No acumulado de 2023 até 11 de dezembro, as “Magnificent Seven” (em tradução livre, as “Sete Magníficas”), ações de tecnologia do S&P 500, acumulam ganhos de 64% na média, contra 20,3% do indicador. A Nvidia (NVDC34) abocanha a maior valorização (219,2%) e a Apple (AAPL34), a menor (49,5%), segundo o consultor financeiro, Einar Rivero.
Alphabet (GOGL34), Microsoft (MSFT34), Amazon (AMZO34), Tesla (TSLA34) e Meta (FBOK34) compõem o grupo de gigantes que, juntas, representam 27,4% do valor de mercado do índice americano. E segundo o Goldman Sachs, essa é a maior capitalização de mercado já dominada por apenas sete ações do S&P.
A questão é que a taxa anual de crescimento do grupo vem crescendo a um ritmo bem superior quando comparado às outras 493 ações do índice na última década (15% versus 2%), segundo o banco americano. E para 2024, a história não deve ser diferente, aponta o Goldman. E que o tema tecnologia, em especial, inteligência artificial, continua a se destacar nos mercados e nas economias.
Sobre isso, o UBS se debruçou em relatório apontando como a inteligência artificial generativa, de ferramentas como ChatGPT e Gemini, tende a impactar mercados e economias em diferentes setores.
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Implicações nos mercados
Uma característica incomum da IA generativa apontada no estudo é que, desde o início da nova tecnologia, muitas das mesmas empresas já estavam operando focadas em criar valor – de armazenamento em nuvem ao desenvolvimento de aplicações para o usuário final.
Por esse motivo, aponta o relatório, é compreensível entender como as “Magnificent Seven” no S&P 500 viram sua capitalização de mercado crescer tanto. E com os recursos significativos levantados, o UBS espera que novos modelos complexos de IA se aperfeiçoem, com players crescendo ainda mais.
“Acreditamos que os investidores que procuram exposição à IA devem procurar uma ampla exposição global envolvendo toda a cadeia de valor, de nuvem, semicondutores, softwares à internet”.
UBS, EM RELATÓRIO.
O grupo suíço, que recentemente comprou o rival, Credit Suisse, observa que as empresas de semicondutores deverão continuar a registar uma procura robusta no curto prazo e que os principais lançamentos de produtos de IA generativa entre o grupo dos sete provavelmente manterão um forte ritmo de crescimento.
Também foi apontado que as ações da internet devem se beneficiar à medida que a IA se torna mais integrada em aplicações de consumo, como jogos, entretenimento e publicidade.
Mas como tudo sempre tem um porém, o estudo apontou que os investidores deverão ter estômago para potenciais volatilidades ou perdas a curto prazo.
“Tal como acontece com outros booms tecnológicos, um primeiro aumento da procura pode muitas vezes ser seguido por um período de digestão para consumidores e empresas. Para os investidores de longo prazo, esses períodos poderão constituir pontos de entrada atrativos para aumentar a exposição”.
UBS, em relatório.
Implicações econômicas
Quanto ao âmbito econômico, o estudo do UBS concluiu que a IA deve melhorar significativamente a eficiência e produtividade dos profissionais, apesar das implicações para o crescimento da economia ainda não estarem tão claras, dependendo fortemente da localização e o momento do uso da tecnologia.
Segundo o UBS, alguns empregos devem se tornar obsoletos, o que não deve ser interpretado como aumento do desemprego. Inclusive, é esperado que sejam criadas novas vagas nunca pensadas antes.
“Historicamente, cerca de 10% das funções laborais que existiam no final de qualquer década não existiam em seu começo. Por exemplo, o emprego na indústria do entretenimento aumentou ao longo dos última década, como mídia social e streaming”, observa o banco.
Já sobre o avanço da geração de textos, vídeos e imagens com o uso de inteligência artificial, o movimento tende a exercer a diminuição nos preços em alguns setores, de entretenimento ao jurídico. Isso tende a criar tensões sociais, segundo o UBS, já que muitos podem ver o declínio de renda e status, levando a “políticas populistas e preconceituosas”.
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