Mini-índice (WIN): o que é, como funciona

Minicontrato foi criado para tornar os investimentos mais acessíveis

Foto mostrando a logo da B3 com um gráfico de ações em cima, ilustrando o tema "mini-índice (WIN)"
Ilustração com gráfico de ações da B3

O mini-índice, conhecido pelo código WIN, é um contrato futuro derivado do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3). Criado em 2001 para facilitar o acesso dos pequenos investidores ao mercado futuro, o mini-índice equivale a 20% do contrato cheio de índice futuro (IND). Isso significa que o valor de um ponto no mini-índice corresponde a R$ 0,20, enquanto no contrato cheio equivale a R$ 1,00.

Esse formato restrito permite que investidores com menor capital possam operar no mercado futuro, buscando ganhos expressivos quanto à proteção da carteira (hedge). Contudo, apesar do valor mais acessível, operar com mini-índices envolve riscos, e é importante ter conhecimento das características e estratégias do mercado futuro para evitar perdas significativas.

O que é mini-índice e como funciona?

Para entender o conceito de mini-índice, é necessário saber o que é um índice. De maneira geral, ele é um contrato futuro do Índice Ibovespa negociado a um valor inferior ao índice futuro tradicional. O mini-índice é um minicontrato de Índice Futuro.

“O mini-índice é uma projeção do índice Ibovespa numa data futura. Em termos técnicos, é um contrato que projeta o índice Bovespa na data de vencimento desse contrato. E a gente também inclui uma taxa de juros, que é o custo de oportunidade até esse vencimento”, afirma Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Um índice é uma medida do desempenho de um grupo de ações. Ou seja, é calculado com base no preço das ações das empresas que o compõem ou com base no valor de mercado delas. 

Eles são utilizados para acompanhar o desempenho do mercado de ações como um todo ou de um setor específico do mercado, mas também podem ser usados para comparar o desempenho de diferentes empresas ou setores. 

A principal diferença entre índice e mini-índice é o tamanho do contrato. Um contrato de índice é um contrato derivativo que permite ao comprador ou vendedor negociar o preço de um índice em uma data futura. 

O IND corresponde ao contrato padrão do Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, e o WIN corresponde ao minicontrato de índice, ou seja, uma versão menor. O IND é um contrato futuro que representa 100% do Ibovespa, enquanto o WIN representa apenas 20% do índice cheio. 

Contrato futuro de índice

Como já dito, contrato futuro de índice  (IND) é um contrato que permite ao comprador ou vendedor negociar o preço de um índice em uma data futura.

Eles são negociados em bolsas de valores e são uma forma de especular sobre o desempenho do mercado de ações. São negociados a preços que refletem as expectativas do mercado sobre o desempenho do índice na data de vencimento: se a expectativa for que o índice suba, o preço do contrato de índice será alto. Se o mercado esperar que o índice caia, o preço do contrato de índice será baixo.

“Na Bolsa, podemos operar o contrato grande e o mini. Inicialmente, só existia o contrato grande. O grande representa o montante pela quantidade de pontos do Ibovespa. Se estamos em 125 mil pontos, um contrato grande equivale a R$ 125 mil. Tudo bem que a gente alavanca, pode operar com menos dinheiro. De qualquer forma, são valores mais altos e a Bolsa exige que você opere com, no mínimo, cinco contratos”, explica Choen.

Se o investidor acredita que o índice vai subir, ele pode comprar contratos de índice. Assim, caso suba, o investidor lucrará com a diferença entre o preço de compra e o preço de venda. Já se ele acreditar que irá cair, pode vender contratos de índice e, se a queda ocorrer, lucrará com a diferença entre o preço de venda e o preço de compra.

O código de negociação do contrato futuro de índice, ou índice futuro, é o IND, e a bolsa exige que o investidor opere com, no mínimo, 5 contratos, que compõem 1 lote.

O que é Ibovespa?

Existem vários índices na B3, mas o índice principal é o índice Bovespa (Ibovespa) ou IBOV

“O Bovespa é um índice formado por uma cesta de ações, as principais ações da nossa bolsa: Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco etc, chamadas de blue chips. Essas ações são as mais negociadas, as mais líquidas, e compõem esse índice com pesos diferentes”, esclarece Cohen. 

