ARTIGO*
Nos últimos anos, a disputa pelos investimentos de pessoas físicas nos ativos do mercado financeiro tradicional cresceu acentuadamente entre as instituições. No entanto, agora, o rally também está indo para outro patamar.
Duas semanas depois que o Nubank (NUBR33) divulgou ter atingido 1 milhão de clientes de cripto, outras duas das maiores instituições financeiras, XP Inc (XPBR31) e BTG Pactual (BPAC3), passaram a oferecer negociação em criptomoedas no mesmo dia.
Saindo da fase beta, de manhã, a XP anunciou o lançamento da plataforma de criptos Xtage e, à tarde, foi a vez do BTG, com anúncio da Mynt.
Ambas as empresas apostam em carregar a credibilidade já conquistada dos clientes para o mercado ainda pouco regulamentado dos ativos digitais.
Em um universo que conta com mais de 16 mil projetos em criptomoedas atualmente, a entrada de grandes participantes do mercado tradicional é certamente animadora.
O ingresso das instituições no universo cripto coincide com um momento de baixa do mercado. Contudo, os gestores sabem do potencial gigantesco dos ativos digitais no longo prazo.
Qual a diferença entre as duas?
A Mynt foi criada com foco na diversidade. Os usuários terão acesso a quatro criptomoedas: bitcoin (BTC), ethereum (ETH), solana (SOL), polkadot (DOT) e cardano (ADA). Contudo as operações serão separadas do aplicativo e plataforma do BTG.
O app Mynt permite negociação 24 horas por dia, 7 dias na semana, a partir de R$ 100, e os usuários ainda contam com materiais educativos sobre cripto, cotações, notícias do segmento.
Já a XP focou na integração entre o aplicativo da corretora, que conta com cerca de 500 mil usuários, e o da Xtage. Desse modo, o intuito da financeira é fazer com que os clientes tenham mais facilidade ao investir em ativos digitais.
Também será possível negociar a qualquer hora. Porém, ao contrário da diversidade da Mynt, serão disponibilizadas apenas as duas maiores criptomoedas do mercado, bitcoin e ethereum, na Xtage.
Segundo fala do Lucas Rabechini, diretor de produtos financeiros da XP, a plataforma começou com o potencial de ter até 1 milhão de clientes no curto prazo e, no médio e longo prazo, a expectativa é que as oportunidades sejam ainda maiores.
Não é só uma moda
Pode parecer bobagem ou uma corrida frente a mais um hype em novo setor; porém, ao que tudo indica, está longe de ser.
É importante notar que o mercado de criptomoedas ainda é um terreno pouco explorado por instituições mais tradicionais, e a entrada de dois concorrentes de peso promete injetar mais ânimo nesse segmento.
Além disso, dada a base de clientes gigantesca e a credibilidade das marcas, os serviços podem atrair não só os investidores mais conservadores, mas até mesmo os mais capitalizados e os que possuem aversão em relação às corretores de criptoativos (exchanges).
A entrada dessas gigantes do mercado financeiro, colocarão os criptoativos em outro patamar, e a popularização das moedas digitais ficará ainda mais intensa.
*Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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