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Vicky Safra
Descubra a história da primeira mulher que já ocupou o topo da lista dos bilionários no Brasil, seu trabalho filantrópico e as disputas entre os filhos.
Descubra a história da primeira mulher que já ocupou o topo da lista dos bilionários no Brasil, seu trabalho filantrópico e as disputas entre os filhos.
| Nome Completo | Vicky Sarfati Safra |
| Local de Nascimento | Atenas, Grécia |
| Filhos | Jacob J. Safra, Esther Safra Dayan, Alberto J. Safra e David J. Safra |
| Nacionalidade | grega, naturalizada brasileira |
| Ocupação | filantropa, líder da Vicky and Joseph Safra Philanthropic Foundation |
| Fortuna | R$ 87,8 bilhões (Forbes 2023) |
| Estado Civil | viúva |
| Site oficial | https://www.safra.com.br |
| Redes Sociais |
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Vicky Sarfati Safra, nascida na Grécia e naturalizada brasileira, tem 71 anos, mora na Suíça e é uma filantropa bilionária. Viúva do banqueiro Joseph Safra, fundador do Banco Safra que morreu em 2020, ela herdou pelo menos a metade do patrimônio atribuído ao marido.
A fortuna da viúva, somada a de seus quatro filhos Jacob, Esther, Alberto e David, era estimada em R$ 87,8 bilhões em outubro de 2023, valor que rendeu a Vicky Safra o título de pessoa mais rica do Brasil.
Ela ocupa o primeiro lugar no ranking de bilionários brasileiros em 2023, segundo a revista Forbes. Também se tornou a primeira mulher no país a ocupar o topo da lista na história da revista. A viúva do banqueiro ainda lidera a “Vicky and Joseph Philanthropic Foundation”, fundação de caridade que apoia setores da saúde, educação, artes e cultura.
A história da fortuna da família Safra teve início nos anos de 1840, na cidade de Alepo, na Síria. A família criou um banco para financiar caravanas de comerciantes que, montados em camelos, vendiam mercadorias viajando por todo o Oriente Médio. Logo, o banco se expandiu para Alexandria e Istambul.
Com a queda do império Otomano, o comércio de Alepo perdeu força e a família Safra decidiu se mudar para Beirute, no Líbano. Por lá, em 1929, Jacob rompeu com a família e criou o Banco Jacob E. Safra.
O banco conseguiu atrair um seleto grupo de comerciantes: descendentes de judeus originários de Portugal e Espanha que negociavam na área que se estende da Síria ao Iraque e que falavam em árabe antigo, dialeto pouco conhecido na época. Logo, o Banco Jacob E.
Safra percebeu a oportunidade. Adotou o árabe antigo nos registros bancários. Assim, se os registros fossem roubados, não poderiam ser compreendidos. Desta forma, o banco aumentou a proteção aos clientes e fez sucesso.
Em 1953, a família Safra se mudou para o Brasil, atraída pelo crescimento econômico pós-guerra. Em 1967, criou a fundação da Safra Financeira e, mais tarde, em 1972, foi inaugurado o Banco Safra. Com a morte de Jacob, em 1963, o filho Joseph assumiu o banco juntamente com os irmãos. Hoje, a instituição bancária tem mais de 180 anos. E números impressionantes.
No Brasil, os recursos captados e administrados pelo banco Safra chegam a R$ 307 bilhões, o lucro líquido é de R$ 2,2 bilhões e o patrimônio líquido passa dos R$ 18 bilhões. O Banco Safra está em mais de 160 cidades ao redor do mundo, em 28 países, e tem mais de R$ 1,6 trilhão sob gestão. Os dados estão disponíveis no site do grupo Safra.
Vicky e Joseph compartilham da mesma origem. Ambos pertencem a famílias judias. E foi durante um encontro entre as famílias que os dois se conheceram. Em 1969, Vicky, que tinha apenas 17 anos, se casou com Joseph.
“Foi amor à primeira vista, um amor que vai durar até o último momento de sua vida”, disse Joseph para o relatório anual do J. Safra Sarasin. O casal teve uma vida discreta. Há poucos registros de aparições em público. Também foi tímida a exposição nas redes sociais. Juntos, Vicky e Joseph tiveram 4 filhos e 14 netos.
