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Finanças

Ibovespa recua mais de 2%, de olho em balanços e transição; dólar fecha em alta

Forte tombo do Bradesco influenciou, enquanto mercado acompanhou eleições dos EUA.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em forte queda nesta quarta-feira (09), em meio a uma bateria de resultados corporativos, entre eles o do Bradesco (BBDC4 e BBDC3), que teve uma queda surpreendente no lucro do terceiro trimestre e despencou cerca de 15% na bolsa. O mercado também seguiu atento a expectativas sobre a transição do governo e eleições nos EUA.

O Ibovespa recuou 2,22%, aos 113.537 pontos. Já o dólar avançou 1,06%, negociado a R$ 5,1973.

PEC da transição

No Brasil, “a PEC da Transição seguiu gerando certo desconforto”, avaliou o Banco Inter em nota, chamando a atenção para encontros de Lula nesta quarta-feira com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que podem trazer mais detalhes sobre os planos de gastos do governo eleito para o ano que vem.

A equipe de transição do próximo governo está trabalhando por uma emenda constitucional que garanta uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequação do Orçamento do ano que vem às promessas de campanha de Lula, como a manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil e o reajuste real do salário mínimo. Os valores a serem excepcionalizados ainda não foram definidos oficialmente, mas há a expectativa de que possam superar os R$ 200 bilhões.

Corrobora o temor de investidores acerca da custosa agenda de Lula a falta de indicações claras sobre quem será o ministro da Fazenda do petista, com os mercados preocupados com a possibilidade de o cargo ser entregue a alguém muito inclinado à flexibilização das regras fiscais do Brasil.

Investidores alertaram que, quanto mais demorar o anúncio de quem chefiará a pasta econômica de Lula, maior deve ficar a volatilidade no mercado de câmbio.

Nesta quarta-feira, o Ministério da Defesa deve enviar à Justiça Eleitoral um relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação, o que alguns participantes do mercado citaram como ponto de atenção para esta sessão.

Antes das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia apontado essa fiscalização como fundamental para atestar a segurança do pleito, que ele vem questionando sem provas e com alegações falsas.

Eleições nos EUA

“Investidores seguem atentos… à apuração das eleições legislativas nos EUA, que aparenta sinalizar uma predominância menor que a esperada do Partido Republicano nos resultados”, avaliou o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório.

Muitos investidores esperavam uma “onda vermelha” nas eleições norte-americanas, com os republicanos conquistando maiorias tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, mas muitas das corridas mais competitivas continuavam sem definição nesta quarta-feira, depois que alguns democratas conseguiram conquistar assentos cruciais no Capitólio.

Os republicanos são vistos como muito mais pró-mercados do que os democratas, o que explica o clima de cautela dos investidores diante do desempenho pior do que o esperado do partido.

Bolsas Mundiais

Wall Street

Wall Street fechou em forte queda nesta quarta-feira, com os ganhos do partido Republicano nas eleições de meio de mandato parecendo mais modestos do que alguns esperavam e com os investidores se concentrando também nos próximos dados de inflação que fornecerão pistas sobre a atuação do Federal Reserve, banco central dos EUA.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 caiu 2,06%, para 3.749,20 pontos, enquanto o Nasdaq Composite tombou 2,46%, para 10.354,54 pontos. O Dow Jones teve queda de 1,94%, a 32.516,68 pontos.

Europa

As ações europeias encerraram uma sequência de três dias de ganhos nesta quarta-feira, pressionadas por papéis economicamente sensíveis, em meio à incerteza sobre o resultado das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos e preocupações com o aumento da inflação.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,30%, a 420,34 pontos, depois de registrar uma máxima de fechamento de oito semanas na sessão anterior.

Os papéis de energia recuaram 1,8% devido à queda dos preços do petróleo com estoques da commodity nos EUA acima do esperado e preocupações de que uma alta nos casos de Covid-19 no grande importador mundial China prejudicaria a demanda de combustível.

Outros setores cíclicos, como viagens e lazer, mineradores e bancos perderam entre 1,1% e 2,1%.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,14%, a 7.296,25 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,16%, a 13.666,32 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,17%, a 6.430,57 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,36%, a 23.780,07 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,52%, a 8.040,40 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,34%, a 5.790,16 pontos.

Ásia e Pacífico

Pessoas aguardam em frente a painel mostrando índice de ações em Hong Kong, China 19/07/2022 REUTERS/Lam Yik

As ações da China e Hong Kong fecharam em baixa nesta quarta-feira, uma vez que a queda dos preços ao produtor pela primeira vez desde dezembro de 2020 ressaltou a fraqueza da demanda interna em meio às restrições contra a Covid-19, com os investidores aguardando os dados da inflação e os resultados das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,56%, a 27.716 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,20%, a 16.358 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,53%, a 3.048 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,93%, a 3.714 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,06%, a 2.424 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 2,18%, a 13.638 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,63%, a 3.165 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,58%, a 6.999 pontos.

*Com informações da Reuters.

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