansão permanece o mesmo, de crescer como uma plataforma aberta, para deixar que os clientes escolham suas melhores soluções”, afirmou o executivo.
Atualmente com cerca de 600 funcionários, a Nuvemshop pretende contratar outras 300 pessoas neste ano e superar 1,5 mil até o fim de 2022.
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