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Economia

IPCA sobe 1,06% em abril, maior alta para o mês desde 1996

No ano, o indicador acumula avanço de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 12,13%.

Mercado

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,06% em abril, após alta de 1,62% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11).

Esse foi o maior resultado para o mês de abril desde 1996. No ano, o indicador acumula alta de 4,29% e, nos últimos 12 meses, 12,13%, acima dos 11,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Pesquisa da Reuters apontou que o IPCA veio pouco acima das projeções em abril: a expectativa de analistas era de alta de 1,00% em abril, acumulando em 12 meses de 12,07%.

Principais impactos

Os principais impactos da inflação no mês passado vieram de alimentação e bebidas e de transportes. O grupo alimentos e bebidas contribuiu com a maior variação (+2,06%) e maior impacto no índice (0,43 ponto percentual). Já o de transportes subiu 1,91% e contribuiu com 0,42 ponto percentual do IPCA do mês. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril.

“Alimentos e transportes, que já haviam subido no mês anterior, continuaram em alta em abril. Em alimentos e bebidas, a alta foi puxada pela elevação dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%). Houve alta de mais de 10% no leite longa vida, maior contribuição (0,07 p.p.), e em componentes importantes da cesta do consumidor como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%)”, elenca por nota o analista da pesquisa, André Almeida.

No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis que continuaram subindo (3,20% e 0,25 p.p.), assim como no mês anterior, com destaque para gasolina (2,48%), produto com maior impacto positivo (0,17 p.p.) no índice do mês.

“A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e a ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”, acrescenta Almeida.

Reação do mercado

Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu Me Banco, escola de educação financeira, explica que com o IPCA em 1,06% será mais difícil conter as expectativas negativas do mercado. Para ele, o indicador teria mais potencial de segurar o mercado se viesse abaixo de 0,90%.

“Com esses dados de inflação subindo, o mercado vai seguir com expectativa cada vez mais negativa. Agora, temos uma inflação acumulada de 12,13% em 12 meses. O IPCA de abril era um indicador que poderia segurar a queda do mercado e os juros futuros, mas acabou decepcionando, ficando um pouco acima das expectativas”, explicou.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirmou que o IPCA de abril veio em linha com o esperado pela casa e brevemente acima da mediana do mercado. “Enquanto projetávamos alta de 1,05%, o mercado tinha mediana em 1,01%, ao passo que o resultado foi de 1,06%”.

Sanchez destacou que dois grandes desvios do mês concentrados que se anularam. “O primeiro é de higiene pessoal, que gerou 8 pontos bases de desvio altista ao exibir variação de 0,85% frente a deflação esperada de 1,25%. Na contramão gasolina teve resultado mais baixo do que o projetado, visto que subiu ‘apenas’ 2,48% frente a perspectiva de alta de 3,5%, gerando desvio de -7 pontos bases”, avaliou.

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