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Episódio 5

O planeta em equilíbrio: a agenda ESG das empresas brasileiras

O quinto episódio da série “Brasil em Wall Street” mostra como algumas das maiores empresas do país lidam com responsabilidade ambiental e social

Reduzir as emissões de CO2 e, ao mesmo tempo, tornar a empresa mais competitiva. Trata-se de um desafio, mas que também pode dar origem a um círculo virtuoso. Uma empresa mais limpa vai ganhando vantagem conforme a sociedade exige mais comprometimento da indústria com o meio ambiente.

O quinto episódio da série Brasil em Wall Street” mostra como algumas das companhias brasileiras listadas na NYSE lidam com um mundo cada vez mais preocupado em mudar, e como elas próprias ajudam a mudar o mundo.

Eletrobras: 97% de energia renovável

Ela responde por 23% de toda a geração de energia elétrica no país – e praticamente toda ela vem de fontes limpas. “97% da base são ativos renováveis, o que nos coloca numa posição única”, diz Ivan Monteiro, CEO da Eletrobras.

O objetivo é ampliar essa fatia até o final do ano, desinvestindo em térmicas a gás. A empresa também tem participação nas usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2. Vale lembrar que essa fonte de energia não é renovável. Mas é limpa – sua produção não emite CO2.

Ivan Monteiro, CEO da Eletrobras, enfatiza o portfólio limpo da maior companhia elétrica do decisão de desinvestir em térmicas a gás até o final do ano é um passo decisivo, permitindo à empresa alcançar uma matriz 100% verde, alinhada com as expectativas dos investidores e as demandas globais por energia limpa.

Suzano: inovação sustentável no setor de papel e celulose

A Suzano investe em tecnologias que transformam subprodutos de celulose em alternativas aos produtos de origem fóssil. “Estamos desenvolvendo bióleo (combustível de origem vegetal) a partir de árvores, além de outros produtos químicos sustentáveis”, Marcelo Bacci, diretor executivo da companhia.

A Suzano também explora o uso de sua base florestal para a produção de têxteis e energia limpa, consolidando sua posição como uma líder em inovação sustentável.

Gerdau: redução de emissões na indústria do aço

A Gerdau, maior recicladora de aço da América Latina, está focada em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, segundo Rafael Japur, vice-presidente executivo de finanças (CFO). A empresa planeja diminuir suas emissões em 10% até 2030, principalmente através da reciclagem de sucata e do investimento em energias renováveis como eólica, hídrica e solar. Este compromisso é crucial para uma indústria tradicionalmente intensiva em carbono.

Japur alerta que a sociedade é parte fundamental no processo para que cada vez mais companhias tomem decisões semelhantes. “É importante priorizar produtores que tenham sua matriz de produção mais limpa”.

A companhia reforçou seu plano de investimento no país até o fim de 2025 (R$ 7,5 bilhões), sendo que cerca de metade deste valor será aplicado em plataforma de mineração sustentável.

Embraer-X: aviação sustentável e inovação tecnológica

Daniel Moczydlower, CEO da Embraer-X, fala sobre a nova fronteira do transporte aéreo: o EVTOL (Veículo Elétrico de Decolagem e Pouso vertical, na sigla em inglês). Grosso modo, são drones capazes de carregar passageiros, sem queimar uma gota de combustível.

A EVE, subsidiária que nasceu da Embraer-X, é uma das pioneiras nessa tecnologia, e já coleciona uma carteira com 3 mil pedidos. O primeiro protótipo está em produção. E as entregas devem começar em 2026.

Nubank: inclusão financeira

“A mudança de web para celular criou a oportunidade de colocar uma agência bancária no bolso de cada cliente”, diz David Vélez. O CEO do Nubank dá uma ideia de como a tecnologia aprimora o “S” de “ESG”, ou seja, a parte social. Há relativamente pouco tempo, ter uma conta bancária era um privilégio no Brasil. Não mais. O próprio Nubank tem 53% da população adulta do país como cliente (92 milhões de pessoas).

Reflexões de Armínio Fraga sobre sustentabilidade e governança

Para Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos, o dilema é simples: os combustíveis fósseis são eficientes. Para de fato riscá-los do mapa, só com intervenção do Estado, um a agente que existe para zelar por um bem maior.

Fraga também ressalta a interseção entre energia e inteligência artificial, destacando a necessidade de um sistema energético robusto para suportar a crescente demanda de processamento de dados.

A série “O Brasil em Wall Street” tem seis episódios que já estão disponíveis no canal do InvestNews no YouTube e na página exclusiva do site. 

Confira abaixo: