O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo já está praticamente convencido de que a alíquota do IRPJ pode ser reduzida em pelo menos 5 pontos percentuais “imediatamente” (em 2022) e que esse corte pode chegar a 10 pontos se o país tiver a “coragem” de reduzir alguns subsídios.
“Podemos ambicionar uma redução de 10% para todas as empresas”, disse Guedes nesta quinta-feira durante pronunciamento à imprensa para comentar os dados de criação de empregos formais computados pelo Caged em maio.
A alíquota do IRPJ é hoje de 15%, e, em proposta de reforma tributária encaminhada ao Congresso na semana passada, o governo havia previsto uma redução para 12,5% em 2022 e para 10% em 2023.
“Se tivermos a coragem de remover dois, três, quatro grandes subsídios podemos ir até uma redução de 10%”, afirmou Guedes. Sem detalhar, ele disse que a maioria dos subsídios tributários está concentrada em cartéis e oligopólios ou monopólios e que o fim das isenções para poucas empresas viabilizaria um corte maior no IRPJ.
Guedes frisou que um princípio básico da reforma tributária do governo é que ela não pode gerar, em seu conjunto, aumento de arrecadação.
Sobre a proposta de tributar os dividendos distribuídos aos acionistas em 20%, o ministro disse que o governo tem certeza de que está no caminho certo. Segundo Guedes, com a não tributação dos rendimentos de capital, apenas 20 mil pessoas receberam 280 bilhões de reais em isenções, o que ele disse considerar inaceitável em um país desigual como o Brasil.
“É natural, vai ter muita reclamação, mas nós estamos convencidos de que estamos dando o passo certo”, afirmou.
Veja também
- Taxação de dividendos pode cair de 20% para 15%?
- Ministério da Economia rebate críticas à reforma tributária
- ‘Efeito manada’ ampliou queda de FIIs por reforma tributária, diz especialista
- Tributação de dividendos: mercado desaprova proposta de mudança
- Reforma tributária deixa dividendos isentos em até R$ 20 mil? Não é verdade