“Então, por exemplo, Itaú tem um peso maior do que Bradesco, e quem define isso é uma carteira teórica, feita de quatro em quatro meses, ou seja, três vezes ao ano, pela própria bolsa, de acordo com alguma série de critérios. Quando ações da Petrobras sobem, ações do Itaú sobem, ações da Vale sobem, por exemplo, a gente tem o índice Bovespa subindo. Quando cai uma e sobe outra, de acordo com o peso de cada uma, isso compõe o preço do índice Bovespa”, completa o analista.

O que é minicontrato?

Os contratos futuros permitem a negociação baseada em estimativas de preços futuros. Os minicontratos são versões reduzidas dos contratos futuros tradicionais, possibilitando acesso com menor capital. Na B3, os minicontratos mais populares são o miniíndice (WIN), o minidólar e o mini-ouro.

No mini-índice, cada ponto equivale a R$ 0,20, ou seja, 20% do valor do contrato cheio (IND), que vale R$ 1,00 por ponto. Os contratos futuros têm vencimento nos meses pares — fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro — sempre na quarta-feira mais próxima do dia 15.

Por exemplo: se o Ibovespa está em 125 mil pontos, o próximo contrato a vencer será em um desses meses. O mercado projeta o valor do índice para os dados de vencimento, levando em conta também a taxa de juros até então, e esse valor teórico é refletido no preço do contrato futuro de mini-índice, que oscila conforme o Ibovespa.

Como operar com mini-índices?

“O investidor opera o mini-índice como uma ação. Você digita o código dele, que vai mudando de acordo com o vencimento, e você opera. Tem a versão atual, que é mais líquida em cada mês, ou em cada bimestre, no caso do mini-índice. No dólar, é a cada mês, no mini-índice é a cada bimestre, e aí você escolhe uma ação, digita o código e pode comprar e vender normalmente”, explica Cohen. 

No entanto, Cohen menciona que as regras são um pouco diferentes para fazer day trade e swing trade, quando o investidor compra o ativo hoje para vender em uma data futura. “Então, você precisa de um pouco mais de dinheiro, porque a bolsa exige uma margem um pouco maior pra poder proteger você das oscilações e se proteger também. A negociação é normal. Você negocia, coloca o código lá e compra. Só que não é em reais, é um número de pontos. Em vez de você comprar, por exemplo, Petrobras, a R$ 40, o minicontrato é 125 mil pontos, por exemplo. A notação dele é diferente de uma ação”, complementa.

Obviamente, antes de tudo, para operar com mini-índices, o investidor precisa ter uma conta em uma corretora de valores que ofereça negociação de contratos futuros de índice. 

Confira abaixo os passos básicos para operar com mini-índices:

  1. Abra uma conta em uma corretora de valores que ofereça negociação de contratos futuros de índice;
  2. Deposite dinheiro suficiente para atender aos requisitos de margem (valor exigido pela B3 como garantia em operações com risco) para o contrato que deseja negociar;
  3. Insira uma ordem de compra ou venda para o contrato que deseja negociar;
  4. Monitore sua posição e feche-a quando desejar.

Melhores estratégias

Segundo a B3, o mini-índice é um instrumento para estratégia de proteção (hedge) contra exposição em renda variável. Pode ser utilizado para amenizar os riscos de investimentos em ativos de renda variável, como os associados às ações.

O mini-índice também pode ser utilizado para alavancagem, que permite a negociação um valor superior ao que foi investido. Já sobre as melhores estratégias para operar com mini-índice, Cohen comenta que existem diversas escolas de análise. 

“Tem o tape reading, a escola da leitura de fluxo do livro de ofertas, o que compradores e vendedores estão comprando mais, o que players estão comprando mais ou vendendo mais para segui-los ou ver ponto importantes; tem a análise gráfica, que é o price action, a movimentação dos candles; tem análise técnica, que é análise gráfica junto com indicadores, média móvel, estocásticos, entre diversos outros; tem o setup também, o conjunto de indicadores que podem gerar sinal de compra de venda; tem os robôs, que operam por você, o famoso ‘ganhar dinheiro enquanto você dorme’, e por aí vai”, destaca Cohen.

Principais plataformas

É preciso utilizar uma plataforma de negociação, que estará conectada à B3, para operar o mini-índice. São muitas as opções, mas o investidor deve levar em conta fatores como a estabilidade da plataforma e seu suporte.

Horário de funcionamento

Segundo a B3, o minicontrato Futuro de Índice Bovespa (mini-índice) é negociado das 9h às 18h.

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