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Finanças

Bombeiros em ação: dólar zera alta após Lira e Pacheco priorizarem corte de gastos

O movimento ocorre na esteira da dupla divulgação na quarta (27) de um projeto de reforma tributária da renda

Ilustração representando câmbio monetário; crash de moedas
Foto: Fatido/Getty Images

O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira, devolvendo os fortes ganhos de mais cedo, mas ainda acima de R$ 5,97, à medida que o mercado reagia a comentários de líderes do Congresso sobre o pacote fiscal do governo e realizava lucros devido aos patamares historicamente altos da moeda.

Às 13h03, o dólar à vista caía 0,24%, a R$ 5,9768 na venda, após atingir mais cedo a máxima recorde de R$ 6,1148 (+2,07%).

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,76%, a R$ 6,055 na venda.

As atenções do mercado continuavam completamente voltadas para o noticiário doméstico, reagindo ao duplo anúncio pelo governo na quarta-feira de um pacote de contenção de gastos e de uma reforma do Imposto de Renda.

O pacote fiscal, que era esperado pelo mercado, veio em linha com as expectativas, mas a reforma do IR, que amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, pegou os investidores de surpresa, levantando mais temores sobre o compromisso do Executivo com o ajuste das contas públicas.

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Após ultrapassar R$ 6,00 na véspera pela primeira vez desde o início da circulação da moeda brasileira, em 1994, o dólar voltou a subir nesta sessão, com a manutenção da reação negativa do mercado.

No final da manhã, no entanto, a divisa norte-americana passou a devolver os ganhos, na esteira de comentários do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em defesa do pacote do governo e do equilíbrio fiscal.

Em publicação no X, Lira reafirmou “o compromisso inabalável da Câmara dos Deputados com o arcabouço fiscal” e afirmou que “toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa”.

Ele ainda disse que “qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento”.

Pacheco, por sua parte, disse a jornalistas depois que apoia “com restrições e possibilidade de incremento” o pacote fiscal do governo e que a reforma do IR deve ser analisada somente “mais à frente”.

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As falas ajudaram a aliviar a cotação do dólar.

“Após a reação explosiva ao plano do governo, houve um grande movimento de alívio quando Lira reforçou o compromisso com o arcabouço fiscal. Ele já possuía detalhes sobre o plano de corte de gastos, e seu posicionamento de hoje reafirma a visão de que a responsabilidade fiscal será respeitada”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Outro analista ouvido pela Reuters também chamou a atenção para um movimento de realização de lucros nesta sessão, em meio aos patamares historicamente altos que o dólar atingia.

No exterior, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,08%, a 105,980.

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