O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em forte queda nesta sexta-feira (17), no nível mais baixo em mais de seis meses. Já o dólar ganhou força. Os investidores repercutiram negativamente o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e seu impacto fiscal. Além disso, a bolsa foi pressionada pelo cenário doméstico ainda complicado e ambiente externo desfavorável com a queda de commodities.

O Ibovespa caiu 2,07% nesta sexta, aos 111.439 pontos, nível mais baixo desde 9 de março, quando a bolsa recuou a 111.330 pontos. Na mínima do dia, o indicador chegou a cair a 111.157 pontos. Na semana, acumulou queda de 2,51% e, no mês de setembro, recuou 6,20%.

Por sua vez, o dólar subiu 0,41%, comercializado a R$ 5,2866. Na semana, a moeda dos EUA acumulou valorização de 0,39%.

Em meio a incertezas persistentes sobre a capacidade do governo de manter seus gastos dentro do teto fiscal, o presidente Jair Bolsonaro editou na quinta-feira um decreto com aumento do IOF com o objetivo de custear o aumento no valor do Auxílio Brasil, novo programa social do governo que irá substituir o Bolsa Família.

“A medida, que pegou o mercado de surpresa, está sendo digerida por investidores e, antes de mais nada, coloca em evidência as dificuldades do governo em aprovar fontes de financiamento permanentes para o seu novo programa social, o Auxílio Brasil”, escreveu mais cedo Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Por outro lado, alguns investidores chamaram a atenção para o fato de que o aumento de arrecadação com a alta do IOF está estimado em R$ 2,14 bilhões. “Um valor muito baixo“, disse à Reuters Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank, embora tenha ressaltado que “aumentos de imposto nunca são (bem-recebidos) pelos mercados”.

As negociações na bolsa paulista ainda tiveram como pano de fundo piora nas perspectivas de crescimento da economia brasileira, inflação elevada e juros maiores, bem como uma crise hídrica.

Destaques do Ibovespa

Na esteira da queda dos preços do minério de ferro, a Usiminas (USIM5) caiu 5,31%, negociada a R$ 13,92; Gerdau (GGBR4) recuou 6,82%, para R$ 24,60, e CSN (CSNA3) perdeu 4,73%, para R$ 29,80. Já a Vale (VALE3), que caiu 4,15% na véspera, continuou recuando mas diminuiu a queda para 2,02%, cotada a R$ 86,15. Na semana, a mineradora desvalorizou 9,13%. Veja outros destaques da bolsa.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os mercados de ações dos Estados Unidos fecharam em forte queda nesta sexta-feira, encerrando uma semana marcada por robustos dados econômicos, preocupações com aumento de impostos corporativos, a variante Delta da Covid e possíveis mudanças no cronograma do banco central dos EUA para a redução gradual de suas compras de ativos.

Todos os três principais índices de ações dos EUA perderam terreno, com o índice Nasdaq Composite sofrendo a maior queda, conforme a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA pressionou ações de crescimento, as líderes do rali do mercado.

Os índices também registraram perdas semanais, com o S&P 500 em sua maior baixa no acumulado de duas semanas desde fevereiro.

Segundo dados preliminares:

Europa

As ações europeias caíram nesta sexta, marcando sua terceira semana consecutiva no vermelho, já que o setor de recursos básicos foi atingido por perdas na Anglo American, mas notícias de que o Reino Unido está ponderando flexibilização das restrições a viagens impulsionaram companhias aéreas e grupos de hotéis.

A maioria dos índices regionais foi pressionada na semana por preocupações sobre a desaceleração do crescimento global e regulamentação mais rígida imposta sobre as empresas chinesas.

Ásia e Pacífico

As ações chinesas fecharam em alta nesta sexta-feira, antes do feriado asiático do Festival de Meio de Outono, com os setores de consumo básico e saúde liderando os ganhos.

(*Com informações da Reuters)

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