A transmissora de energia ISA Cteep (TRPL4) divulgou na noite de segunda-feira (02) um lucro líquido de R$ 112,5 milhões para o primeiro trimestre, 63,5% abaixo do registrado em igual intervalo de 2021.
No período, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu R$ 532 milhões, queda de 23,7% na comparação anual, enquanto a receita líquida ficou em R$ 715,4 milhões, retração de 16,1% na mesma base.
Assim como nos últimos trimestres, o desempenho da companhia foi novamente afetado pela reprogramação da remuneração do componente financeiro de ativos da Rede Básica Sistema Existente (RBSE).
A postergação de pagamentos às transmissoras foi determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica no ano passado, a fim de atenuar reajustes tarifários aos consumidores, e com efeito sobre o resultado das transmissoras no curto prazo.
Segundo a diretora financeira da ISA Cteep, Carisa Cristal, o impacto dessa reprogramação serão sentidos principalmente neste e no segundo trimestre.
“A partir do terceiro trimestre, já temos retomada de uma parcela da RBSE, além de atualização do IPCA e novos projetos que vão entrar”, afirmou a executiva à Reuters.
Em relação aos projetos em construção, a ISA Cteep prevê energizar seis empreendimentos em 2022, garantindo o recebimento de uma receita anual permitida (RAP) adicional de cerca de R$ 380 milhões, disse o diretor-presidente da companhia, Rui Chammas.
“Nos últimos seis anos, ganhamos 14 projetos (em leilão), já energizamos cinco, e dos nove que sobram, seis serão energizados neste ano… Esse é um dos pilares de materialização de crescimento da companhia”, disse.
O executivo destacou ainda a ampliação dos investimentos da companhia em reforços e melhorias em sua rede de ativos já operacionais em São Paulo. Até 2025, a ISA Cteep planeja aportes de R$ 2,7 bilhões nesses projetos.
“Investimos R$ 155 milhões nesses ativos no primeiro trimestre, isso é 162% acima do primeiro trimestre de 2021. E esse valor é maior do que (o investido neles em) 2018 e 2019 inteiros. Os ativos em São Paulo precisam de atualização, conseguimos fazer esse investimentos sem perturbação na rede”, ressaltou.
Ainda de acordo com o executivo, a companhia está avaliando alguns lotes que serão oferecidos ao mercado no próximo leilão de transmissão de energia, que acontecerá em junho. Mas ainda não decidiu quais lotes poderá eventualmente disputar no certame.
“Não temos um objetivo de market share, tenho um pipeline de projetos de reforços e melhorias tão robusto que não tenho preocupação de realocar equipe, ou de precisar ganhar alguma coisa… O que temos que buscar é vantagem competitiva para entrar no leilão e ganhar com um resultado interessante.”
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