Morning Call: Copom lava a alma e o mercado gosta do tom adotado pelo Bacen

Cenário global e bolsa de valores

No cenário global desta quinta-feira, os mercados ficam de olho nas autoridades monetárias da Europa, as perspectivas são de um segundo aumento de juros pelo Banco da Inglaterra, em 0,25% a 0,5%. Em Frankfurt, o Banco Central Europeu não deve mudar a política monetária, mas a leitura recorde de inflação na zona do euro desta semana e dados fortes recentes do mercado de trabalho levantaram expectativas de uma mudança de tom mais duro e restritivo de política monetária. Em NY, o tombo de 23% da Meta (Facebook) no after market contrata pressão negativa ao Nasdaq, após a tentativa de reação em Wall Street no início do mês. Além disso, o Spotify indicou assinaturas abaixo das previsões e também despencou em torno de 20%. Hoje à noite sai o balanço da Amazon. 

As bolsas europeias abriram em queda hoje, com os investidores preocupados com possíveis aumentos de juros e aperto da política monetária em meio a pressões inflacionárias cada vez maiores, pouco antes das decisões dos bancos centrais de Reino Unido e zona do euro. Não se espera que Christine Lagarde mude totalmente o discurso hoje, mas ela pode sofrer alguma pressão para justificar a posição do BCE, principalmente considerando que tanto o Banco da Inglaterra quanto o Federal Reserve mudaram para uma posição mais dura no combate à inflação. A inflação na zona do euro atingiu patamar recorde em janeiro, acelerando de 5% para 5,1% em dezembro, mais que o dobro da meta de taxa de 2% do BCE. Há expectativa para ver também como os índices PMI irão impactar nos negócios. Às 7h00, predomina o tom negativo com Londres em -0,01%, Frankfurt, -0,43%; Paris, -0,34%; Madrid, -0,38% e Stoxx600, -0,67%.

Zona do Euro/IHS Markit: PMI composto cai a 52,3 em janeiro. Número ficou pouco abaixo das estimativas de analistas, que esperavam 52,4 pontos; PMI de Serviços recuou de 53,1 para 51,1 pontos, também abaixo do cálculo inicial e do consenso de mercado (51,2).

Pré-Mercado em NY AGORA: Futuros: Dow Jones (-0,34%), S&P 500 (-1,07%), Nasdaq (-2,10%); Petróleo: Brent a US$ 88,63 (-0,94%); WTI a US$ 85,82 (-1,00%); Ouro: -0,33%; US$ 1.804,30 a onça-troy; Treasuries: T-note de 10 anos a 1,77180 (de 1,77700). Minério de Ferro em Cingapura negociado em alta de +2,73% a US$ 144,70 por tonelada.

Cenário no Brasil 

Aqui, o Copom confirmou mais uma dose de aperto de 1,50 ponto, para os dois dígitos (10,75%). Mas o mercado elogiou o recado explícito de que o BC vai desacelerar o ritmo. O mercado deve repercutir de forma positiva no pregão de hoje, porém, além disso, o investidor deve conferir o primeiro informe de fevereiro do fluxo estrangeiro na B3. E tudo indica que o fluxo continua positivo; No acumulado de fevereiro, o saldo é positivo em R$ 1,97 bilhões; no ano, o saldo é positivo em R$ 34,46 bilhões. 

O principal índice da bolsa brasileira caiu na quarta-feira, sob pressão das ações de bancos, após resultado abaixo do esperado do Santander Brasil, e da queda do papéis da Petrobras, apesar do desempenho positivo da Vale e das siderúrgicas. O Ibovespa caiu 1,18%, a 111.894,36 pontos, com volume financeiro de R$ 25,4 bilhões. O dólar à vista ensaiou ajuste de alta, mas perdeu força e acabou fechando perto da estabilidade, ainda nas mínimas em quatro meses e meio. Dólar/Real: +0,05%, a 5,2759 reais.