Seu José, como era conhecido, foi diagnosticado com Parkinson e passou os últimos anos de vida em sua mansão. Enquanto tratava a doença e se afastava aos poucos dos negócios da família, viu seu nome envolvido em polêmicas.
Em 2015, na operação batizada de Zelotes, foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça por corrupção. O banqueiro foi acusado de pagar propina de R$ 15 milhões para obter decisões favoráveis no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, órgão da Receita Federal. A ação penal contra Joseph Safra foi arquivada pela Justiça por falta de provas.
Nas investigações da Lava Jato, o nome do Banco também foi citado. O ex- Ministro Antônio Palocci afirmou, em delação premiada, que Safra havia doado aproximadamente R$ 50 milhões em caixa dois para o PT, Partido dos Trabalhadores, à campanha eleitoral. As acusações não foram provadas.
Joseph Safra morreu no dia 10 de dezembro de 2020, aos 82 anos, em casa, na capital paulista. Ele morreu de causas naturais na sua mansão com 130 cômodos e 11 mil metros quadrados. Deixou a mulher, Vicky Safra, 4 filhos e patrimônio acima de US$ 20 bilhões na época.
Após a morte de Joseph Safra, o controle dos bens da família passou a ser exercido pela viúva, Vicky Safra, e seus quatro filhos. Jacob, de 45 anos, o mais velho, é o responsável pelas operações internacionais do grupo da família. Ele é presidente do Conselho de Diretores do Safra National Bank, em Nova York, e comanda o J. Safra Sarasin, na Suiça, além de empreendimentos imobiliários da família.
David Safra, de 36 anos, o filho mais novo, faz parte do Conselho de Administração do Banco Safra e está à frente dos negócios no Brasil. Ele cuida também da administração dos empreendimentos imobiliários dos Safra no país.
Esther, de 44 anos, é educadora. Dirige a escola Beit Yaacov, em São Paulo, criada pela fundação da família Safra.
Alberto, o filho do meio, de 41 anos, renunciou ao Conselho de Administração do Banco Safra em 2019, e está fora dos negócios da família. Ele criou a ASA Investiments, empresa que tem unidades de gestão de ativos e fortunas. Alberto protagoniza uma guerra jurídica contra a mãe e os irmãos para recuperar a herança do pai.
Alberto Safra foi deserdado por decisão de seu pai, Joseph, depois de um desentendimento. Em comunicado, a família Safra relatou o que teria causado a briga entre pai e filho: “Poucos meses após receber uma doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, em 2019, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai, e iniciou um negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do grupo”.
O comunicado da família Safra ainda indica que “Alberto atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória e refuta suas alegações”.
Em 2023, na tentativa de recuperar a herança, Alberto decidiu processar sua mãe, Vicky Safra, e os irmãos, Jacob e David Safra. Na ação, acusa os parentes de envolvimento em atos de improbidade corporativa para prejudicar os interesses dele na empresa e afirma ser sua parte legítima no Safra National Bank, com sede em Nova York. O processo foi aberto na Suprema Corte de Nova York, nos Estados Unidos. A irmã Esther não está envolvida na polêmica e, portanto, não foi citada na ação.
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De perfil discreto, longe dos holofotes, Vicky Safra conhece as virtudes de prosperar em silêncio. Além de ser principal acionista das duas mais importantes empresas da família, o banco Safra do Brasil e o J. Sarasin da Suíça, também é proprietária de muitos ativos imobiliários. Para citar alguns bem conhecidos: o 30 St Mary Axe de Londres (o célebre Gherkin, obra de Norman Foster, construído no coração da cidade londrina) e o complexo de escritórios do número 660 da Madison Avenue, em Nova York.
Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que atua em vários setores. Na área da saúde, a fundação é uma das principais doadoras para os hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês. Ao longo dos anos, apoiou a reforma e construção de creches. Também financiou a construção de sinagogas em São Paulo, como forma de promover a cultura judia.
Atuou ainda na expansão do patrimônio artístico brasileiro: patrocinou exposições e restaurações de prédios históricos e fez doações de obras de arte, como as esculturas do francês Auguste Rodin para museus brasileiros. A Vick and Joseph Safra Philanthropic Foundation foi criada em 2022, na Suíça, onde mora Vicky Safra há cerca de dez anos.
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