SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, flertando com os 129 mil pontos, em meio ao salto de mais de 5% das ações da Vale na esteira do avanço de 3,19% do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, negociado a US$ 109,43.
Investidores também estão na expectativa divulgações na semana, como o IPCA de março no Brasil, mas principalmente o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano do mês passado, ambos na quarta-feira.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,62%, a 128.848,74 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima do dia, chegou a 129.178,14 pontos. Na mínima, a 126.796,42 pontos.
O volume financeiro somava 17,4 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
Dólar
O dólar à vista fechou em baixa ante o real, mas pela sétima sessão consecutiva acima dos 5 reais, em um dia marcado por ajustes de preços após as altas recentes no Brasil e pelo recuo da moeda norte-americana também no exterior, em meio ao avanço do minério de ferro no mercado internacional.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0320 reais na venda, em baixa de 0,65%. Em abril, a divisa acumula alta de 0,33%.
Às 17h04, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,73%, a 5,0425 reais na venda.
“Estamos acompanhando o exterior. O DXY (dólar index) está caindo numa espécie de correção, e tivemos uma desvalorização forte (do real) na semana passada após o ´payroll´ (relatório de empregos dos EUA) e falas de dirigentes do Federal Reserve”, comentou André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.
Além da correção de preços, as cotações foram influenciadas no dia pela alta do minério de ferro — importante produto de exportação brasileiro –, pontuou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.
“Dólar perdendo força aqui alinhado com o movimento da moeda ante pares (do real) como o peso mexicano e o peso chileno”, comentou Bergallo. “Além disso, o movimento está alinhado com nossa bolsa ganhando tração graças à entrada de estrangeiros, que naturalmente aumentam a oferta de dólar e derrubam a cotação”, acrescentou.
Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de 5,0253 reais (-0,78%) às 14h35.
“Está caindo agora, mas no geral, no médio prazo, a força do dólar deve prevalecer”, contrapôs Galhardo, lembrando que a expectativa de adiamento do início do processo de corte de juros pelo Federal Reserve é um fator que joga a favor do dólar e contra o real.
“Neste momento, é natural que a moeda orbite os 5 reais. O que antes (em semanas anteriores) era teto (nível de 5 reais) agora é piso ou mesmo meio de banda para o dólar”, acrescentou o consultor.
No exterior, no fim da tarde o dólar também se mantinha em baixa ante uma cesta de moedas fortes. Às 17h16, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,21%, a 104,140.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de junho.
Sem efeitos maiores sobre as cotações, notícias deram conta nesta segunda-feira que o governo deve afrouxar a meta fiscal para 2025, de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para superávit de 0,25% ou resultado primário zero.
O que poderia ser visto como algo ruim — a adoção de uma meta fiscal menor — foi interpretado como positivo por parte do mercado, que possui hoje projeções até piores para o resultado primário em 2025.
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